DF distribui 80 mil mudas a pequenos produtores para recuperar áreas degradadas
Recuperar recursos hídricos e auxiliar produtores rurais na recomposição de áreas permanentes de preservação (APPs) e reservas legais (RLs) é o principal objetivo do programa Reflorestar, da Secretaria de Agricultura do DF (Seagri-DF). O desenvolvimento da produção local aliado à preservação ambiental conta com a distribuição de 80 mil mudas.
O programa é desenvolvido na Granja Modelo do Ipê, no Park Way, que produz atualmente 54 espécies de mudas para serem distribuídas aos produtores, que já ajudou na recuperação de 800 hectares em todo o DF. Após solicitar a participação no programa, os produtores recebem uma visita técnica que irá avaliar a necessidade de regeneração ambiental na propriedade e como ela será realizada, o que inclui definir quais e quantas espécies serão utilizadas.
O diretor de Cadeias Produtivas e Projetos Agropecuários da Seagri, Fernando Costa, explica que a ideia é desonerar o produtor no cumprimento da legislação ambiental ao mesmo tempo em que estimula a geração de receita com frutos e demais espécies nativas com valor de mercado. “Além da parte econômico-financeira, temos o retorno quanto à melhoria das condições ambientais e recarga de aquífero”, afirma ao se referir à recuperação de rios e nascentes.
De acordo com o gerente de Produção Vegetal na Diretoria de Cadeias Produtivas e Projetos Agropecuários da Seagri, Athaualpa Costa, os projetos chegam à granja de diversas formas, mas a principal porta de entrada é pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater-DF) pela proximidade que do órgão com os produtores. Também é possível ingressar pela própria Seagri. Em todos os casos, basta solicitar uma visita técnica com o foco na regeneração ambiental para que seja agendada uma visita técnica. “As espécies mais ameaçadas no Cerrado são ipê, aroeira, além de frutos que além de serem muito interessantes para a preservação, têm grande potencial de mercado, que é uma demanda crescente. Então, fazemos o trabalho de recomposição com objetivo econômico”, explica o gerente. “A preservação sempre vai aumentar a produção. Estamos falando de sustentabilidade”.
O trabalho realizado pelo Reflorestar envolve uma análise cuidadosa das necessidades ambientais da propriedade. Em áreas degradadas de manancial, por exemplo, podem ser indicados o plantio de espécies como buriti, ingás ou pinhas-do-brejo. Mas não é uma regra. Em alguns casos, locais enxarcados podem necessitar de vegetação típica de locais secos e vice-versa, o que será avaliado pelos técnicos da Seagri.
A produção também auxilia na reinserção social de 10 reeducandos da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap).
Granja Modelo
A granja é uma importante área de preservação do DF que tem cerca de 580 hectares. Lá outros programas se integram ao Reflorestar, como o Banco de Sementes Comunitário. Por meio dele, os produtores pegam as sementes, fazem sua produção e depois as devolvem para o programa. O que garante a perenidade do programa, já que o banco sempre está apto a receber e atender novas demandas.
O projeto também oferece diversos cursos de capacitação voltados para a produção rural com preservação do meio ambiente, que conta uma produção por meio do sistema de agrofloresta, que agrega diferentes espécies em um mesmo espaço. Ela se aproxima da forma com que as plantas crescem na natureza, juntas e com variedade. O que traz diversidade e equilíbrio contra pragas e doenças.
Quem tiver interesse em participar do Reflorestar basta entrar em contato com a Seagri-DF, pelos telefones (61) 3051-6411/3380-3112, ou com a Emater-DF, no (61) 3311-9330. É necessário que o produtor rural tenha no mínimo dois hectares e desenvolva atividade agropecuária na propriedade.
Com informações da Agência Brasília
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