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Lewandowski descarta riscos em Brasília com líderes do PCC em presídio federal

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Lewandowski diz não haver motivo de preocupação com a presença de dois chefes da facção no presídio da capital federal

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, descartou haver riscos para a capital federal com a presença de dois líderes do PCC na Penitenciária Federal de Brasília (PFBRA). No domingo, Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, foi transferido para a unidade, após ser preso na semana passada, na Bolívia. Ele é considerado o sucessor de Marcos Willians Camacho, o Marcola, também detido na PFBRA.

Lewandowski enfatizou que as penitenciárias federais não provocam aumento da criminalidade organizada em seu entorno. Brasília, segundo o ministro, não está imune ao crime organizado, como toda capital, mas está bem protegida. Ele reiterou que os presos são periodicamente remanejados para impedir qualquer tipo de estrutura criminosa permanente ao redor dessas unidades.

“O crime organizado, infelizmente, atua em escala global e não se restringe ao território brasileiro. (…) Além disso, Brasília abriga a sede da Polícia Federal, da Polícia Penal Federal e de outras instituições que atuam diretamente no combate às facções criminosas. Portanto, não vejo nenhum motivo de preocupação com relação à presença de um preso de alta periculosidade no sistema penitenciário federal localizado aqui”, afirmou, nesta segunda-feira, em entrevista coletiva no Palácio da Justiça. Também estavam presentes o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, e o secretário-geral da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), Valdecy Urquiza.

O titular da Justiça disse que a unidade prisional de Brasília é uma das mais seguras do país e que o isolamento dos detentos é “absoluto”, portanto, não há riscos de contato entre membros de facções. “Nem o ministro, nem ninguém sabe para onde eles vão. Justamente para garantir que os presos não tenham contato entre si. E que, de certa maneira, não se acostumem ao local onde estão encarcerados”, disse. Além disso, destacou que, no momento da transferência do criminoso da Bolívia para o Brasil, a penitenciária era a mais próxima.

A captura de Tuta, de acordo com Lewandowski, foi “uma vitória muito importante” do governo brasileiro na luta contra o crime organizado. Ele descreveu o líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) como “um delinquente de alta periculosidade, ligado a uma importante facção criminosa atuante no Brasil”.

Segundo Lewandowski, a operação que resultou na prisão do faccionado foi “extremamente complexa”, mobilizando desde agentes policiais até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ele relatou que quando o secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia, foi informado da captura de Tuta, imediatamente tomou as providências necessárias para garantir a transferência segura do criminoso — desde a mobilização dos equipamentos até os veículos e a estrutura de acolhimento na unidade prisional.

PEC da Segurança

O ministro frisou que o Brasil dispõe de presídios “extremamente rígidos”, com a rotina dos detentos sendo controlada pelos supervisores, que sabem de tudo que acontece dentro do ambiente prisional. O ministro descreveu essa estratégia como uma medida essencial para romper as conexões criminosas e impedir articulações internas.

Lewandowski disse que as investigações contra Tuta começaram no Ministério Público de São Paulo, o que demonstra, de acordo com ele, o entrosamento das forças locais de segurança e dos órgãos do sistema judiciário com as forças federais. “Justamente aquilo que nós almejamos com a PEC da Segurança que está tramitando no Congresso Nacional”, argumentou.

“O combate à criminalidade deixou de ser local, não é mais apenas interestadual, mas é global. E sem que haja uma cooperação entre todas as forças de segurança, sejam elas locais, quiçá municipais, sejam elas estaduais, juntamente com as forças federais e até internacionais, (nós não conseguiremos ser eficazes)”, ressaltou.

Eixos fundamentais

O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, definiu a prisão de Tuta como “um feito histórico do nosso país”. Segundo ele, a corporação agiu em “três eixos fundamentais” quando soube da captura do criminoso.

O primeiro eixo — conforme detalhou — foi a cooperação internacional, exaltada pelo delegado. Ele explicou que a PF está presente em diversos países, por intermédio de adidâncias e oficiais de ligação, como no caso da cidade de Santa Cruz de la Sierra, onde Tuta foi preso. De acordo com Rodrigues, isso permitiu uma “rápida interação com as autoridades bolivianas”.

O segundo eixo foi a reconhecimento biométrico, que permitiu a identificação “quase instantânea” de Tuta, a partir da base de dados da PF e da Interpol. Conforme Rodrigues, a partir das informações da polícia internacional, chegou-se à confirmação de quem era “aquela pessoa que estava se apresentando à unidade policial da Bolívia”.

“Assim que definidas as questões logísticas, falei com o secretário de Segurança Pública aqui do Distrito Federal (Sandro Avelar), comunicando que faríamos essa operação. Imediatamente, ele colocou à disposição não só a secretaria, mas as Polícias Civil e Militar para auxiliar nesse processo”, comentou.

Já o secretário-geral da Interpol, Valdecy Urquiza, exaltou o papel da entidade, enquanto organismo internacional das polícias, de garantir a comunicação, o intercâmbio de informações e a coordenação operacional entre as polícias de todo o mundo. Esse caso, explicou, exigiu justamente a ação coordenada entre as polícias bolivianas e brasileiras.

Tuta já constava na base de dados da Interpol desde 2020, comentou o secretário, por meio de uma “difusão vermelha” — mecanismo internacional para o compartilhamento de informações sobre foragidos internacionais. Dessa forma, a agência internacional compartilhou as informações que tinha com as demais forças de segurança de ambos os países.

Ele ressaltou que a PF participa do Centro de Biometria da Interpol — um centro de excelência com a participação de diversos países —, o que foi decisivo para a identificação do suspeito.

*Estagiário sob a supervisão de Cida Barbosa

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Jeová Rodrigues

Jornalista

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