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Há 23 anos, programa Desperdício Zero faz da Feira do Produtor de Ceilândia uma referência na ajuda de pessoas em situação de vulnerabilidade social

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A relação que a Associação dos Feirantes dos Produtores Rurais e Atacadistas da Feira de Ceilândia e Entorno (Afeprace) tem com as pessoas mais necessitadas pode ser reconhecida pela realização do programa Desperdício Zero, que há 23 anos a feira desenvolve. Voltado para o atendimento de famílias carentes e instituições destinadas à assistência social, como lares de idosos, creches e centros de apoio psicossocial, o programa chega ao ano de 2023 como uma referência por ser um projeto que se mantém praticamente de forma autônoma e independente de qualquer apoio político.

“Não tenho apoio de nenhum empresário de Ceilândia e também não tenho apoio nem do governo distrital e nem do governo federal”, diz a diretora social da Afeprace e coordenadora-geral do Desperdício Zero, Joana Guedes.

Atualmente, com apenas dois funcionários, o programa é responsável para atender cerca de 16 instituições de caridade, além de famílias credenciadas a receber o benefício.

“É um trabalho árduo, mas é prazeroso. Eu passo de segunda a sábado, a minha profissão é pedir. Vou ao produtor, vou ao comerciante, vou nas outras instituições para conseguir até roupas. A pessoa vem aqui pegar sua cesta e pode também conseguir alguma roupa para sua família”, explica Joana, ao comentar que o programa também tem uma espécie de ‘brechó’ destinado à doação de roupas para pessoas carentes.

Para sobreviver todas essas duas décadas, o Desperdício Zero precisou contar, além da já mencionada determinação da coordenadora do programa, Joana Guedes, também com o apoio dos produtores rurais que comercializam na Feira do Produtor de Ceilândia, que são os maiores parceiros do programa.

Além desse apoio, conta Joana, há também o programa do Sesc, o Mesa Brasil, que faz uma troca de alimentos com o Desperdício Zero. “Eles nos doam aquilo que não temos e nós doamos a eles também, é uma parceria muito produtiva” diz a coordenadora. Alguns atacadistas, segundo ela, também contribuem com o projeto por meio de doação de alimentos.

“Quando não tem muita verdura no galpão da feira, e ao mesmo tempo tem muita gente pedindo, eu mesma vou até os produtores buscar. A Perboni, Messias, Tonho Artur, o atacadista de tomate, Arada, o Cleonaldo da Cenoura, Ronaldo da Cenoura, o Peixoto e tantos outros. Todos os feirantes que forem acionados a fazer algum tipo de doação de alimentos para o nosso programa Desperdício Zero, eles nunca dizem não”, ressalta Joana.

Segundo a coordenadora, só não amplia o número de pessoas atendidas e de funcionários que atuam no programa porque o Desperdício Zero caminha, desde sua fundação e até hoje, sem nenhum apoio governamental. Até mesmo programas afins, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do governo federal, que é voltado justamente para distribuição de alimentos para pessoas em situação de insegurança alimentar, de acordo com Joana, não contribuem.

“A burocracia é tão grande para conseguir PAA, já falei com várias pessoas para nos ajudar para fazermos uma parceria, mas eles não dão abertura para fazermos essa parceria”, diz.

Mesmo com todos os entraves e limitações, o Desperdício Zero continua em plena atividade atendendo famílias não só de Ceilândia, mas também Sol Nascente e Pôr do Sol, Samambaia e cidades da região do Entorno do DF. “É um trabalho sério, aqui damos com uma mão sem ficar esperando com a outra para pedir, a gente não vive de pires na mão”, argumenta Joana.

Ao poder público, a coordenadora do Desperdício Zero só faz um pedido, que é o aumento do efetivo e de rondas da segurança pública na região da feira, principalmente, durante a madrugada, já que a feira começa os trabalhos a partir das 4h da madrugada. “Peço ao nosso secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, que olhe com carinho a segurança da Feira do Produtor porque nós estamos a zero com relação a isso”, lembra.

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Jornalista

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