Festival de Brasília e Anistia Internacional premiarão filmes humanistas
A 53ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB) apresenta um novo troféu especial neste ano. Trata-se do “Prêmio Cosme Alves Netto”, que em sua estreia vai agraciar o filme que melhor representar os direitos humanos e os pilares humanistas defendidos pela Anistia Internacional Brasil, entidade responsável pela iniciativa de criar a honraria.
Estudioso e amante do cinema, Cosme Alves Netto é homenageado por sua dedicação ao audiovisual e à militância sociopolítica. O amazonense foi um verdadeiro guardião do cinema brasileiro, tendo sido perseguido e torturado pela ditadura militar. Entre 1965 e 1989, ele dirigiu a Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM) e foi programador do Cinema Paissandu.
“É uma homenagem ao amor que Cosme sentia pelo cinema nacional. Sua partida, em 1996, deixou muitas saudades. Ele foi responsável pela formação de gerações e gerações de cineastas”
“O festival está muito feliz em oferecer este prêmio”, diz Silvio Tendler, curador e diretor artístico da 53ª edição do FBCB. “É uma homenagem ao amor que Cosme sentia pelo cinema nacional. Sua partida, em 1996, deixou muitas saudades. Ele foi responsável pela formação de gerações e gerações de cineastas”, lembra.
O júri da premiação é composto por Jurema Werneck, diretora-executiva, e Alexandra Montgomery, diretora de programas, ambas da Anistia Internacional Brasil. A banca também conta com o cineasta e diretor convidado, Joel Zito Araújo.
“Contar histórias é fundamental para a construção de um povo. Nas telas de cinema, é possível transmitir valores de um mundo mais justo com emoção”
Todos os seis longas-metragens e 12 curtas que compõem a Mostra Oficial Competitiva do Festival de Brasília estão elegíveis para receber o Prêmio Cosme Alves Netto. A honraria consistirá em uma placa gravada no tradicional Troféu Candango.
Para Jurema Werneck, a condecoração visa reconhecer o trabalho de profissionais da sétima arte comprometidos com a luta por justiça social. “Contar histórias é fundamental para a construção de um povo. Em todos esses anos, a Anistia Internacional sempre esteve comprometida em amplificar vozes de pessoas e de comunidades que lutam pela preservação dos direitos humanos. Essas vozes se expressam de modo potente e sensível pela arte. Nas telas de cinema, é possível transmitir valores de um mundo mais justo com emoção”, enfatiza.
A Anistia Internacional foi criada em 1961. É um movimento de mais de 7 milhões de pessoas e tem compromisso com a justiça, a igualdade e a liberdade, com o objetivo de proteção e defesa dos direitos humanos.
A organização apoiará a promoção do filme vencedor por meio de sua rede de ativistas no Brasil, bem como na realização de outras sessões, em comum acordo com a diretora ou o diretor do filme vitorioso.