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Eduardo Bolsonaro se diz perseguido e vai pedir “asilo” aos EUA

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Deputado afirma ser vítima de uma “ditadura” e que vai se licenciar do mandato para permanecer nos Estados Unidos. Em terras americanas, pretende trabalhar contra o STF

Com receio de ser impedido pela Justiça de deixar o país, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou, nesta terça-feira, que vai se licenciar do cargo na Câmara para continuar a fazer pressão, nos Estados Unidos, contra decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele também disse que pedirá “asilo político” aos EUA.

Eduardo foi ao menos quatro vezes aos Estados Unidos desde a posse de Donald Trump, em janeiro, e manteve uma rotina de encontros com autoridades norte-americanas para dizer que sua família é vítima de uma “ditadura” em curso no Brasil.

“Irei me licenciar sem remuneração para que possa me dedicar integralmente e buscar as devidas avaliações aos violadores de direitos humanos. Aqui posso focar em buscar as justas punições que Alexandre de Moraes e sua Gestapo da Polícia Federal merecem”, disse o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em vídeo publicado em seu canal do YouTube.

“O que o ministro do Supremo Tribunal Federal e seus cúmplices estão tentando fazer é usar justamente o meu mandato como cabresto, como ferramenta de chantagem e coação do regime de exceção. Como instrumento para me prender e impedir que eu represente os melhores interesses para o meu país. (…)”, prosseguiu. “Tenho certeza de que o meu eleitor também entende que o meu trabalho neste momento é muito mais importante aqui nos Estados Unidos do que no Brasil.”

Eduardo está nos EUA desde o fim de fevereiro. Ele embarcou no mesmo dia em que o PT pediu ao STF a apreensão de seu passaporte sob a alegação de que o deputado atuou contra o próprio país ao fazer lobby por reprovações internacionais a Alexandre de Moraes, ao Supremo e ao governo brasileiro.

À tarde, em entrevista à revista de direita Timeline, o deputado chorou ao falar sobre ficar longe do ex-presidente. “Meu pai, é claro que ele queria o filho perto dele”, afirmou, com voz embargada. O parlamentar, então, se abaixou para chorar fora do foco da câmera. “Eu não gosto de parecer que estou me vitimizando, mas é uma possibilidade real de eu nunca mais ver meu pai. Mas é a vida adulta também, sacrifício.” À CNN, contou que não tem voo marcado para voltar ao Brasil. “Devo fazer o pedido de asilo político ao governo dos Estados Unidos.”

Embora Eduardo tenha dito, ao longo dos últimos dias, que o seu passaporte seria apreendido, Moraes mandou arquivar nesta terça-feira o pedido para reter o documento. A decisão atende à recomendação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que não viu elementos suficientes que comprovem atividade ilegal.

“Os relatos dos noticiantes não contêm elementos informativos mínimos que indiquem suficientemente a realidade de ilícito penal, justificadora da deflagração da pretendida investigação”, diz o PGR, Paulo Gonet.

A manifestação pegou deputados e senadores do PL de surpresa. Uma coletiva para falar sobre a situação de Eduardo foi cancelada depois da resposta da PGR. Outro motivo foi uma reunião de líderes da Câmara para definir os comandos das comissões permanentes da Casa. Com Eduardo fora da jogada — ele seria a indicação do PL para a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Creden) —, os parlamentares precisaram articular novos acordos. O partido deve indicar o líder da oposição na Câmara, o deputado Zucco (PL-RS) para o posto.

Lágrimas

Depois do anúncio feito pelo filho, Bolsonaro foi ao Senado para participar da apresentação de uma exposição sobre o Holocausto. Ao lado da ex-primeira-dama Michelle; do filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e de aliados no Congresso, ele chorou ao falar sobre Eduardo.

“Hoje está sendo um dia marcante para mim”, disse, com a voz embargada. “O afastamento de um filho, um filho que se afastou mais do que por um momento de patriotismo. Se afastou para combater algo parecido com o nazifascismo que cada vez mais avança no nosso país.”

Na solenidade, havia representantes nacionais e internacionais da comunidade judaica. O embaixador de Israel, Daniel Zonshine, também participou. “Com todos os problemas que nós esperamos ter no momento (referindo-se à ação judicial que pode resultar em sua prisão, se for condenado), não se comparam ao que os nossos irmãos judeus viveram no passado”, frisou.

Ele também compartilhou sua boa relação com Benjamin Netanyahu e com Trump. “Prezado embaixador, leve meu abraço ao prezado Benjamin Netanyahu. Fui convidado, há pouco, a ir para o seu país. Pegaram meu passaporte. Fui convidado a comparecer à posse de Trump. Também confiscaram meu passaporte. Mas meu coração está com vocês. Estou em pensamento com o povo americano. Tenho profundo respeito, admiração e gratidão a Donald Trump. Sei que no momento ele vai envolver o meu filho”, ressaltou.

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Jornalista

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