Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros disse que “cálculos preliminares já fornecem um grau de certeza elevado” sobre o objeto
Um clarão iluminou o céu de Brasília na noite de quarta-feira (14/5). O objeto luminoso também foi visto em Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia. Segundo a Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon), essa luz pode ser um fragmento do foguete Falcon 9, da SpaceX.
“Este estágio de foguete foi lançado em 5 de agosto de 2014, como parte da missão que colocou em órbita o satélite AsiaSat 8, um satélite de comunicações geoestacionário destinado a fornecer serviços de transmissão para a região Ásia-Pacífico. Após cumprir sua missão, o segundo estágio do Falcon 9 permaneceu em órbita como lixo espacial e, com o tempo, sua trajetória foi decaindo até resultar na reentrada atmosférica observada nesta quarta-feira”, explicou a Bramon.
“Cálculos preliminares já fornecem um grau de certeza elevado quanto à identificação do corpo do Falcon 9 como responsável pelo fenômeno”, acrescentou.
A Rede Brasileira de Monitoramente de Meteoros também destacou que eventos como este destacam a importância do monitoramento contínuo de objetos em órbita e da colaboração entre organizações para identificar e analisar fenômenos celestes.
Ao Correio, Ricardo Lourenço Pinto, professor de geologia na Universidade de Brasília (UnB) e membro da diretoria do Clube de Astronomia de Brasília (Casb), pontuou que duas características sugerem que o clarão trata-se, de fato, de lixo especial: a velocidade relativamente baixa do objeto e a desintegração gradual em fragmentos menores enquanto se desloca.
“Existe a possibilidade de partes do objeto terem sobrevivido e atingido o solo, mas normalmente o objeto se desintegra por completo na atmosfera. Embora exista a possibilidade de partes do objeto caírem no solo, o risco de acidentes é extremamente baixo, pois esses fragmentos acabam caindo nos oceanos ou em áreas desabitadas, que representam a maior parte da superfície do planeta”, citou Ricardo.
Marcelo De Cicco, cientista planetário, coordenador do projeto brasileiro de pesquisas de meteoro EXOSS, e membro da Sociedade Astronômica Brasileira, frisa que eventos como esse serão cada vez mais comuns. “Cada vez mais a gente vai assistir isso, a entrada de pedaços de satélites comissionados, de pedaços de veículo lançador”, diz.
“Com o aumento de lançamentos – impulsionado por empresas como a SpaceX e países emergentes no setor espacial, como a China – eventos como esse tendem a se tornar mais frequentes. Para o Brasil, que frequentemente está no caminho dessas reentradas, investir em monitoramento e conscientização pode ser essencial para lidar com os impactos, sejam eles visuais, científicos ou de segurança”, acrescentou.
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