Em clima de paz e alegria, bloco Vai Quem Fica celebra 10 anos de folia
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Nos arredores do Parque Olhos d’Água, na Asa Norte, foliões de todos os gêneros, espécies e idades celebram ao som de boa música e muita criatividade nas fantasias
Esse tal carnaval é mesmo um barato!!! Aos 44 anos, nascido e criado na capital do país, inventei de me aventurar na folia brasiliense pela primeira vez (meu passado roqueiro me condena). Até o momento, tenho dado sorte na escolha da programação. Nesta segunda-feira (20/2), após pesquisas nas redes sambistas, desembarquei no bloco mais misterioso, criativo e de bom gosto da Asa Norte. Cortejado por bom público, ‘Vai Quem Fica’ celebrou 10 anos de atividades ao som de boa música e muita criatividade nas fantasias, com foliões de todos os gêneros, espécies e idades, em um ambiente de paz e alegria.
“É muito emocionante poder voltar a fazer carnaval nas ruas da cidade, com tanta alegria, tantas cores, sons, crianças, abraços. Depois de um período tão difícil de pandemia e da nossa história política, a gente brinca esse carnaval celebrando 10 anos de história do ‘Vai Quem Fica’ e abrindo alas para os novos tempos de democracia no Brasil”, festejou Lara Montenegro porta-estandarte e uma das fundadoras do bloco.
O festejo teve início por volta das 9h, nos arredores do Parque Ecológico Olhos d’Água, na Asa Norte, e se estendeu até o fim da tarde. A multidão acompanhava a animada fanfarra, equipada com instrumentos de percussão e de sopro, executando clássicos do cancioneiro carnavalesco do Brasil. Caetano Veloso, Chico Buarque e Chiquinha Gonzaga estavam entre os autores da peças mais conhecidas.
Deslocando-se entre jardins, calçadas e pilotis das quadras, o bloco animava até mesmo moradores dos prédios que preferiam assistir a tudo da janela, como em um privilegiado camarote. Em uma dessa visões, foi possível descobrir o refúgio do ‘Bloco das Trepadeiras’, que, do primeiro andar de um edifício, acenava para os foliões em terra firme, arrancando gargalhadas e motivando registros fotográficos.
Em ambiente respeitoso e familiar, a criançada encontrou espaço seguro para participar da festa. Mamães e papais conduziam os pequenos, que se divertiam com confetes, jatos de espuma e também nos parquinhos. Uma algazarra para ninguém botar defeito.
Alguns moradores demonstraram certa preocupação com a aglomeração de pessoas — como com a grama fortemente pisada —, mas o balanço final pareceu positivo, sem ocorrências de maior gravidade. Membros da Polícia Militar e do DF Legal compareceram ao evento, conversaram por algum tempo com organizadores, mas liberaram a continuação do festejo. Feliz, parte do público cantou músicas em homenagem aos nobre policiais.
Para amenizar o momento de maior calor, pois o Sol brilhou na maior parte da festa, foi possível até mesmo fazer uma breve caminhada em meio à sombra das árvores do Parque Olhos d’Água, unindo ecologia e carnaval — uma combinação que o bloco ‘Vai Quem Fica’ mostrou que tem tudo a ver, com música orgânica, respeito à diversidade da vida e alegre criatividade.
Fonte: Correio Braziliense
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