Rosilene Corrêa, que concorreu ao Senado pelo PT, fala sobre sua votação e destaca os perigos que a candidatura de Damares representa para o DF
Mesmo tendo recebido mais de 356 mil votos, a sindicalista Rosilene Corrêa (PT), que disputou uma vaga no Senado pelo Distrito Federal, disse à nossa reportagem que o resultado de sua votação representou “uma vitória”. Segundo ela, mesmo com todas as dificuldades de se fazer uma campanha sem muito custos financeiros e concorrendo com duas adversárias – Damares Alves e Flávia Arruda – que não só tinham apoio diretamente e indiretamente do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), e do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Corrêa não foi eleita. Ao comentar sobre a vitória de Damares Alves, que veio pelo Republicanos, ela comentou sobre os riscos que essa candidatura pode representar para a população local, uma vez que a senadora representaria uma política que precisa ser “derrotada no dia a dia”.
Para a sindicalista – Corrêa é uma das dirigentes do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) – sua campanha foi feita sobre a proposta de melhoria das condições de vida da população, com ênfase na educação pública. “Minha história, a minha trajetória foi vivendo a educação, seja como estudante, ou como professora, ou sindicalista. E por isso minha principal bandeira sempre foi a educação”, diz. “A educação é que muda o mundo, porque ela muda as pessoas e essas pessoas mudam o mundo.”
Sua candidatura era estratégica pelo fato de que, caso tivesse sido eleita, em um governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT passaria a ter um representante direto no Senado, o que hoje não acontece, uma vez que as duas vagas são ocupadas por dois senadores que fazem oposição a Lula e ao PT, que são o senador Izalci Lucas (PSDB) e Leila do Vôlei (Cidadania).
“Nós nunca tivemos tanto investimento na educação como tivemos nos governos do PT, e agora o que nós temos são cortes, que exatamente o oposto do que defendemos”, diz Corrêa. “Foi um período, por exemplo, em que a universidade de qualidade também era classe trabalhadora”, complementa.
Corrêa destaca que a preocupação com a qualidade da educação pública sempre foi uma bandeira do PT e de seus governos. Ela destaca que foi durante os governos petistas que, não só centenas de universidades e escolas técnicas foram construídas, mas como também se criou o Piso Nacional da Educação e o Plano Nacional de Educação.
Por fim, ao comentar sobre seu futuro político, Rosilene Corrêa ressalta que o seu objetivo, no momento, é de defender a eleição do ex-presidente Lula. “Qualquer decisão, hoje, é precoce, pois nossa meta principal agora é de eleger Lula. Mas estaremos sempre pensando no coletivo e essa decisão [do que fazer] vai se dar na hora certa.”
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