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Portugueses vão às urnas pela 3ª vez em 3 anos

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Em clima de instabilidade política, a coligação Aliança Democrática do primeiro-ministro lidera as intenções de voto, depois o Partido Socialista e o Chega, de extrema-direta, que avança. Mais de 10 milhões eleitores devem ir às urnas hoje

Nos últimos três anos, os portugueses vão viver exatamente o mesmo número de eleições legislativas. Neste domingo (18) haverá a terceira. Mais de 10,8 milhões eleitores estão cadastrados. O voto é facultativo e o eleitor escolhe o partido político, não o candidato. Porém, o desânimo do eleitorado, a instabilidade política, acentuada por escândalos e disputas entre a direita moderada, a esquerda e a extrema-direita em torno do primeiro-ministro, Luís Montenegro, cercado por incertezas, rondam o momento.

Segundo a pesquisa, realizada pela Universidade Católica Portuguesa, a Aliança Democrática (AD), que é de direita moderada, tem 34% dos votos, enquanto o Partido Socialista (PS) deve ficar com 26% e o Chega, de extrema-direita, pode conquistar 19%. Em jogo, estão 230 cadeiras de deputados federais para o Parlamento.

Se essa previsão for confirmada Luís Montenegro ficará numa situação mais confortável com a maioria conquistada pela coligação Aliança Democrática (AD) dos partidos PSD e CDS, que o apoiam. Já o Iniciativa Liberal, pode atingir 8% dos votos. No total, 21 partidos e/ou coligações concorrem nessas eleições, inclusive, o Partido Liberal Social, que estreia nas urnas.

Tensão

A disputa tem no comando nomes de relevância para a política portuguesa, como na Aliança Democrática, Luís Montenegro, advogado, de 52 anos. O economista Pedro Nuno Santos, de 48 anos, do Partido Socialista, que se apresenta como o candidato da “mudança segura” e necessária para o país. É um crítico duro do atual primeiro-ministro. André Ventura, ex-comentarista esportivo de 42 anos, do Chega, intensificou o discurso da extrema-direita.

Às vésperas do final da campanha, Ventura desmaiou, passou mal durante uma caminhada eleitoral, quando sofreu um espasmo esofágico (contrações). Foi a segunda indisposição do candidato em menos de 48 horas. Embora fora de perigo, ele evitou participar de atos políticos na sexta-feira.

A campanha eleitoral curtíssima foi cercada de temas polêmicos e muitas discussão. A questão migratória predominou em muitos momentos, uma vez que 14% da população portuguesa é formada por estrangeiros. Aumenta a pressão, sobretudo da direita, para expulsão dos imigrantes indocumentados, o que atinge diretamente os asiáticos. Também entraram no debate a desaceleração da economia e o aumento dos impostos. Outros assuntos que vieram à tona foram a corrupção e os conflitos éticos, tendo como foco o primeiro-ministro Luís Montenegro.

Para entender o caso

A nova eleição legislativa foi convocada após a rejeição de uma moção de confiança ao então primeiro-ministro Luís Montenegro. O estopim da crise foi uma denúncia envolvendo a empresa Spinumviva, que pertencente à família dele, que supostamente recebeu repasses irregulares de cassinos, o que levantou suspeitas. Diante do escândalo, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa dissolveu o Parlamento e convocou novo pleito.

Quem é Quem 

Luís Montenegro, advogado de 52 anos, Aliança Democrática, teve sua gestão fragilizada diante das denúncias de corrupção na Espinho. Negou as acusações, mas assunto se manteve em pauta.

Pedro Nuno Santos, economista de 48 anos, Partido Socialista. Apresenta-se como o candidato da ”mudança segura” e necessária para o país. É um crítico duro do atual primeiro-ministro.

André Ventura, um ex-comentarista esportivo de 42 anos, do Chega, que se define como liberal, conservador e nacionalista. É favorável a mudanças na legislação penal e migratória. 

Brasileiros na terra de Cabral

Com a maior comunidade de brasileiros no exterior, há mais de 1 milhão vivendo em cidades portuguesas, o embaixador do Brasil em Portugal, Raimundo Carreiro, acompanha atentamente as eleições legislativas no país. É que a questão migratória esteve em discussão durante a campanha. Mas para ele, o vínculo entre as duas nações vai além de temas pontuais.

“As relações entre Brasil e Portugal estão ancoradas em laços históricos de amizade e interesses convergentes. Essas relações são prioritárias para ambos os lados. Dessa forma, são tratadas como uma política de Estado e de longo prazo pelos dois países, transcendendo conjunturas mais imediatas da política doméstica”, afirmou ao Correio Carreiro.

Segundo o embaixador, independentemente da corrente política, as três forças que lideram as intenções de votos pretendem preservar a parceria com o Brasil. Ele disse manter contato cordial e sem resistências com representantes políticos portugueses. 

“Os segmentos de política externa dos programas eleitorais dos principais partidos políticos de Portugal mencionam o Brasil como parceiro internacional importante, com o qual se deseja estreitar relações nos mais variados campos — político, cultural, econômico e em relação às respectivas diásporas e comunidades de lado a lado”, disse Carreiro. 

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Jeová Rodrigues

Jornalista

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