Distritais são ameaçados: “Se mexer com Bolsonaro, a bala come”
Polícia Legislativa investigará mensagens endereçadas a parlamentares locais do DF integrantes de partidos de esquerda
Durante a sessão da Câmara Legislativa (CLDF), na tarde desta terça-feira (19/11), um internauta ameaçou deputados distritais nos comentários da transmissão ao vivo pelo YouTube.
As mensagens, assinadas pelo usuário que se identificou como “Marco Antônio”, contêm ameaças direcionadas, especialmente, aos parlamentares de partidos de esquerda. “Já fica ciente, se mexer com (Jair) Bolsonaro a bala come… Já fica ciente, esquerdalha”, escreveu a pessoa. Em outra, completou: “Qual é a moral e respeito que os esquerdalha tem pra prender os outros” (sic).
Diante das ameaças, o presidente da CLDF, Wellington Luiz (MDB), determinou que a Polícia Legislativa investigue o caso. Em nota, a Câmara informou que os textos estão sendo analisados e que, “tão logo seus autores sejam identificados, serão alvos das medidas criminais e judiciais cabíveis”.
“A convivência democrática é uma das maiores conquistas da sociedade brasileira e não admite ameaças de qualquer tipo. A CLDF não aceitará ameaças nem à instituição nem aos parlamentares que a compõem, e reagirá a qualquer tentativa de intimidação aos trabalhos legislativos”, reforçou manifestação da CLDF.
Tensão
Os comentários ocorreram enquanto parlamentares de esquerda discutiam a operação da Polícia Federal que revelou a atuação de uma organização criminosa com elevado conhecimento técnico-militar, acusada de planejar, coordenar e executar ações ilícitas entre novembro e dezembro de 2022. Segundo as averiguações, o grupo chegou a cogitar o assassinato, entre outras autoridades, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por envenenamento.
O bando é formado por militares do Exército, da ativa e da reserva, além de um agente da PF. Segundo os investigadores, o plano foi batizado pelos acusados de “punhal verde e amarelo”.
Nas mensagens, Lula era chamado pelo codinome “Juca”, já o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), de “Joca”. A PF também descobriu que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes era monitorado pela organização. Os supostos golpistas pretendiam matá-lo com um artefato explosivo ou por envenenamento.
A operação que desbaratou os suspeitos foi embasada em arquivos deletados — mas que foram recuperados — dos computadores do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid e também do general Mário Fernandes, ex-assessor do ex-presidente. Houve prisões em Brasília e no Rio de Janeiro, além de buscas e apreensões no Amazonas e em Goiás.
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