Justiça negou medida protetiva 5 dias antes de assassinato de jovem que tentou proteger mãe no DF
Pedro Henrique Xavier dos Santos, de 16 anos, foi morto pelo ex-padrasto, Geraldo Correa de Souza. Mãe do adolescente também foi baleada, mas tem estado de saúde estável.
A Justiça do Distrito Federal negou um pedido de medida protetiva a Luciane Xavier dos Santos, de 41 anos, cinco dias antes do ataque cometido pelo ex-companheiro dela, Geraldo Correa de Souza, de 41 anos. O crime ocorreu na noite de sábado (19), na QL 4 do Itapoã, e o suspeito foi preso.
Geraldo matou o filho de Luciane, Pedro Henrique Xavier dos Santos, de 16 anos, e atirou duas vezes contra a ex-companheira, que ficou ferida mas sobreviveu e tem estado de saúde estável. O jovem foi morto enquanto tentava defender a mãe das agressões do ex-padrasto.
Segundo as investigações, Luciane e Geraldo têm uma filha de 12 anos e estavam separados desde o nascimento da criança. O pedido de medida protetiva contra o suspeito foi apresentado por uma irmã da mulher, que alegou que Geraldo costumava ameaçar a ex quando queria visitar a filha.
Ao analisar o caso, a juíza Luciana Sorrentino, do Juizado de Violência Doméstica do Itapoã, entendeu que o relato feito no pedido “não autoriza concluir, com segurança, pela propriedade de se restringir direitos subjetivos do requerido, Geraldo”.
Afirmou ainda que a família devia procurar um advogado ou a Defensoria Pública para propor uma ação de guarda ou regulamentação de visitas.
O ataque
Segundo a Polícia Civil, o crime ocorreu na casa da vítima, onde ocorria um culto. Geraldo chegou ao local e os dois tiveram uma discussão. O homem então empurrou a mulher, puxou uma arma e atirou contra ela.
Em seguida, a puxou pelos cabelos para fora da casa e atirou mais uma vez. Nesse momento, o filho dela correu para fora e, na tentativa de proteger a mãe, foi baleado e não resistiu.
Já a mulher foi encaminhada para o Hospital Regional Leste (HRL), no Paranoá. Segundo a Polícia Civil, o estado de saúde é estável, mas um dos disparos atingiu a coluna da vítima.
Após o crime, Geraldo fugiu, mas foi encontrado por policiais militares na altura da DF-250 e preso. Apesar da prisão do suspeito, a PM não encontrou a arma do crime. Os investigadores afirmam que ele já tinha diversas passagens pela polícia, por crimes como roubo, estupro e furto.
No dia 12 de janeiro deste ano, uma filha da vítima já tinha dito a policiais que ele “ia matar todos da família”. Em outra ocorrência, no ano passado, o suspeito ameaçou de morte o jovem que foi assassinado. O caso é investigado pela 6ª Delegacia de Polícia, no Paranoá.
Como e onde denunciar violência contra mulheres?
Fachada da Delegacia de Atendimento Especial à Mulher (DEAM II) — Foto: SSP-DF/Divulgação
A SSP tem canais de atendimento que funcionam 24 horas por dia. As denúncias e registros de ocorrências podem ser feitos pelos seguintes meios:
- Telefone 197
- Telefone 190
- E-mail: denuncia197@pcdf.df.gov.br
- Whatsapp: (61) 98626-1197
Delegacias – que são consideradas serviço essencial – funcionam normalmente. Trinta atendem em regime de plantão ininterrupto de 24 horas.
O DF tem duas Delegacias Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), na Asa Sul e em Ceilândia, mas os casos podem ser denunciados em qualquer unidade.
Em casos de flagrante, qualquer pessoa pode pedir o socorro da polícia, seja testemunha ou vítima.
- Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM)
Endereço: EQS 204/205, Asa Sul, Brasília
Telefones: (61) 3207-6195 e (61) 3207-6212 - Delegacia de Atendimento Especial à Mulher (DEAM II)
Endereço: QNM 2, Conjunto G, Área Especial, Ceilândia Centro
Telefone: (61) 3207-7391 - Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)
Endereço: Eixo Monumental, Praça do Buriti, Lote 2, Sala 144, Sede do MPDFT
Telefones: (61) 3343-6086 e (61) 3343-9625 - Prevenção Orientada à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar
Contato: 3190-5291 - Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal
Contato: 180
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), também recebe denúncias e acompanha os inquéritos policiais, auxiliando em pedidos de medidas protetivas à Justiça.
Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.
FONTE:G1-DF
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