A campanha contra a gripe foi ampliada para todos, a partir dos seis meses de idade. Brasilienses elogiam agilidade no atendimento e reforçaram a importância da imunização
A espera acabou e a vacinação contra gripe foi ampliada para toda a população acima de seis meses de idade. Ontem, no primeiro dia da ampliação da campanha de vacinação contra a gripe no Distrito Federal, o movimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) foi tranquilo. A expectativa da Secretaria de Saúde (SES-DF) é imunizar 90% da população. Atualmente, o estoque conta com 300 mil doses, que está disponível em 164 salas de vacina nas UBSs do DF. Clique aqui e veja onde se vacinar.
Para se imunizar, basta apresentar um documento de identidade e, se possível, a caderneta de vacinação. A lista completa dos locais está disponível no site da secretaria. A ação tem o objetivo de conter o avanço do vírus influenza, responsável pelo aumento de casos de doenças respiratórias e, consequentemente, de óbitos no país. A imunização deste ano protege contra os vírus H1N1, H3N2 e tipo B, e pode ser aplicada junto com outras doses do calendário vacinal.
Imunizados
Na UBS 2 da Asa Norte, filas pequenas e atendimento rápido marcaram o início da nova fase da campanha. Quem aproveitou a oportunidade foi o pizzaiolo Mozart Gonzalez, 22 anos. “Eu achei muito bom a ampliação para todas as idades. Tenho um amigo enfermeiro que me avisa antes, então já fico atualizado. Eu moro perto do posto, então fica muito mais fácil. Vou viajar logo, por isso é bom já estar seguro e imunizado”, contou ao Correio.
A administradora Débora Ingrisano, 45, disse sentir-se aliviada ao ver a iniciativa do governo de proteger todos. “Todo mundo tem que se vacinar. Para mim, é prioridade manter as vacinas em dia, principalmente, por causa da minha família. Vacina salva vidas”, disse.
Para Lucas Barroso, 32, funcionário público, a vacinação é uma forma de proteção, especialmente após ver seu pai sofrer complicações pela gripe. “Ele ficou internado um tempo, foi bem forte, mas agora ele tá recuperando. Então, vim como forma de prevenção. Toda vez que abre a vacinação, eu venho. Espero que mais pessoas venham e possam conscientizar a todos ao seu redor”, declarou.
O servidor público Tiago Mendes, 35, faz questão de deixar todas as vacinas em dia. “Sempre venho no primeiro dia que libera. Acho importante me proteger porque ajudamos a evitar sobrecarga no sistema de saúde. A vacina está disponível e é de graça, não tem motivo para não vir. Brasília até demorou um pouco, mas assim que liberou, decidi me vacinar”, ressaltou.
A estudante Ariane Souto, 23, também compareceu à UBS 2, no início da manhã. Para ela, manter a vacinação em dia é parte da rotina. “Desde pequena, todos os anos, eu venho vacinar. Tenho alguns problemas de saúde, então para mim a vacina é essencial. As pessoas que também têm algum problema de saúde, podem acabar tendo uma complicação maior”, alertou. Ariane ainda contou que esperou bastante a chegada desse dia. “Estava aguardando a liberação para o público geral e hoje estou muito feliz por me imunizar”, completou.
Prevenção
O vírus influenza é atualmente a principal causa do aumento de óbitos por doenças respiratórias no Brasil. De acordo com estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), a vacinação contra a gripe reduz em até 35% o risco de hospitalizações entre pessoas dos grupos de alto risco.
A campanha, iniciada em 25 de março, era voltada apenas aos grupos prioritários. Até a última terça-feira, 272 mil doses de imunizantes haviam sido aplicadas no público-alvo. Somente no Dia D de mobilização, realizado em 10 de maio deste ano, foram aplicadas 11.861 doses.
Em 2025, foram realizados 117.675 atendimentos por síndrome gripais na Atenção Primária de Saúde, Hospitais e UPAS e foram registrados 3226 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
Com a ampliação, a meta do Governo do Distrito Federal (GDF) é aumentar o número de pessoas imunizadas, reduzindo complicações, internações e mortes associadas às infecções respiratórias causadas pelo vírus influenza.
A campanha de vacinação contra a gripe segue nos próximos dias enquanto houver doses disponíveis. A recomendação da Secretaria de Saúde é que todos se imunizem o quanto antes, especialmente com a chegada do período mais frio do ano.
Palavra de especialista
Henrique Lacerda, infectologista e coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Anchieta
Qual a eficácia da vacina da gripe?
Durante a temporada de influenza 2024-2025, a efetividade da vacina variou conforme a faixa etária e o desfecho avaliado. Em crianças e adolescentes, a proteção contra hospitalizações associadas à gripe pode chegar até 70%. Em adultos com 18 anos ou mais, a proteção estimada da vacina nessa temporada variou entre 30% a 60%, superando a previsão inicial de 35%. Embora não seja uma vacina de proteção absoluta, ela permanece como a principal ferramenta para reduzir a gravidade da doença e prevenir internações, especialmente em populações vulneráveis.
Qual a importância de se vacinar?
Mesmo com variação na efetividade, a vacina da gripe continua sendo essencial para a saúde pública. Ela reduz significativamente o risco de formas graves da doença, hospitalizações e complicações respiratórias, sobretudo em grupos mais suscetíveis, como idosos, crianças pequenas, gestantes e pessoas com comorbidades ou fatores associados a baixa imunidade. A vacinação, consequentemente, diminui a sobrecarga no sistema de saúde e o uso inadequado de antibióticos. Além da proteção individual, a imunização contribui para reduzir a transmissão do vírus na comunidade.
As mudanças climáticas tem potencializado e contribuído para aumento de casos da gripe?
As mudanças climáticas podem alterar os padrões sazonais da circulação de vírus respiratórios, como o influenza. Oscilações bruscas de temperatura, aumento da umidade e maior frequência de eventos climáticos extremos favorecem a propagação do vírus, principalmente em ambientes fechados. Esses fatores também dificultam a previsibilidade dos surtos, interferem no planejamento vacinal e podem resultar em aumento de casos fora do período tradicional de sazonalidade. Por isso, ressalto a necessidade de atualização do cartão vacinal, principalmente para pessoas que possuem baixa imunidade (grupos de risco).
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