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Inserção de vítimas de violência sexual no mercado de trabalho é foco de projeto do Sesi em parceria com Ministério Público do DF

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Jovens entre 15 e 21 anos participam do projeto. Trabalho começou em 2012.

Evento realizado na sede do MPDFT teve como objetivo atrair parceiros para apoiar o projeto Vira Vida. — Foto: Fernanda Bastos/g1 DF

Evento realizado na sede do MPDFT teve como objetivo atrair parceiros para apoiar o projeto Vira Vida. — Foto: Fernanda Bastos/g1 DF

Promover a inserção de jovens vítimas de violência sexual no mercado de trabalho. Este foi o objetivo do evento “Faça bonito: aprendizes, ‘bora’ virar vidas?” realizado nesta segunda-feira (15), na sede do MPDFT, um dos parceiros do projeto Vira Vida.

O evento é para marcar o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, lembrado na próxima quinta-feira (18)..

O projeto Vira Vida, implementado pelo Serviço Social da Indústria do Distrito Federal (Sesi-DF), atende adolescentes e jovens vítimas de violência sexual. O programa conta com acompanhamento psicossocial, auxílio financeiro, além de atendimento médico e odontológico e educação básica e profissional.

A.R., de 19 anos, é mãe de dois filhos e destaca que o projeto foi um “mundo de oportunidades”.

“Além de respeitar a nossa história, ajuda a gente a se reconstruir por inteiro, até nos vínculos familiares a gente melhora. É sair de um mundo que é só um quadrado e sentir que você pode voar. […] Me perguntavam qual era o seu sonho e eu não tinha. […] Posso dizer que hoje sou uma grande mulher, uma grande mamãe”, diz a jovem.

A jovem, que participou da 13ª turma do Vira Vida, fez um total de 26 cursos no projeto, além do EJA e do Ensino Médio. Atualmente, é estudante de nível superior em Gestão Pública e jovem aprendiz no MPDFT. Um dos sonhos de A.R. é cursar Direito.

Saiba mais sobre o projeto Vira Vida

Os jovens que participam do programa são enviados pela rede de enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes formada por Cras, Creas, Conselho Tutelar e PAV. Os órgãos identificam as vítimas de violência, que têm entre 15 e 21 anos, e indicam nomes para participar do Vira Vida.

Os casos são selecionados pela organização do Vira Vida, depois os adolescentes passam por uma entrevista, uma prova de Língua Portuguesa e uma roda de conversa. Depois de selecionados, os 100 jovens entram para o projeto que é dividido em quatro eixos metodológicos:

  • Educação: básica (EJA – Sesi) e profissional (Senai e Senac);
  • Psicossocial: desenvolvimento humano e atendimento psicossocial (Sesi);
  • Promoção de direitos: atendimento médico e odontológico (Sesc) e educação em direitos (IEDF);
  • Inserção socioprodutiva: tratamento pedagógico (Sebrae) e inserção socioprodutiva (entidades parceiras).

Para facilitar a inserção destes estudantes no mercado de trabalho por meio de vagas de jovem aprendiz, estágio ou vínculo empregatício direto, o programa Vira Vida tem duração de 12 meses e tem a parceria de outros órgãos do sistema S: Senai, Sesc, Senac e Sebrae, além de oito entidades parceiras (veja lista abaixo).

O local onde são realizadas as aulas e oficinas é na unidade Sesi João XXIII, no Gama. A carga horária do programa varia de acordo com o perfil do aluno, da disponibilidade e do grau de escolaridade de cada um.

Os benefícios concedidos durante os 12 meses de programa são:

  • Bolsa Auxílio Educação: R$ 500 mensais;
  • Auxílio Transporte: valor depende do local onde o estudante mora;
  • Três refeições por dia: café da manhã, almoço e lanche da tarde.
  • Uniformes;
  • Inserção socioprodutiva com a ajuda das entidades parceiras.

Maria Aparecida Lima, assessora de Responsabilidade Social do Sesi-DF e coordenadora do Vira Vida no DF, destaca que o programa, que permite que o participante tenha acesso a tratamento psicossocial, adquira conhecimentos e entre no mercado de trabalho, é um marco na vida dos jovens participantes.

“São indivíduos que não tinham sonhos, que não tinham acesso a nenhum equipamento público, eram indivíduos que estavam escondidos na dor, no sofrimento, porque eles são vítimas da pior pervesidade humana que é a violência sexual. E o Vira Vida vem, resgata esses meninos e devolve para a sociedade qualificados, com a saúde mental bem resolvida, bem melhor do que como chegaram. Cidadãos protagonistas”.

Para a 14ª turma, que vai finalizar o programa em junho de 2023, há um convênio entre a Secretaria de Justiça e Cidadania do DF e o Sesi-DF que destina R$ 3,8 milhões para o projeto. O recurso vem de emenda parlamentar de Rodrigo Delmasso, então deputado distrital em 2022, e hoje, secretário da Família e Juventude do Governo do Distrito Federal.

Desde 2009, quando o projeto começou a funcionar no DF, foram 679 alunos matriculados no Vira Vida. Destes, 595 concluíram o curso e 62,52% estão empregados, ou seja, atualmente, 372 estão inseridos no mercado de trabalho.

Empresas participantes

Empresas interessadas em contratar jovens contratados pelo programa devem entrar em contato pelo telefone (61) 3362-6019. Confira abaixo a lista das oito parceiras do Vira Vida no processo de inserção socioprodutiva no DF:

  • Assaí Atacadista
  • Caixa Econômica Federal
  • Latam Linhas Aéreas
  • Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)
  • Sabin Medicina Diagnóstica
  • Sicoob Empresarial
  • Sistema Fibra
  • Urbi Mobilidade

Parceria com o MPDFT

Em 2012, a parceria entre o projeto Vira Vida e o MPDFT começou com a contratação de 30 adolescentes por meio do programa Jovem Aprendiz. Durante os 11 anos de parceria, cerca de 124 jovens já foram atendidos e 15 integram o MPDFT atualmente.

“O projeto trabalha diretrizes de transformação de vidas, respeito e cuidado com a história de vida de cada jovem. Se queremos que eles assumam a direção das suas vidas, precisamos respeitar a história de cada um”, ressalta a coordenadora do Jovem Aprendiz no MPDFT e vice-procuradora-geral de Justiça do DF, Selma Sauerbronn.

Hoje, há 21 estagiários ou jovens aprendizes do projeto Vira Vida que estão atuando no MPDFT. Para 2024, a expectativa é de um total de 30 participantes.

Com informações do portal G1

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Jornalista

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