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Distrital Fábio Felix diz não ser ‘oposição panfletária’ e sustenta que seu mandato será popular

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O distrital falou com exclusividade o TaguaCei e defendeu a tese de um mandato popular e democrático; ele ainda criticou a privatização das estatais e o aumento de casos de feminicídio no DF  

Se você andar pelos corredores dos gabinetes dos deputados distritais na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), você passará por um que tem uma placa de rua com o nome da vereadora assassinada no Rio de Janeiro, Marielle Franco. O gabinete é o número 24, ao tomar posse, seu ocupante, o distrital Fábio Felix (PSOL), demonstrou, de forma prática e nada simbólica, como vai ser o seu mandato. Na ocasião, Fábio se envolveu numa polêmica sobre a escolha de gabinetes. Como ele é um dos principais representantes do público LGBT na Casa, não se incomodou em ocupar o gabinete 24, já que os demais deputados eleitos estariam resistindo em trabalhar no espaço por causa da relação popular que se faz do algarismo 24 e os gays.

Além deste ato praticado pelo deputado, houve também o caso envolvendo o governador Ibaneis Rocha. Tanto o governador quanto Fábio Felix são políticos de primeiro mandato, porém, esta peculiaridade não impediu-os de travar um embate durante encontro dos representantes do legislativo com os do executivo. Ibaneis chegou a chamar o distrital de “esquerdista” e se retirar da mesa de discussão, após os dois terem divergido sobre assuntos relacionados ao processo de militarização das escolas públicas do DF.

Porém, passado o êxtase dos primeiros meses de governo, Fábio se mostra bastante lúcido e sabedor do papel que ele precisa desempenhar no mundo político. Em entrevista exclusiva ao Jornal TaguaCei, o deputado afirma que não quer fazer “oposição panfletária”. Para ele, o DF é uma unidade da federação difícil de ser governada, mas isso não impede de ser fazer um governo. Assim o deputado diz que fará uma oposição ao governo de forma séria e realista.

O distrital Fábio Felix diz que não fará uma “oposição panfletária” – Foto: G1.com

“É um governo que tem se demonstrado muito debilitado. É um governo que não consegue atender às demandas de serviço das cidades, não conseguiu colocar as administrações para e atender às demandas imediatas das pessoas, e também não tem conseguido pensar as políticas públicas estratégicas como educação, saúde, segurança pública.”

O deputado disse que pretende modificar as tradicionais práticas de governança. “O que a gente quer é mudar um pouco essa lógica que os gabinetes e os mandatos têm da população. Os gabinetes tem que ser espaços abertos de diálogo permanente com o povo. […] A Casa precisa se conectar mais com a população.”

O deputado explicou que todas as suas emendas obedeceram aos resultados de editais e formulários públicos de inscrição que terão a função de ouvir a população, de forma direta e democrática, sobre os seus verdadeiros problemas. “Um grupo de trabalho que nós mantamos dentro do gabinete vai deliberar sobre como será a designação das emendas.”

Feminicídio

Fábio é um dos deputados que assinaram o requerimento de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para tratar de casos de feminicídio no DF. Ao todo, 20 parlamentares – o total é 24 – já assinaram em prol do requerimento, porém a comissão, segundo o deputado, ainda não foi instaurada.

Enquanto isso, casos de feminicídio e notificações de agressão e ameaças às mulheres crescem no DF, conforme ressalta o Relatório de Monitoramento dos Feminicídio no Distrito Federal, elaborado pela Secretaria de Segurança Pública.

Dados obtidos e divulgados pelo Correio Braziliense

“É uma epidemia, é gravíssimo, as mulheres não tem segurança para andar nem na rua, nem em casa com seus companheiros”, alerta Fábio. Ele diz que está trabalhando para que a CPI seja aberta para que então possa haver “condições objetivas para fazer uma análise mais apurada” sobre tais ocorrências. Segundo o deputado, somente este, o DF já registrou 26 casos de feminicídio.

Privatização

Outro posicionamento que demonstra um pouco com será a postura política do distrital, foi sua atuação na Frente Parlamentar em Defesa das Estatais do DF. Lançada para impedir a privatização de estatais, como Metrô, Codeplan, Caesb, CEB e Banco BrB, a frente tem sido um canal de comunicação entre a sociedade e poder público para saber os verdadeiros motivos do governo para optar pela venda das empresas públicas.

Governo diz que irá privatizar as principais estatais do DF: Metrô; Caesb; CEB; Banco BrB e Codeplan – Foto: Metrópoles.com

“A gente acha que esse é um debate que tem que ser feito de forma estratégica. Nenhum governador pode chegar e apontar para a privatização sem estudos técnicos, sem dialogar com a sociedade, sem entender o que aconteceu estruturalmente com esse patrimônio”, defende Fábio.

Ele ainda lembrou o fato de que Ibaneis garantiu durante campanha eleitoral que não privatizaria as estatais. “Mudou [o governador] de posição sobre a maioria dos temas; isso é fraude eleitoral; a população está muito indignada”, ressalta o deputado.

Militarização das escolas

Por fim, Fábio Felix se posicionou sobre o tema que contrariou o governador, a militarização das escolas. Segundo ele, o governo vende “uma ficção” para a população ao dizer que as escolas militarizadas irão melhor seus padrões de ensino e convívio. De acordo com o deputado, isso é impossível, pois o governo não está construído “colégios militar”, como os das corporações Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, mas, sim, “militarizando as escolas”. Para ele, o projeto não promoverá nenhuma “melhora real”, porque “os policiais não tem formação nenhuma na área pedagógica”.

Fábio Felix é contra a militarização das escolas; ele pede a revitalização do Batalhão Militar Escolar – Foto: Correio Braziliense

Como solução o deputado propõe a revitalização do Batalhão Escolar que, segundo ele, já teve um efetivo de mil policiais, hoje o número não passaria de duzentos.

Plenária Ceilândia

O deputado fará uma plenária para fazer um balanço do seu mandato e ouvir as demandas da população local, no próximo dia (19), às 15h, na Gaiola Hookah Lounge, em Ceilândia Centro, ao lado do Forte Atacadista. O evento é aberto ao público.

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Jornalista

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