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Biblioteca Nacional expõe livros raros sobre Brasília

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A Biblioteca Nacional de Brasília (BNB) vai lançar, no dia 27 de junho, uma exposição para mostrar ao público parte do seu acervo que trata da memória e da história da capital do país. Brasília Rara reunirá cerca de 30 obras relacionadas à cidade, de um total de 150 que fazem parte da Coleção de Obras Raras da BNB, com 510 títulos e 700 exemplares no conjunto.

“As pessoas acham que pelo fato de Brasília ser jovem, a cidade não tem livros raros. Isso é um equívoco”, explica a bibliotecária Mariana Greenhalgh. Para montar a exposição, ela divide seu tempo entre o processamento técnico de catalogação do acervo da BNB, de quase 49 mil livros, e a escolha das obras que serão expostas na maior biblioteca pública do DF.

“Quisemos fazer essa mostra também porque julho é período de férias escolares, e uma exposição com esse recorte vira uma possibilidade para estudantes conhecerem melhor a capital”, complementa a diretora da BNB, Marmenha Rosário.

Os livros exibidos são selecionados por critérios como importância e raridade, pela dificuldade de acesso, pelo valor agregado (por exemplo, um livro que pertenceu a JK, com dedicatória do autor para o ex-presidente), pela temática (assuntos de Brasília e das cidades administrativas), por registrar eventos históricos e poder somar na salvaguarda da memória local, ou até por conter um selo ex-libris (marca de propriedade) de alguma personalidade, como, por exemplo, do arquiteto Lúcio Costa, que desenhou o Plano Piloto.

Entre as obras selecionadas para exibição está o primeiro livro impresso em Brasília, Bagana: monólogo em 3 actos, de Ruy Carneiro, emprestado à BNB pela Biblioteca do Senado Federal. A obra circulou em 1959, pela editora Brasília: Divulgadora de Imprensa, Propaganda e Editora.

Censura

Também estará na mostra uma obra censurada pela Ditadura Militar (1964-1985), Diário de uma campanha na Bolívia, de Ernesto Che Guevara, editado em 1969 pela Coordenada, uma das primeiras editoras de Brasília, ao lado da Ebrasa e da Dom Bosco.

Mariana Greenhalgh sabe que tão importante quanto os livros expostos em Brasília Rara é a história por trás deles. Por isso, ela prepara uma palestra para a abertura da mostra. Ao lado de achados de sua pesquisa de pós-doutorado, quer falar ao público do trabalho de seu companheiro, Raphael Diego Greenhalgh, que publicou em 2020 o artigo Os livros e a censura em Brasília durante a Ditadura Militar. O trabalho mostra que cerca de 6 mil exemplares foram apreendidos à época em Brasília, tanto por motivos políticos, quanto morais.

Brasília Rara

• Abertura em 27 de junho, com palestra de Mariana Greenhalgh, às 15h, no auditório
• Biblioteca Nacional de Brasília, 1º andar
• Entrada gratuita

Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa

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