‘Que o MEC seja o ministério da educação de base’, diz ex-governador do DF, Cristovam Buarque, ao participar de debate no Sintfub
O ex-governador do Distrito Federal, Cristovam Buarque, foi um dos convidados do Ciclo de Debates “Diálogos com a História da UnB e suas Perspectivas de Futuro”, promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub). Na ocasião, Cristovam, que já foi reitor da UnB, deu uma palestra onde falou sobre os rumos da educação pública brasileira e explicou como o poder público precisa agir no sentido de desenvolver instrumentos que permitam as universidades a terem multidisciplinaridade (quando os conteúdos didáticos são avaliados separadamente) nos currículos, ter mais interesse pela educação de base, e haver uma abertura maior à realidade da sociedade brasileira.
“O primeiro papel da universidade é ajudar o Brasil a ter uma educação de base com a máxima qualidade, para que ricos e pobres possam estudar em escolas iguais”, disse Cristovam ao falar com o TaguaCei.
Para o ex-governador, que é nacionalmente conhecido por seus estudos na área da educação, o Brasil só vai conseguir melhorar suas mazelas sociais e também suas universidades a partir do momento em que passar a investir na educação de base, ou seja, nos anos iniciais, no ensino fundamental e no ensino médio.
“O motor do progresso é a educação de base. Por isso, o MEC [Ministério da Educação] precisa ser o ministério da educação de base. O MEC tem que cuidar só da educação de base e na alfabetização de adultos que ainda são 10 milhões de pessoas. As universidades podem ir para [o ministério da] Ciência e Tecnologia, ou então criar um ministério só para as universidades”, argumenta Cristovam.
Ele, que durante muito tempo foi filiado ao PT, sendo o primeiro governador petista a governar o DF, disse que tem boas expectativas com relação ao governo Lula, uma vez que o escolhido para dirigir o MEC, foi o ex-governador do Ceará, Camilo Santana, que, segundo Cristovam, fez um bom trabalho na educação de base daquele estado.
“Espero que Lula neste mandato dê pela educação de base o mesmo cuidado que ele teve nos mandatos anteriores para o ensino superior”, afirma.
Por outro lado, ao comentar sobre os rumos da educação pública no DF, Cristovam foi taxativo. “Acho que o governador está nos devendo uma presença maior dele na educação de base no DF.”
Sobre a sua principal bandeira, a educação de base, ele também afirmou que não vê “nada sendo feito de especial”.
O ex-governador ainda comento a respeito da escolha dos reitores universitários, que a seu ver, precisam ser escolhidos da mesma forma como se escolhem os ministros do Supremo, os presidentes do Banco Central, ou os embaixadores, ou seja, por meio do Senado. “Mas tem que escutar os professores, os alunos e os servidores”, afirma.
Por fim, disse que a universidade do futuro será aquela universidade que esteja realmente ligada às coisas do seu país, de sua população. “A universidade vai ter que se reinventar. E se a universidade não fizer, vão surgir entidades, e já estão surgindo, que substituem a universidade. Por isso, a universidade tem que pensar como ela própria que ser”, diz.
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