Frente fria deve aliviar tempo seco enfrentado por brasilienses
Dias quentes e secos, acompanhados de noites frias e baixas umidades, são características marcantes do inverno brasiliense. Hoje, o Distrito Federal completa 101 dias sem chuvas
Distrito Federal registra mais de 100 dias sem chuvas – (crédito: Rafaela Martins/CB/DA Press)
Árvores tortuosas, gramíneas, arbustos e duas estações bem definidas. Para o brasiliense, que está acostumado a viver no cerrado, as características da vegetação são comuns, principalmente no mês de agosto. Há mais de 100 dias sem chuvas, Brasília não saiu do período de estiagem e, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o tempo deve persistir quente e seco, com as noites frias, até quinta-feira.
Distrito Federal registra mais de 100 dias sem chuvas Rafaela Martins/CB/DA Press
Morador da Asa Norte, João Antônio da Silva, 55 anos, espera ansioso pela chegada das precipitações. O analista de sistemas diz que a rotina de passeio com o pet da família, Linda, está comprometida pelo calorão.
“Busco me hidratar, faço atividade física, mas o tempo nessa época é ruim demais, pois sinto cansaço o tempo todo. Mesmo com o belo cenário dos ipês amarelos, eu torço para que uma chuva caia logo”, declara.
Segundo o Inmet, uma frente fria continental de origem polar vinda da Argentina se aproxima da região Centro-Oeste e deve gerar mudanças na situação climática a partir de quinta. O fenômeno vai diminuir os termômetros do Distrito Federal e aumentar a nebulosidade, possibilitando a desejada umidade.
Questão de saúde
Parceiros na vida e no esporte, o casal Mariana Barroso, 36 anos, e Fábio Medeiros, 46, fizeram uma pausa para hidratar o corpo e descansar a mente após a prática de exercício físico. A dupla, que frequenta o Parque da Cidade, revelou ao Correio que adora correr, mas que o tempo seco prejudica o rendimento. Advogado, Fábio é o que mais sofre com sintomas físicos. “Eu tenho bronquite e rinite, mas normalmente não ataca muito. Hoje, eu estava conversando com ela (Mariana) que estou me sentindo cansado, e o tempo que faço na corrida acabou aumentando”, falou.
O incômodo sentido pelo casal é um alerta do organismo. De acordo com o médico pneumologista e professor da Universidade de Brasília Ricardo Martins, as vias respiratórias ficam danificadas quando não há ingestão de líquidos.
“Estamos há 100 dias sem chuva e isso se reflete na qualidade do tempo que a gente vive. Com a umidade do ar baixa, o nosso organismo precisa muito de água, pois não é à toa que 60% da nossa composição corporal é constituída de água. A não hidratação do corpo acarreta diversos problemas, tanto doenças alérgicas quanto infecciosas, que prevalecem nesta época do ano”, orienta o pneumologista.
Fonte: Correio Braziliense
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