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Afastamentos por saúde mental crescem 110% nos primeiros meses do ano

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Levantamento mostra que casos relacionados à ansiedade, com diferentes manifestações clínicas, lideram os motivos para atestado médico, com 73%

Por Caetano Yamamoto* — Dados coletados junto a uma base de quase 30 mil empresas clientes da VR, representando mais de 1,2 milhão de trabalhadores, mostram um aumento de 110% nos números médios de afastamentos mensais por problemas relacionados à saúde mental nos primeiros meses do ano.

Foram registrados, entre janeiro e abril, 2.380 afastamentos, o que equivale a uma média de 595 por mês. No mesmo período do ano passado, foram 1.132 registros, com média de 283 mensais. Os números deste ano também revelam que, no quadrimestre, os afastamentos somaram 3.534 dias não trabalhados, com uma média de 884 dias. 

Do total de códigos CIDs (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) reportados nos atestados de afastamento do mês de abril, 58% foram causados por transtornos ansiosos; 27%, episódios de depressão, leve, moderada ou graves; e 15%, transtorno misto ansioso e depressivo. Dados confirmam ainda que casos relacionados à ansiedade, com diferentes manifestações clínicas, lideram nos afastamentos, com 73%.

O levantamento revelou também que o setor de consultoria liderou o registro de atestados médicos relacionados à saúde mental de abril, com 16% dos casos, seguido por varejo e comércio (17%, juntos), saúde (14%), construção e imobiliárias (11%) e indústria (10%). Por estado, São Paulo ocupa 40% dos afastamentos, Paraná (12,1%), Minas Gerais (7%) e Santa Catarina (6,4%).

“Com nosso serviço de registro de ponto, vemos o quanto questões de saúde mental impactam não só os trabalhadores, mas também os empregadores, sobretudo os pequenos e médios. O controle de jornada é fundamental para o equilíbrio e bem-estar dos trabalhadores, o que impacta positivamente o desempenho organizacional”, explica João Altman, diretor-executivo de Gente e Gestão da VR.

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) atualizou a Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), com foco na gestão de riscos psicossociais, devido à preocupação das questões emocionais e psicológicas no ambiente de trabalho, relacionado ao aumento de afastamentos. 

A mudança estabelece a obrigatoriedade de inclusão dos riscos psicossociais no Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), além de aspectos físicos, como ergonomia e acidentes, e passaram a ser considerados fatores como estresse, assédio, sobrecarga e insegurança emocional.

A legislação reforça a importância de ambientes mais humanos e acolhedores, capazes de promover o bem-estar integral dos colaboradores, e previne afastamentos relacionados à saúde mental. As empresas têm até maio de 2026 para se adequarem às novas exigências. 

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

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Jeová Rodrigues

Jornalista

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