Seguidores da peronista preparam para hoje uma grande marcha em Buenos Aires. A ideia é fazer um protesto em frente à Suprema Corte em reação à condenação da líder. O presidente Javier Milei amplia os poderes da polícia por decreto
Condenada a seis anos de detenção e impedida de disputar as eleições pelo resto da vida, a ex-presidente Cristina Kirchner, de 72 anos, ganhou uma disputa judicial. Ela poderá cumprir sua pena em prisão domiciliar em um apartamento, mas terá de usar tornozeleira eletrônica diferentemente do que a defesa dela gostaria. O local fica bem próximo ao Parlamento e foi transformado em referência para seus seguidores. A decisão foi autorizada pelo Segundo Tribunal Federal Oral (TOF 2), formado pelos juízes Jorge Gorini (presidente), Rodrigo Giménez Uriburu e Andrés Basso. A ordem contrariou a recomendação do Ministério Público.
No mesmo momento em que a Justiça concede essa prerrogativa para Cristina Kirchner, apoiadores da ex-presidente se organizam em manifestações na área onde está o apartamento. Cartazes foram fixados (foto) no bairro onde ela vive e, em um deles se lê “Não está sozinha”. Os seguidores da ex-presidente (2007-2015) e vice-presidente (2019-2023) mantêm uma esquema de plantão.
Para hoje foi convocada uma grande marcha até o Segundo Tribunal Federal Oral. Na tentativa de conter a manifestação, Milei assinou um decreto ampliando os poderes da polícia, inclusive para prisões. Apesar do frio que chegou a 11ºC em Buenos Aires, a fidelidade fala mais alto do que a baixa temperatura. “Vim de trem com a bicicleta e trouxe o saco de dormir para passar a noite aqui e amanhã (hoje) acompanhar a marcha”, disse à AFP Huara Gatti, de 33 anos e funcionária da área de Cultura da prefeitura de Rosario. Os manifestantes compartilham mate e outras bebidas quentes para suportar o frio. “É preciso estar aqui porque é um momento muito importante, muito triste, doloroso. É uma forma de dar um abraço à distância e que ela saiba que não está sozinha”, acrescentou.
O chefe de Gabinete de Ministros da Argentina, Guillermo Francos, avalia que essa “reação inicial” da militância tem curto tempo de duração. “Teremos que ver se isso se torna um espetáculo permanente. Esse não é o objetivo de uma condenação judicial”, afirmou à emissora A24.
Acusação
Cristina Kirchner foi julgada por fraude na província de Santa Cruz, no sul do país. A Suprema Corte se recusou a revisar o caso, alegando parcialidade e falta de provas. A ex-presidente foi condenada por participação em um suposto esquema de corrupção envolvendo contratos de obras viárias na região da Patagônia. Ela negou todas as acusações.
A decisão foi tomada dias após a ex-presidente anunciar sua candidatura a deputada nas legislativas provinciais de Buenos Aires, em setembro. Se eleita, obteria imunidade legislativa por quatro anos. Ela é hoje o nome mais forte e de referência na oposição contra o governo de Javier Milei.
No último dia 11, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou solidariedade à Cristina Kirchner, por intermédio das redes sociais. Segundo ele, notou “com satisfação, a maneira serena e determinada com que Cristina encara essa situação adversa e o quanto está determinada a seguir lutando”.
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