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Cozinha do Hospital de Base, em Brasília, está em ‘calamidade sanitária’, diz Conselho de Enfermagem

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O Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) realizou uma fiscalização na cozinha do Hospital de Base, em Brasíliaalvo de denúncias de sucateamento feita por funcionários em fevereiro deste ano.

Na primeira nota divulgada, o Coren informou que as fotos haviam sido realizadas na última sexta-feira (17). O Iges, no entanto, afirmou que a visita foi realizada no dia 11 e que melhorias já foram feitas no local desde então. Às 14h deste domingo (19), o conselho retificou a data e confirmou a informação repassada pelo Iges.

De acordo com o Coren, a área do hospital está em “situação de calamidade sanitária”. A unidade de saúde é administrada pelo Instituto de Gestão Estratégica da Saúde (Iges-DF), que afirmou, à época das denúncias, ter conhecimento das condições do hospital, mas não ter responsabilidade sobre o caso.

Cozinha do Hospital de Base

A reforma imediata da cozinha e dos banheiros do Hospital de Base, além da dedetização do espaço, foi determinada pela então governadora em exercício Celina Leão (PP), no dia 23 de fevereiro. À época, ela informou que as refeições passariam a ser produzidas em outro local. Ao g1, o Iges afirmou já ter feito reparos, como no teto e no ar condicionado da cozinha. O instituto disse ainda que não foi notificado pelo conselho.

“O ambiente onde é preparada a alimentação de servidores e pacientes está tomado por sujeira, ferrugem, infiltrações, paredes mofadas, lixo jogado, piso danificado, instalações degradadas, comida mal acondicionada e estrutura completamente destruída”, afirmou o conselho.

Em nota, o presidente do Coren-DF, Elissandro Noronha, classificou a situação como “degradante” e “inacreditável”.

“As instalações de um dos principais hospitais da capital do país mais parecem uma rodoviária abandonada. Onde está a vigilância sanitária, que permite uma coisa dessas? Se fosse uma instituição privada, jamais receberia alvará de funcionamento”, afirmou Noronha.

Relatório da CLDF

No último dia 7, a Comissão de Saúde da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) divulgou um relatório sobre a visita que realizou no Hospital de Base, em Brasília, no último dia 24. O documento apontam falta de manutenção em várias partes do hospital, como cozinha e alojamento dos profissionais.

Segundo o relatório, “ficou constatado que não existe manutenção predial em nenhum espaço ou mesmo a conservação mínima para a existência de um serviço de saúde”. A comissão quer saber quais medidas estão sendo adotadas para resolver os problemas detectados na vistoria.

Em nota, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF) disse que atenderá as recomendações feitas pela comissão e que tem “total interesse” em promover melhorias. O instituto afirmou ainda que o núcleo de manutenção predial do Hospital de Base realizou mais de 7 mil melhorias na unidade de saúde em um ano, desde que o contrato de manutenção foi assinado.

Quando a situação do hospital veio à tona, o Iges disse ter conhecimento dos problemas, mas que parte deles, como os verificados na cozinha, são responsabilidade da empresa Salutar, que presta serviços.

Já a empresa Salutar afirma que os problemas de infraestrutura “são fruto da falta de planejamento para realização de manutenções preventivas, aos quais são resolvidos com empresas de manutenção predial e não de alimentação”.

O relatório destaca que, na cozinha, foi encontrado mofo no teto e acúmulo de água que cai nos alimentos e nos servidores que trabalham no local. Além disso, há fiação exposta, ralos levantados no piso e panelas em péssimas condições.

Os distritais também apontaram problemas nos alojamentos dos profissionais de saúde, salas de exame e banheiros, que estão completamente danificados.

O documento elaborado pela comissão aponta que, ao longo de cinco anos, o Iges recebeu cerca de R$ 3,2 bilhões da política pública de saúde. Para a comissão, as condições atuais do prédio levam ao adoecimento dos profissionais de saúde e o risco de infecções para pacientes e acompanhantes.

A comissão propôs também cobrar, junto ao Tribunal de Contas do DF, as prestações de contas do Iges entre 2018 e 2019, além de convocar representantes do instituto e da Secretaria de Saúde para esclarecer irregularidades.

O que diz o Iges

“O IgesDF esclarece que a visita ocorreu no dia 11/3/23.

O Hospital de Base ainda não foi notificado pelo Conselho Regional de Enfermagem. Assim que isso ocorrer, todas as considerações serão apuradas.

As melhorias internas já apontadas no Hospital de Base, que aparecem em algumas imagens já divulgadas pelo Coren-DF, foram tratadas e algumas inclusive estão concluídas, como reativação dos exaustores e das coifas; higienização da cozinha em áreas como paredes, rodapés e rejuntes; troca de lâmpadas e higienização das luminárias; reparos nas tomadas industriais da cozinha; reparos na cobertura da cozinha e no ar condicionado do refeitório.

Outras melhorias foram iniciadas, como a pintura do teto da área de montagem de refeições e do teto e das paredes da área de lavagem de panelas.

Em referência à cozinha, a reforma foi iniciada pelos vestiários/banheiros.

A Salutar, empresa responsável pela alimentação e pela cozinha do Hospital de Base, está sendo notificada pelas questões que lhe cabem e será punida.”

 

Com informações do G1-DF

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