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Em situação de emergência, Hemocentro opera com 60% do estoque

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Reservas de sangue dos tipos O+, O- e AB- se encontram em nível crítico; doações, até o fim do mês, podem ser feitas sem agendamento

A queda no fluxo de doadores desde o início do ano, somada ao aumento da demanda por transfusões em função da epidemia de dengue, impactou os estoques de sangue da Fundação Hemocentro de Brasília (FHB). Atualmente, o Hemocentro opera com 60% do nível considerado ideal para atender a demanda da rede de saúde pública do Distrito Federal e hospitais conveniados.

Hemocentro adota o atendimento espontâneo para mobilizar a população a doar sangue | Foto: Renato Alves/Agência Brasília

“Se você já é doador e ainda não veio recentemente, venha; se você nunca doou, mas tem vontade de salvar vidas, agora é o momento”

Kelly Barbi, gerente de Captação de Doadores do Hemocentro

Devido ao nível de urgência, quem for doar sangue não mais precisará fazer agendamento no período da tarde. Até o dia 30 deste mês, doadores podem se dirigir diretamente à unidade hospitalar entre as 14h e as 18h. A necessidade é imediata para todos os tipos sanguíneos, mas o estoque sanguíneo de amostra dos grupos O+, O- e AB- estão com níveis mais preocupantes. 

“Vamos trabalhar com atendimento espontâneo para que a população entenda o nível crítico dos nossos estoques e se mobilize”, explica a gerente de Captação de Doadores do Hemocentro, Kelly Barbi. “Estamos vivendo uma epidemia de dengue com o número de casos aumentando vertiginosamente. Isso impacta o movimento dos doadores e impacta a demanda por transfusões de sangue, em especial de plaquetas.”

Plaquetas

Hemocomponentes gerados a partir da doação de sangue, as plaquetas têm validade de apenas cinco dias após produzidas. “Isso também é um fator alarmante, pois precisamos de um movimento maior para manter o estoque de plaquetas estável”, completa Kelly.

Em fevereiro de 2023, foram feitas 2.316 transfusões de plaquetas em hospitais da rede pública do DF e unidades conveniadas. Em fevereiro deste ano, o número saltou para 3.101 transfusões. Cerca de 30% delas são destinadas a pacientes internados com dengue. 

Neste mês, o Hemocentro vem registrando uma média de 127 doações de sangue por dia. Para manter o estoque em níveis seguros, o ideal é que haja 180 bolsas coletadas diariamente. Por isso, a gestora de captação reforça o apelo: “Se você já é doador e ainda não veio recentemente, venha; se você nunca doou, mas tem vontade de salvar vidas, agora é o momento. Convidamos todos aqueles que estão bem de saúde e atendem aos critérios”. 

Quem pode doar

Para doar sangue, é preciso ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 51 kg e estar saudável. Para quem passou por cirurgia, exame endoscópico ou adoeceu recentemente, a recomendação é consultar o site do Hemocentro para saber se está apto a doar sangue.

Em caso de dengue, é preciso aguardar 30 dias após o fim dos sintomas para se candidatar à doação de sangue. Para quem teve dengue hemorrágica, o prazo é de seis meses. Se você teve contato sexual com pessoas que tiveram dengue nos últimos 30 dias, também é preciso esperar 30 dias desde a última relação para doar sangue.

Quem teve gripe deve aguardar 15 dias após o desaparecimento dos sintomas para poder doar sangue. Quem teve covid-19, por sua vez, precisa aguardar dez dias após o fim dos sintomas, desde que sem sequelas. Se o quadro for assintomático, o prazo é contado da data de coleta do exame.

*Com informações da Fundação Hemocentro de Brasília

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Jornalista

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