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“É inevitável que o Brasil retome o grau de investimento”, diz Fernando Haddad

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Ministro da Fazenda celebrou a decisão da agência Standard & Poor’s sobre a economia brasileira

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad - 02/05/2023
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad – 02/05/2023 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

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Reuters – A agência de classificação de risco S&P elevou a perspectiva para a nota de crédito do Brasil de “estável” para “positiva”, em uma decisão que reflete sinais de maior certeza sobre a estabilidade das políticas fiscal e monetária, com potencial benefício para o crescimento econômico do país.

Essa melhora na perspectiva da nota de crédito é a primeira realizada pela S&P desde dezembro de 2019. A agência manteve o rating “BB-” do Brasil, ainda três degraus abaixo do grau de investimento, que indica baixo risco de calote.

Em seu relatório, a S&P afirmou que, apesar dos déficits fiscais ainda elevados, o crescimento contínuo do Produto Interno Bruto (PIB) em conjunto com o arcabouço fiscal proposto podem resultar em um aumento menor da dívida do governo do que inicialmente esperado. A agência acredita que esse fator pode abrir caminho para a flexibilização monetária e sustentar a posição externa líquida.

“Ao considerar esses desenvolvimentos, reforçamos nossa visão da resiliência da estrutura institucional do Brasil, com estabilidade na formulação de políticas baseada em amplos freios e contrapesos entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário”, afirmou a S&P.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou o movimento e expressou confiança de que o país inevitavelmente retomará o grau de investimento. Em entrevista à Reuters, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, previu que isso poderá ocorrer em 2026.

A agência de classificação de risco mencionou os cenários que poderiam levar a uma elevação ou a um rebaixamento da nota de crédito.

Entre os fatores negativos, destacou-se a possibilidade de um corte na nota de crédito devido a uma estrutura de políticas econômicas inadequadas ou à implementação deficiente, resultando em crescimento econômico limitado e, consequentemente, em uma deterioração fiscal ainda maior e endividamento acima do esperado.

Por outro lado, a S&P mencionou que um aumento na classificação de risco pode ocorrer caso as instituições governamentais sejam capazes de implementar uma política econômica pragmática que aborde as vulnerabilidades das finanças públicas e crie uma base para um maior crescimento econômico. A agência ressaltou a importância da aprovação de reformas adicionais, incluindo a reforma tributária em debate no momento.

Haddad destacou em suas declarações aos jornalistas que a melhora da perspectiva da nota de crédito reflete uma “mudança de rota” e agradeceu o apoio do Congresso e do Judiciário às iniciativas do governo para equilibrar as contas públicas e criar melhores condições para o crescimento. O ministro da Fazenda também cobrou uma redução da taxa de juros por parte do Banco Central, afirmando que falta o apoio da instituição ao esforço em curso.

A S&P, entretanto, considerou a autonomia do Banco Central como um dos pontos fortes que sustentam a classificação de risco do país. A agência destacou que medidas implementadas nos últimos anos têm contribuído para conter riscos à estabilidade macroeconômica e que o risco de reversão dessas reformas diminuiu com a adoção de uma política econômica mais pragmática em diferentes áreas do governo.

“A sólida posição externa do Brasil, uma taxa de câmbio flexível e um regime de política monetária baseado em uma estrutura de metas de inflação conduzida por um Banco Central autônomo sustentam os ratings”, afirmou a S&P.

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Jornalista

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