
Rússia promete resposta se for atacada por mísseis dos EUA
A decisão do presidente dos EUA, Joe Biden, de permitir que a Ucrânia ataque alvos na Rússia utilizando mísseis americanos de longa alcance provocou uma reação indignada do Kremlin. Faltando dois meses para o fim de seu mandato, Biden finalmente cedeu aos apelos da Ucrânia, que alega a urgência de atirar em alvos mais distantes dentro da Rússia para degradar as forças inimigas de forma mais eficaz.
A Casa Branca está flexibilizando os limites sobre esses alvos russos, depois de afastar a medida em meio a temores de uma escalada no conflito e de provocar um confronto direto entre a Rússia e a Otan.
As novas diretrizes para ataques na Rússia ainda não estão claras. A mudança, porém, veio depois de EUA, Coreia do Sul e Otan terem declarado recentemente que tropas norte-coreanas estão na Rússia e, aparentemente, serão mobilizadas para ajudar o Exército russo a expulsar forças ucranianas da região fronteiriça de Kursk. O território foi tomado pela Ucrânia este ano.
Em entrevista coletiva ontem, o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, mencionou um comunicado emitido pelo presidente russo, Vladimir Putin, em setembro, no qual ele disse que permitir que a Ucrânia atacasse a Rússia ampliaria significativamente os riscos do conflito.
A iniciativa mudaria drasticamente “a própria natureza do conflito”, disse Putin na ocasião, acrescentando que isso significaria que os países da Otan estariam em guerra com a Rússia. Em um outro posicionamento do governo russo, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que Moscou responderá de forma apropriada se a Ucrânia usar os mísseis.
“O uso de mísseis de longo alcance por parte de Kiev para atacar nosso território significaria o envolvimento direto dos EUA e de seus satélites nas hostilidades com a Rússia, e uma mudança radical na essência e na natureza do conflito”, ressaltou a chancelaria russa, horas depois da autorização do governo americano. “A resposta da Rússia neste caso será apropriada e marcante.”
Lançamentos
A Ucrânia sinalizou ontem um novo senso de urgência após a decisão do governo Biden, com políticos ucranianos sugerindo que os primeiros lançamentos ocorreriam em breve e sem aviso prévio.
Mas pairando sobre a nova autorização para tentar ataques mais profundos estava a iminente ascensão do presidente eleito Donald Trump à Casa Branca, em janeiro. Não está claro o quanto da política do governo Biden para Ucrânia sobreviverá quando o republicano assumir o cargo, incluindo essa mudança mais recente O presidente eleito tem se mostrado cético em relação à continuidade da ajuda americana à Ucrânia e disse que quer uma resolução rápida para a guerra – sem dizer como.
“O impacto pode ser mais político, embora com uma janela de oportunidade cada vez menor”, disse Matthew Savill, diretor de ciências militares do Royal United Services Institute, organização britânica de pesquisa de defesa. “Os ucranianos precisam convencer o novo governo dos EUA de que ainda vale a pena apoiá-los – na visão transacional do presidente Trump, um ‘bom investimento’.”
Autoridades e analistas americanos disseram que não esperavam que a mudança de política alterasse substancialmente o curso da guerra, e comentaristas pró-Kremlin chamaram a mudança de uma decisão política destinada a reduzir as opções de negociação para Trump.
O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, falando em seu discurso noturno no domingo, sugeriu que não haveria aviso prévio sobre os primeiros lançamentos. “Golpes não são infligidos com palavras”, disse. “Os foguetes falarão por si mesmos.” (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
Com informações do Jornal Brasília
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