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Lula acerta ao condenar o genocídio, propor o cessar-fogo, a independência da Palestina e uma ordem mundial justa

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No Egito, o presidente defendeu a paz. Na Etiópia, fomentou relações de cooperação com os países africanos

A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Egito e à Etiópia é mais um episódio da afirmação do Brasil no quadro da multipolaridade, contribuindo para soerguer uma ordem internacional justa e estabelecer a paz.

Nos ponunciamentos que fez no Egito, Lula demonstrou a vontade do Brasil de promover a solidariedade e buscar soluções políticas justas e viáveis aos conflitos internacionais, principalmente o mais agudo e grave da atualidade: a guerra genocida de Israel contra o martirizado povo palestino. Com a autoridade de um estadista provado, Lula defendeu o cessar-fogo imediato e duradouro, a intensificação da ajuda humanitária e o estabelecimento da paz. Condenou em termos veementes o Estado israelense, apontou a hediondez dos seus atos de genocídio, exemlificada, entre outras coisas, pela matança de mulheres e crianças. Defensor intransigente do direito internacional e do sistema das Nações Unidas, como manda a Constituição brasileira, Lula acusou Israel de violar a legalidade internacional em nome da noção de que a sua segurança só pode ser alcançada em detrimento da dos demais povos e, quanto aos palestinos, com o extermínio destes. “Israel tem a primazia de não cumprir decisões da ONU”, disse o líder brasileiro, apontando ao mesmo tempo as fragilidades do organismo multilateral que não faz valer as próprias decisões. 

Lula reiterou a posição histórica do Brasil em favor da criação do Estado Palestino independente, com pleno direito à autodeterminação, insistindo na solução dos dois Estados. Este último aspecto se tornou um tema ainda mais complexo, em face da ofensiva anexionista de Israel, não só em Gaza, mas também na Cisjordânia, e da persistência dos sionistas na meticulosa execução dos planos de limpeza étnica e extermínio da população palestina. Mas haverá tempo para os próprios palestinos e as nações solidárias do mundo encontrarem a solução mais adequada às novas condições. 

Em suma, as conversas de alto nível que Lula manteve com o mandatário egípcio, Abdel Sisi, sobre a situação no Oriente Médio e o apoio à causa palestina refletem o compromisso do Brasil com a paz e a estabilidade na região, bem como com a defesa dos direitos humanos e da autodeterminação dos povos.

A viagem do presidente Lula ao Egito e à Etiópia reveste-se também de outros aspectos abrangentes e significativos para o Brasil e o mundo. Marca mais um importante passo na caminhada do Brasil na construção de relações estratégicas com países-chave no Oriente Médio e na África. Além disso, sua participação na cúpula da União Africana destaca o crescente papel do país no concerto mundial, especialmente no Sul Global, onde busca promover a cooperação internacional e combater a influência econômica e política das grandes potências imperialistas.

No Egito, o presidente Lula discutiu uma série de temas fundamentais para a relação bilateral. Agradeceu ao presidente Sisi pelo apoio à repatriação de brasileiros que se encontravam na Faixa de Gaza, demonstrando a importância da cooperação mútua em momentos de crise e emergência humanitária. Outro ponto de destaque foi o incremento do comércio. A atuação conjunta das duas nações em fóruns internacionais, como o G20 e o Brics, foi objeto de discussão pormenorizada. 

A visita à Liga dos Estados Árabes representou uma oportunidade única para o Brasil fortalecer seus laços com os países árabes e ampliar sua influência na região.

Já na Etiópia, o presidente Lula foi convidado a participar da cúpula da União Africana, destacando a importância crescente do Brasil no continente africano. 

A adesão do Egito e da Etiópia ao Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), agora ampliado, fortalece ainda mais a cooperação entre esses países emergentes e estabelece uma nova dinâmica nas relações internacionais. O Brics representa uma alternativa ao domínio econômico e político das grandes potências imperialistas, promovendo um modelo de desenvolvimento mais justo e equitativo para o Sul Global.

A aproximação do Brasil com a África é estratégica não apenas do ponto de vista econômico, mas também político e cultural. A África é um continente de grande importância geopolítica e econômica, e o fortalecimento dos laços com os países africanos pode abrir novas oportunidades de cooperação em áreas como comércio, investimentos, energia, agricultura, educação e ciência e tecnologia.

Em um mundo cada vez mais interconectado e multipolar, a diplomacia do Brasil deve buscar ampliar sua presença e influência em diferentes regiões do globo, promovendo valores como a paz, a cooperação e o desenvolvimento sustentável. A viagem contribui nessa direção, consolidando parcerias e reafirmando o compromisso do Brasil com um mundo mais justo, cooperativo e pacífico. 

Sem resvalar para o idealismo, podemos afirmar que relações como as que o Brasil cultiva no âmbito do Brics e do Sul Global estão em linha com as principais tendências da época. Malgrado as dificuldades objetivas da situação mundial e uma correlação de forças complexa e desafiadora, vivemos mudanças profundas, instaura-se a multipolaridade e abre-se um espaço para o desenvolvimento dos países emergentes do Brics, em contraponto com o declínio das potências imperialistas ocidentais. Outrossim, o momento é propício para intensificar a luta pela afirmação dos elevados interesses dos povos e nações do Sul Global. 

Enfrentar esses desafios contemporâneos é contribuir para redefinir a ordem mundial de acordo com as aspirações dos povos. 

Com informações do Brasil 247

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Jornalista

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