Eternizada como Professora Helena, Rosanne Mulholand fala do retorno ao trabalho como atriz e dos projetos que encabeçou em paralelo ao papel de mãe. “Gostaria que lembrassem da diversidade de papéis que fiz como uma costura de humanidades”.
Conhecida do grande público como a doce professora Helena na novela Carrossel, no SBT, Rosanne Mulholland está de volta às telas em um papel que revela outras camadas de sua potência artística. Após alguns anos afastada da televisão para se dedicar à maternidade e a projetos pessoais, a atriz brasiliense retorna como a imperatriz Agripina na série Paulo, o apóstolo, um drama histórico que mergulha nas complexidades do Império Romano.
“Esse retorno tem sido muito prazeroso. Agripina é o tipo de personagem que sempre quis fazer”, afirma Rosanne ao Correio. Criada em uma cultura violenta e determinada a manter o legado da família, a imperatriz, mãe de Nero, é um dos grandes nomes da história romana.
Antes de brilhar na televisão, Rosanne iniciou sua carreira no cinema, em 2002, em Dez dias felizes, um curta de José Eduardo Belmonte. Desde então, acumulou mais de 20 filmes em seu currículo, entre eles A concepção e Meu mundo em perigo (também assinados pelo conterrâneo) e o premiado Falsa loura, de Carlos Reichenbach, que lhe rendeu diversos prêmios.
Na televisão, estreou em JK (2006) e participou de diversas novelas e séries, incluindo Sete pecados (2007), Alto astral (2014) e Malhação — Toda forma de amar (2019). No SBT, ficou eternizada no papel de professora Helena, ícone da infância de uma geração. “Tenho orgulho de ter realizado algo que deixou uma marca tão bonita”, recorda a atriz de 44 anos.
Entre o maternar e a criação
O afastamento da tevê nos últimos anos tem uma razão especial: a maternidade. Desde o nascimento do filho, em 2020, Rosanne priorizou a vida familiar e a criação de novos projetos. “Senti necessidade de me reavaliar, me redescobrir. Sinto que amadureci, estou mais inteira e grata”, afirma a mãe de Davi, 4 anos, fruto do casamento com o também ator Marcos Veras.
Foi nesse período que criou o perfil no Instagram Tudo Junto, Mãe! (@tudojuntomae), dedicado a uma abordagem mais leve sobre a maternidade, e também lançou o podcast A grande beleza, ao lado da amiga Andréa Neves, discutindo o universo feminino. “Esses projetos são frutos de questões que aprofundei e resolvi compartilhar on-line”, explica a atriz, que também é formada em psicologia.
A versatilidade de Rosanne se estende à escrita. Em 2021, publicou seu primeiro livro infantil, Para onde foi meu coração?, e estreou como roteirista no podcast Filmes do impossível, em parceria com Belmonte. “Seja atuando, seja escrevendo, estou sempre contando histórias”, diz.
Rosanne mantém forte laço com a capital federal. “Olhar o céu, as árvores contorcidas… me dá sempre a sensação de pertencimento”, conta. Com familiares e amigos na cidade, ela faz questão de manter viva a conexão com suas raízes e proporcionar ao filho experiências na “terrinha”. Sobre o que deseja deixar como legado, ela é enfática: “Gostaria que lembrassem da diversidade de papéis que fiz como uma costura de humanidades”.

Entrevista | Rosanne Mulholland
Como tem sido esse retorno à tevê e em que ele te atraiu?
Esse retorno tem sido muito prazeroso. Agripina é o tipo de personagem que sempre quis fazer. Mergulhar na história dela, na cultura em que vivia é muito instigante. Ela foi uma grande imperatriz romana. Determinada e perspicaz, marcou o Império Romano em um período bastante violento da história. Construir o olhar dessa mulher foi enriquecedor.
Seu papel como professora Helena, em Carrossel, foi um grande sucesso e marcou gerações. Como você se sente ao relembrar esse período e como ele influenciou sua carreira?
Lembro sempre com muito carinho, foi um período muito feliz. Vivi uma personagem que marcou a infância de muita gente, e isso é muito poderoso. Tenho orgulho de ter realizado algo que deixou uma marca tão bonita.
Você se afastou da mídia nos últimos anos para se dedicar à maternidade. Como foi essa experiência e como equilibrou sua carreira e sua vida pessoal?
A experiência da maternidade foi (e é) intensa, desafiadora e maravilhosa. A maior aventura da minha vida. Eu me permiti diminuir o ritmo de trabalho, senti necessidade de me reavaliar, me redescobrir. Senti necessidade de ficar perto do meu filho. Busquei assuntos do meu interesse para estudar, criar coisas novas em casa, me expandir. Sinto que amadureci, estou mais inteira e grata.
Seu perfil no Instagram Tudo junto, mãe! e o podcast A grande beleza mostram que você está explorando novas áreas. Como vê seu futuro profissional e pessoal?
A internet nos traz um universo de possibilidades. Sou formada em psicologia e sempre gostei de investigar o ser humano. Considero que esses dois projetos são frutos de questões que aprofundei nos últimos anos e resolvi compartilhar on-line. Ao mesmo tempo, vou me experimentando em novos lugares que também me são atraentes. Ainda tenho vontade de fazer muitas coisas, acho que o futuro abre espaço pra sermos múltiplos.
O que você acha que os espectadores podem esperar de Paulo, o apóstolo e como você se preparou para interpretar Agripina?
A série está linda e a história de Paulo é muito interessante. Um homem que nunca deixou de se posicionar, teve coragem de se questionar, mudar de ideia, assumir os erros e levar sua fé adiante. A série ainda traz muitas histórias paralelas interessantes, não tem como não se identificar. Agripina é uma das personagens mais impactantes que já tive oportunidade de fazer. Pesquisei sua história, a cultura da época, os valores, o papel da mulher naquele contexto. Tinha que construir esse olhar de uma mulher poderosa em uma cultura violenta que precisava levar o legado de sua família adiante. Tem sido muito rico e instigante.

Você lançou seu primeiro livro infantil e também estreou como roteirista. Como vê sua criatividade e inspiração fluindo em diferentes áreas?
Sempre gostei de escrever. Sempre tive cadernos escritos pelas gavetas. Gosto muito de histórias. Seja atuando, seja escrevendo, estou sempre contando histórias. Como psicóloga, o trabalho também é com as histórias das pessoas. Então fiquei com essa vontade de expandir. Ainda me vejo escrevendo muita coisa.
Como é a sua relação hoje com Brasília, sua cidade natal?
Chegar em Brasília é sempre muito bom. Olhar o céus, as árvores contorcidas… me dá sempre a sensação de pertencimento. Nasci e cresci nessa cidade, tenho seus horizontes dentro de mim. Vou com frequência, tenho familiares e amigos por aí. Faço questão que meu filho também tenha memórias na minha terrinha.
Que conselho você daria, hoje, para a Rosanne que estreava na tevê há 20 anos, na minissérie JK?
Nossa, tantos…. acho que diria pra não se levar tão a sério, para fazer terapia logo, investir em si. E se preparar para a chegada das redes sociais e dos streamings!
O que você gostaria que os espectadores lembrassem de você e de seu trabalho?
Gostaria que lembrassem da diversidade de papéis que fiz como uma costura de humanidades. As pessoas são diferentes, e isso é lindo. Ao mesmo tempo, ninguém é uma coisa só. Que a gente possa abraçar o outro com alguma parte de nós mesmos, como procurei fazer com as minhas personagens.
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