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Blocos de Brasília têm intérprete de Libras para foliões surdos

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Grupos que têm recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) devem oferecer ao menos um ‘instrumento de acessibilidade comunicacional’. No Setor Carnavalesco Sul, todas as apresentações contam com intérpretes e telão para dar visibilidade às traduções.

O intérprete de Libras Virgílio Soares, durante apresentação no Setor Carnavalesco Sul  — Foto: Reprodução/Setor Carnavalesco Sul

O intérprete de Libras Virgílio Soares, durante apresentação no Setor Carnavalesco Sul — Foto: Reprodução/Setor Carnavalesco Sul

 

Foliões de Brasília têm, neste carnaval, recursos para promover a inclusão de pessoas com deficiência visual ou auditiva nos blocos de rua. A exigência consta nos editais do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec) para fomentar os espetáculos deste ano.

Para que todos os foliões desfrutem da festa, a secretaria exige a presença de intérprete de Libras em pelo menos uma apresentação. Além disso, todos os blocos que saem com fomento do FAC devem oferecer ao menos um “instrumento de acessibilidade comunicacional”, tais como legendas em português, áudio descrição, Braille, entre outros, respeitando a linguagem de cada projeto e as necessidades do público alvo.

A determinação está na portaria nº 9 de 20 de janeiro de 2023, que apresenta as diretrizes para a execução da Política Cultural de Acessibilidade em Brasília. No Setor Comercial Sul – onde ocorre o tradicional Setor Carnavalesco Sul, todos os blocos contam com intérpretes de Libras e telão para dar visibilidade às traduções.

“A inclusão faz toda a diferença para quem trabalha com festas, e a inclusão pela comunicação está se fortalecendo nos últimos anos”, afirma Érica Cidade, do Setor.

“A primeira vez que vi uma intérprete de Libras foi no Setor Carnavalesco em 2020, logo antes da pandemia. Foi muito marcante. Ela se destacava em cima do palco, toda paramentada, interagindo o tempo todo a partir de seu cantinho, numa comunicação corporal muito forte, que levava a emoção para o público”, conta Érica.

 

Segundo o professor de libras da Universidade de Brasília (UnB) Messias Ramos Costa, há diferentes tipos de surdez, com diferentes tipos de necessidade.

“Há o surdo que sinaliza, que usa a libras; o surdo que é oralizado, que precisa da legenda, que tem algum tipo de resíduo auditivo; e também há o surdocego. Com isso, precisamos olhar pra cada uma dessas especificidades e possibilitar a inclusão de cada um desses grupos”, diz Messias.

 

Para o professor, que é também surdo sinalizante, políticas de governo precisam fazer com que a língua de sinais esteja em todos os espaços culturais.

“O surdo precisa entender do que trata a música, sua letra, o tema, e a presença do intérprete de libras irá possibilitar isso. É de suma importância introduzir o surdo na cultura brasileira, como na questão da própria comunicação, tirando o surdo da exclusão”, aponta o professor.

Fonte: G1

Jornalista

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