Comerciantes e moradores relatam aumento nos furtos, ameaças e queda nas vendas; número de pessoas em situação de rua na região chega a 173, segundo a Sedes
A sensação de insegurança entre os comerciantes de Taguatinga tem aumentado consideravelmente, especialmente devido à presença constante de pessoas em situação de rua na região central da cidade. A reportagem do Correio esteve no local para ouvir os lojistas e o relato foi unânime: as vendas caíram, e os casos de furtos e assaltos aumentaram.
William Silva, 28 anos, vendedor em uma farmácia há cerca de três anos, descreve a situação como opressiva. “Eles chegam intimidando, pedindo produtos da farmácia de graça. Quando a gente recusa, começam a falar em tom ameaçador. É uma situação muito desconfortável. A gente oferece água, tenta ajudar de alguma forma, mas eles sempre têm uma segunda intenção. Se vacilar, eles furtam mesmo. Quando chego de manhã, eles estão sempre dormindo na frente da loja. Isso gera uma sensação constante de insegurança”, relata.
De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal (Sedes), atualmente há 173 pessoas em situação de rua na região de Taguatinga.
Andreza Farias, 30 anos, trabalha há 13 anos em uma loja de açaí no centro da cidade e afirma que a situação só piora a cada ano. “A insegurança cresce muito por causa disso. Os clientes deixam de vir porque também se sentem vulneráveis. Muitos em situação de rua ficam aqui na porta, pedindo coisas de forma insistente. Às vezes, até ameaçam os clientes que não atendem os pedidos. Isso constrange e afasta o público”, afirma.
Segundo ela, as brigas entre essas pessoas em frente aos comércios são frequentes. “Todo dia, quando a gente chega, tem que pedir para eles saírem para podermos lavar as calçadas. Além disso, sofremos com os roubos. Os toldos da loja estão cortados porque eles furtam o alumínio. Vemos tudo pelas câmeras de segurança. Por causa disso, tivemos que trocar as portas da loja por modelos mais reforçados, porque eles tentavam arrombar durante a madrugada”, conta Andreza. “Uma situação que me marcou muito foi quando um deles entrou na loja completamente nu, causando um grande transtorno.”
Os moradores também relatam medo ao circular pela área comercial, mesmo durante o dia. Daniela Guedes Gomes, 47 anos, moradora de Taguatinga desde que nasceu, afirma que nunca presenciou nada parecido. “Está cada dia pior. Eles estão cada vez mais abusados. Acham que podem tomar conta, sujam as portas das lojas, deixam restos de comida e ninguém pode fazer nada. Isso é muito desagradável. Vivemos com medo, porque nunca sabemos o que esperar. O cidadão acaba refém dessa situação”, desabafa.
O gerente de um restaurante, que preferiu não se identificar, relata que a loja já foi furtada três vezes durante a madrugada, sempre por pessoas em situação de rua. “Eles roubam os toldos, que são caríssimos, e chegam a arrombar a loja. Sem falar no impacto direto nas vendas. Os clientes vêm, eles ficam pedindo nas mesas, os clientes se assustam, pedem a conta e vão embora. Alguns não voltam mais”, lamenta.
O Correio entrou em contato com a Secretaria de Desenvolvimento Social para saber quais medidas estão sendo tomadas em atendimento às reclamações da população. Até o fechamento desta edição, a pasta não havia enviado resposta.
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