“Houve falha da PMDF”, diz coronel à CPI sobre atos antidemocráticos
À CPI, coronel diz que é não tem como dizer que não houve falha da corporação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Reginaldo Leitão chefiava a inteligência da PMDF
O coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Reginaldo de Souza Leitão disse à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF), que “não tem como dizer que não houve falha da PMDF” durante os atos de 8 de janeiro, na Praça dos Três Poderes.
De acordo com o oficial, as informações que deveriam ser repassadas pelo Centro de Inteligência à parte decisória foram enviadas, mas a situação evoluiu muito rápido durante o deslocamento dos manifestantes do acampamento em frente ao Quartel-General do Exército para a Praça dos Três Poderes. “Não tem como dizer que não houve falha da PMDF, porque (de fato) houve. Houve o rompimento das nossas barreiras”, disse.
“Cabe a nossa instituição continuar valorizando o nosso efetivo de homens que são muito bem formados. Ressalto, ainda, que, após a invasão dos prédios, quem retomou a ordem foi a PMDF. Quem prendeu foi a PMDF. Quem continuou trabalhando para apoiar os demais órgãos foi a PMDF, através da inteligência. Acredito que houve uma falha nossa, ela tem de ser estudada. Caberá aos próximos gestores da PMDF identificar, para que isso não se repita”, completou o coronel.
O coronel chefiava o Centro de Inteligência até setembro, quando se desligou da função. Leitão era esperado na CPI em 26 de outubro, mas apresentou um atestado de 15 dias e a oitiva foi adiada. O coronel entrou no radar dos distritais por supostamente estar em um grupo de WhatsApp para acompanhar as manifestações de 8 de janeiro, junto com a ex-subsecretária de Inteligência nomeada por Anderson Torres, Marília Alencar.
Leitura e votação de relatório
O presidente da CPI dos Atos Antidemocráticos, deputado Chico Vigilante (PT), marcou para 29 de novembro a leitura final do relatório do deputado Hermeto (MDB).
A leitura ocorrerá às 9h e a expectativa é que Hermeto faça leve entre duas a três horas durante esse processo. O desejo dos distritais é que o relatório seja votado na parte da tarde, após o almoço. Conforme acordado pelos parlamentares, os deputados titulares da CPI terão 15 minutos para discutir, enquanto os suplentes, 10 minutos.
Tanto parlamentares da direita quanto da esquerda produzem relatórios paralelos para o caso de o documento de Hermeto ser derrubado. Apesar disso, o relatório do relator deve ser seguido pelos distritais, sendo sugerido emendas modificativas e supressivas. A única certeza é que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não estará entre os indiciados, mas ele será citado pelo relator no documento. Existe uma dúvida entre os distritais se todos os integrantes do comando da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) serão indiciados.
A data pode influenciar, também, os trabalhos legislativos dos distritais, já que, geralmente, votações de projetos ocorrem às terças e às quartas-feiras.
Com informações do Correio Braziliense
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