Deputada Lucinha é afastada por suspeita de ligação com milícia do RJ
Afastamento foi determinado pela Justiça e não tem prazo para acabar. A deputada, do PSD, também foi alvo de operação da PF nesta segunda-feira, que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ela
A deputada estadual do Rio de Janeiro Lúcia Helena Pinto de Barros, conhecida como Lucinha, foi afastada do cargo por tempo indeterminado, conforme determinação do Tribunal de Justiça do estado. Nesta segunda-feira (18/12), a parlamentar do PSD é alvo de investigação da Operação Batismo, da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por suposto envolvimento com a milícia de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho.
O grupo comandado por Zinho é uma das milícias mais poderosas e violentas do Rio de Janeiro, com atuação expressiva na zona oeste da capital fluminense, nas regiões de Campo Grande e Santa Cruz. A investigação da PF aponta que Lucinha seria o braço político da organização, chamada de “madrinha” pelos milicianos. Acusado de uma série de crimes, Zinho está foragido.
Como parte da investigação, a Justiça expediu oito mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Lucinha, entre eles a casa dela, em Campo Grande, e o gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A deputada também está proibida de frequentar as sedes da Alerj, tanto o Prédio Tiradentes quanto o Alerjão, a nova sede da Assembleia.
Além de Lucinha, é alvo de investigação Ariane de Afonso Lima, uma das funcionárias da parlamentar.
“Desejo que a deputada consiga esclarecer no seu juízo probatório a inocência dela. Eu acho que a ampla defesa, o contraditório, tem que prevalecer sempre”, afirmou o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (PL), ao g1. Bacellar ainda disse que a Assembleia Legislativa e o governador do estado [Cláudio Castro] tentam combater o caos na segurança pública do Rio.
Operação é desdobramento de investigação para capturar Zinho
A ação desta segunda-feira é desdobramento da operação Dinastia, deflagrada em agosto do ano passado pela PF, com objetivo de capturar Zinho e prender pessoas ligadas a ele, sob acusação de “matança generalizada” entre facções no Rio. Até agora, oito dos comparsas do líder miliciano foram presos.
Quebras de sigilos telefônicos e telemáticos de suspeitos teriam revelado o envolvimento de Lucinha e sua assessora Ariane com a cúpula de Zinho, segundo apuração da TV Globo com o Ministério Público e a polícia.
A deputada é suspeita de interferir na segurança pública do Rio para soltura de comparsas da facção presos em flagrante; de tentar alterar o comando do batalhão da PM em Santa Cruz, área de atuação da milícia; de vazar informações policiais sobre operações da polícia que buscavam capturar milicianos; e de favorecer o transporte público de vans na Zona Oeste, sob comando da milícia.
Até o momento, Lucinha não se pronunciou sobre a operação. O Correio entrou tenta contato com a assessoria da parlamentar, mas não obteve resposta até o momento. O espaço permanece aberto para eventual manifestação.
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