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EUA estão a caminho de uma recessão?

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Durante sua campanha eleitoral em 2024, Donald Trump prometeu aos americanos que conduziria seu país para uma nova era de prosperidade. Mas, dois meses depois da posse, ele pinta um quadro diferente.

Durante sua campanha eleitoral no ano passado, Donald Trump prometeu aos americanos que conduziria seu país para uma nova era de prosperidade.

Dois meses depois da posse, no entanto, ele pinta um quadro levemente diferente.

Trump afirmou que será difícil reduzir os preços e que o público deve se preparar para “pequenas perturbações” até que ele possa trazer de volta a riqueza para os Estados Unidos.

Paralelamente, os últimos números indicam que a inflação está caindo, mas os analistas afirmam que as possibilidades de recessão estão aumentando, devido a políticas do presidente.

Afinal, Trump estaria a ponto de deflagrar a recessão da maior economia do mundo?

Metal aquecido sendo transportado por uma máquina
Aço e alumínio são primeiras indústrias alvo de tarifas no segundo mandato de Trump

Queda dos mercados e aumento dos riscos de recessão

Nos Estados Unidos, a recessão é definida como um declínio prolongado e generalizado da atividade econômica. Ela é tipicamente caracterizada por um salto do desemprego e queda da renda.

Diversos analistas econômicos vêm alertando nos últimos dias que os riscos deste cenário estão aumentando.

Um relatório do banco americano JP Morgan calculou a possibilidade de recessão no país em 40%, acima dos 30% estimados no início deste ano. Ele alerta que a política dos Estados Unidos está “se afastando do crescimento”.

Já o economista-chefe da Moody’s Analytics, Mark Zandi, elevou esta possibilidade de 15% para 35%, mencionando as tarifas de importação (Trump impôs tarifa de 25% sobre importação de alumínio e aço).

Estas previsões vieram ao mesmo tempo em que o índice S&P 500, que acompanha 500 das maiores empresas dos Estados Unidos, despencou abruptamente. Agora, ele caiu para o seu menor nível desde setembro do ano passado, em um sinal de receio sobre o futuro.

Pátio com containers e um caminhão
O presidente impôs novas tarifas sobre produtos dos três maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos

O presidente impôs novas tarifas sobre produtos dos três maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos e lançou ameaças ainda mais amplas.

Os analistas acreditam que estas medidas irão aumentar os preços e restringir o crescimento da economia do país.

Por enquanto, no entanto, os números mais recentes da inflação oficial americana demonstram que os aumentos de preços perderam velocidade em fevereiro.

Os preços subiram 2,8% nos últimos 12 meses até fevereiro, segundo o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos. Este índice é menor que os 3% registrados em janeiro.

Ainda assim, Trump e seus consultores econômicos vêm alertando o público para se preparar para alguma dificuldade econômica, embora aparentemente rejeitem as preocupações do mercado.

Esta é uma notável mudança em relação ao seu primeiro mandato (2017-2021), quando o presidente mencionava frequentemente o mercado de ações como medida do seu próprio sucesso.

“Sempre haverá mudanças e ajustes”, declarou ele na semana passada, em resposta aos apelos das empresas por maior segurança. Esta postura aumentou o receio dos investidores sobre seus planos.

O banco de investimentos Goldman Sachs elevou na semana passada sua estimativa da possibilidade de recessão, de 15% para 20%. A empresa declarou que considera as mudanças de políticas como o “principal risco” para a economia, mas ressaltou que a Casa Branca ainda tem “a opção de recuar, se os riscos de recessão começarem a parecer mais sérios”.

“Se a Casa Branca permanecer comprometida com suas políticas, mesmo frente a dados muito piores, o risco de recessão irá aumentar ainda mais”, alertam os analistas da empresa.

Pessoa segura nota fiscal em frente a carrinho de mercado com produtos alimentícios
Os preços nos EUA subiram 2,8% nos últimos 12 meses até fevereiro

Tarifas, incertezas e crescimento lento

Para muitas companhias, a principal interrogação são as tarifas de importação, que aumentam os custos para as empresas americanas.

À medida que Trump apresenta seus planos de tarifas, muitas empresas, agora, enfrentam margens de lucro menores. Elas estão postergando investimentos e contratações, enquanto tentam imaginar como será o futuro.

Os investidores também se preocupam com os grandes cortes de mão de obra do governo e dos gastos governamentais.

O chefe de estratégia política de Washington do banco de investimentos Stifel, Brian Gardner, afirma que as empresas e os investidores haviam imaginado que as tarifas de importação pretendidas por Trump seriam uma ferramenta de negociação.

“Mas o que o presidente e seu gabinete estão sinalizando, na verdade, é algo muito maior”, explica ele. “É uma reestruturação da economia americana. E isso é o que está conduzindo os mercados nas últimas duas semanas.”

Chave ao lado de uma miniatura de casa, um papel com números e uma calculadora
O alto custo da moradia também tem afetado os americanos

A economia dos Estados Unidos já enfrentava uma retração. Ela foi causada, em parte, segundo analistas, pelo Banco Central americano, que manteve as taxas de juros mais altas para tentar refrear a atividade econômica e estabilizar os preços.

Mas, nas últimas semanas, surgiram dados que indicam um enfraquecimento mais rápido.

As vendas no varejo caíram em fevereiro, bem como a confiança – que havia disparado após a eleição de Trump, em diversas pesquisas entre empresas e consumidores. E as empresas alertam sobre um recuo das atividades, incluindo as principais linhas aéreas, os fabricantes e varejistas, como o Walmart e a Target.

Alguns analistas receiam que a queda do mercado de ações poderá gerar uma repressão ainda maior dos gastos, especialmente entre as residências de renda mais alta.

Esta redução poderá trazer um golpe importante para a economia americana, que é dirigida pelos gastos dos consumidores. Ela passou a ser cada vez mais dependente dos domicílios mais ricos, já que as famílias de baixa renda enfrentam a pressão da inflação.

O presidente do Federal Reserve (o Banco Central americano), Jerome Powell, ofereceu garantias em um discurso na semana passada. Ele destacou que o sentimento não foi um bom indicador de comportamento nos últimos anos.

“Apesar dos altos níveis de incerteza, a economia dos Estados Unidos continua em boa posição”, segundo ele.

Mas a economia americana, atualmente, está profundamente ligada ao resto do mundo, como alerta a diretora de pesquisas da corretora global XTB, Kathleen Brooks.

Para ela, “o fato de que as tarifas podem causar prejuízos, ao mesmo tempo em que há sinais de que a economia americana está se enfraquecendo de qualquer forma… realmente alimenta o temor de recessão”.

Bolsa de valores à espera de ajustes

A incerteza do mercado de ações não é atribuída apenas a Donald Trump.

Os investidores já estavam inquietos com a possibilidade de correções, após os altos ganhos dos últimos dois anos. Eles foram causados pela forte corrida pelas ações de tecnologia, alimentada pelo otimismo dos investidores com a inteligência artificial (IA).

O fabricante de chips Nvidia, por exemplo, viu o preço de suas ações saltar de menos de US$ 15 (cerca de R$ 87), no início de 2023, para cerca de US$ 150 (cerca de R$ 870) em novembro do ano passado.

Este tipo de aumento gerou discussões sobre uma “bolha da IA”, com os investidores em total alerta em busca de sinais do seu rompimento – o que causaria grandes impactos sobre o mercado de ações, independentemente da dinâmica da economia como um todo.

Agora, com as opiniões mais sombrias sobre a economia americana, está cada vez mais difícil manter o otimismo sobre a IA.

O analista de tecnologia Gene Munster, da empresa Deepwater Asset Management, escreveu recentemente nas redes sociais que seu otimismo “deu um passo atrás”, pois as possibilidades de recessão aumentaram “sensivelmente” no último mês.

“O resultado é que, se entrarmos em recessão, será extremamente difícil dar continuidade à comercialização da IA”, alertou ele.

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Jornalista

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