Lula x Israel: o que é ser “persona non grata” diplomaticamente
Após comparar guerra na Faixa de Gaza ao holocausto, na 2ª Guerra Mundial, Lula foi considerado “persona non grata” em Israel
Uma expressão em latim ganhou o mundo após a revolta das autoridades israelenses com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista se tornou “persona non grata” no país, o que significa na tradução literal “pessoa indesejada”.
No domingo (18/2), um dia após se reunir com o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Lula comparou os ataques à Faixa de Gaza ao massacre promovido por Hitler contra judeus durante a 2ª Guerra Mundial.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse.
O assunto é delicadíssimo para os israelenses. E a resposta foi quase imediata. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um forte pronunciamento contra as palavras de Lula e avisou ter chamado o embaixador brasileiro no país para uma reunião.
Depois, o chanceler Israel Katz detalhou que fará uma reprimenda a Frederico Meyer nesta segunda-feira (19/2), no Museu do Holocausto Yad Vashem.
A história da persona non grata
Do ponto de vista diplomático, esse termo adquire significados profundos. Ele se refere a estrangeiros cuja entrada ou permanência em determinado país é proibida, conforme estabelecido pela Convenção de Viena para Relações Diplomáticas de 1961.
De acordo com o artigo 9º do tratado, um país tem o direito de declarar qualquer membro do pessoal diplomático persona non grata “a qualquer momento e sem ter de explicar a sua decisão”. Foi o que fez Israel com Lula, deixando claro que espera uma retratação do presidente brasileiro.
Tal declaração representa a forma mais enérgica de censura que um país pode impor a diplomatas estrangeiros, uma vez que gozam de imunidade diplomática, sendo protegidos contra detenções e outras formas de processo.
A utilização do termo não exige justificativas formais, resultando em uma ampla gama de motivos que levaram à sua aplicação ao longo da história. Frequentemente, é empregado como gesto simbólico para expressar descontentamento com as ações de outro país ou entidade.
Durante a Guerra Fria, a designação persona non grata foi utilizada de forma retaliatória, evidenciando as tensões geopolíticas da época.
Com informações do Metrópoles
Quer ficar por dentro do que acontece em Taguatinga, Ceilândia e região? Siga o perfil do TaguaCei no Instagram, no Facebook, no Youtube, no Twitter, e no Tik Tok.
Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre Ceilândia, Taguatinga, Sol Nascente/Pôr do Sol e região por meio dos nossos números de WhatsApp: (61) 9 9916-4008 / (61) 9 9825-6604.
- OAB Nacional exige responsabilização por ameaças à democracia
- Ibaneis propõe reduzir ITBI para 1% em imóveis novos e prontos
- Após ajustes, governo corta mais R$ 6 bilhões do Orçamento deste ano
- É falso conteúdo dizendo que parcela de janeiro do Bolsa Família será paga junto à de dezembro
- Moraes determina sigilo extremo no inquérito sobre golpe