Com o espaço aéreo fechado em Israel, autoridades brasileiras presas no país devem ser retiradas em operação por terra após negociação conduzida por senadores. A situação de turistas, no entanto, continua incerta
A segunda-feira (16/6) começa com a expectativa de retirada de 13 autoridades brasileiras de Israel. Em negociação feita pelo Grupo Parlamentar Brasil-Israel, presidido pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores e com a embaixada do país no Brasil, as Forças de Defesa israelense devem escoltar o grupo, a partir das 7h30 no horário local (1h30 no horário de Brasília), até a Jordânia por via terrestre. “Está confirmado. A expectativa é de que o primeiro grupo saia amanhã (hoje), sim”, diz Carlos Viana.
O país está em combate com o Irã desde sexta-feira. Comitivas com brasileiros encontram-se em Tel Aviv, Jerusalém e Kfar Saba. Entre eles, está um grupo de evangélicos que foram ao país para uma missão religiosa, além de prefeitos e secretários estaduais convidados pela Embaixada de Israel no Brasil para a participação em um evento. Neste domingo, os ataques foram intensificados.
Os escoltados até a fronteira da Jordânia serão entregues à embaixada brasileira no país. De acordo com Carlos Viana, “Israel considera que o Brasil é hostil à política externa do país e tem dado, naturalmente, preferência a outros pedidos”. Embora o grupo parlamentar trabalhe para a retirada de todos os brasileiros das comitivas, há uma preocupação com os turistas que estão em Israel. “Não há previsão de como nós possamos retirá-los de lá”, explicou o senador. “Mas estamos aguardando e negociando com o governo de Israel uma saída e esperamos que o Itamaraty faça mais esforços, porque até o momento as negociações entre os dois países estão completamente paralisadas. Mas o governo brasileiro não tem conseguido dar as respostas necessárias”, relatou.
De acordo com um dos integrantes da comitiva do Governo do Distrito Federal que falou ao Correio sob a condição de anonimato, autoridades israelenses ofereceram, neste domingo, à comitiva de autoridades do GDF, a possibilidade também de deixar o país pela Jordânia. “Nos apresentaram a proposta para que avaliemos. Alguns têm receio de optar por isso. Outros, acham uma opção viável.”
Ontem, mais de 30 mísseis foram disparados em direção a Israel. “Cada um tem 500kg de explosivos que causam danos muito graves nas cidades atingidas”, disse o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine. A representação diplomática está em contato direto com as comitivas brasileiras tentando verificar como eles podem sair de Israel em segurança por via terrestre enquanto o espaço aéreo está fechado. “É nossa responsabilidade, são nossos visitantes no país”, disse o embaixador.
O estado de emergência em Israel foi estendido até o fim de junho. Com isso, há a possibilidade de que os brasileiros fiquem por esse período no país. “Depende, de uma certa maneira, da escolha deles, se eles querem sair só na parte aérea, então temos que esperar até que o espaço aéreo de Israel seja aberto”.
A saída pela Jordânia, devido aos bombardeios, deve ser verificada em tempo real. Questionado sobre o conflito de Israel contra a Palestina, o embaixador informou que o país tenta apenas eliminar a força do Hamas. “Fazemos isso de uma maneira com muita cautela, uma maneira bem lenta para evitar danos para os palestinos não envolvidos e para as forças israelenses”, comentou. Segundo Zonshine, o objetivo do Irã é a construção de uma arma nuclear, o que é uma grande preocupação de Israel.
Caravana retida
Uma caravana evangélica com 56 brasileiros, em missão religiosa na Galileia, também está retida em Israel. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores no Senado, informou, em suas redes sociais, que solicitou a inclusão do grupo nas tratativas de repatriação com a delegação brasileira. Desde o fim da semana passada, a comissão intensificou as articulações com o Ministério das Relações Exteriores (MRE) para viabilizar o envio de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) com o objetivo de repatriar os brasileiros que estão em Israel, entre eles governadores, prefeitos e secretários de 11 estados.
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