Assembleia reivindica reajuste salarial 9,8% para professores
Foi aprovado durante a primeira assembleia do ano com professores e orientadores educacionais do Distrito Federal o calendário de ações da categoria ao longo de 2024 e ainda a reivindicação do reajuste salarial de 19,8%. A validação das pautas aconteceu por maioria dos votos na manhã desta quarta-feira (20) no Eixo Cultural Ibero-americano, com cerca de 5 mil pessoas.
As escolas que paralisaram em razão da participação dos educadores na assembleia, portanto, voltam a funcionar normalmente nesta hoje.
De acordo com o Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), a nova campanha salarial da categoria ocorre após uma análise das perdas inflacionárias acumuladas nos últimos cinco anos, entre 2019 e 2023, e a avaliação com desconto de todos os deveres tributários. A categoria pede, principalmente, que seja cumprido o que estabelece a meta 17 do Plano Distrital de Educação, que prevê a equiparação do salário dos profissionais “à média da remuneração das demais carreiras de servidores públicos do DF com nível de escolaridade equivalente”.
O professor Rosemberg Holz, de 39 anos, endossa a necessidade de um reajuste salarial para os professores da rede pública da capital. “A gente vem perdendo poder aquisitivo ao longo dos anos. É como se hoje ganhássemos metade do que ganhávamos [há dez anos]. A inflação vem só aumentando e o nosso salário não acompanhou”, disse.
Desde 2006 nas salas de aula, Rosemberg pontua que o último aumento na gestão Ibaneis Rocha não compensa o que foi perdido com a inflação ao longo dos anos. “O professor é uma das categorias de nível superior que ganha menos, então esse aumento para nós foi irrisório. É vergonhoso. Precisamos bater na questão salarial”, destacou.
Segundo ele, diante das altas temperaturas das últimas semanas, os desafios de aprendizagem se agravaram nas salas de aula, uma vez que o calor tem atrapalhado os estudantes a se concentrarem propriamente. A falta de ar condicionado e ventiladores nas instituições de ensino é outra demanda que precisa ser debatida para o professor.
No dia 20 de abril, em um sábado, uma nova assembleia de atualização da pauta de reivindicações deverá ser feita. Outra paralisação, também para assembleia, está prevista para acontecer no dia 22 de maio.
Cobrança de promessas
Além da questão salarial, o Sinpro ressalta que alguns dos acordos firmados após a greve dos professores do ano passado ainda não foram completamente cumpridos. Segundo a entidade, o processo de estabelecimento de tais acordos tem sido feito de maneira demorada, o que, segundo a diretoria, prejudica a completude dos trabalhos realizados pelas escolas no DF.
“A gente sabe da morosidade do Estado para algumas questões em sair de um lugar e ir para outro. Temos feito reuniões sistematicamente todos os meses com o governo e a Secretaria de Educação, Economia, Casa Civil, e eles [objetivos] estão tendo andamento. Mas esperamos que o governo priorize e dê mais celeridade para que ainda esse ano a gente tenha cumprido todos esses pontos”, destacou uma das diretoras do Sinpro, Márcia Gilda.
Um dos pontos apontados por ela que afetou diretamente todas as escolas foi “o não cumprimento da semana pedagógica para os profissionais em regime de contratação temporária”. Conforme afirmou, visto que há escolas em que a maioria dos professores são temporários e que apenas dois dias da semana pedagógica teriam a participação remunerada desses profissionais, não houve tempo hábil para estabelecer um calendário de atividades completo em tais unidades educacionais.
“As escolas, então, têm que trabalhar durante o ano com o carro em movimento e tendo que trocar o pneu ao mesmo tempo”, disse. A cobrança, portanto, é pelo compromisso do Governo do DF com todos os pontos que foram acordados na mesa de negociação durante a greve dos professores do ano passado.
Outros desafios
Para a diretora Elineide Rodrigues, há ainda outros desafios a serem superados pelo GDF nas escolas da capital. Entre eles, estão a superlotação de escolas e das salas de aula; a falta de adequação à educação inclusiva (de pessoas neuroatípicas); e a precarização da profissão com a composição de 70% do quadro de educadores de servidores temporários, conforme elencou.
“Não abrimos mão de um concurso público. Não abrimos mão de uma educação pública de qualidade”, afirmou. De acordo com ela, um dos locais com superlotação é Taguatinga Sul, onde as respectivas escolas recebem alunos tanto da própria cidade quanto de Águas Claras, que não possui nenhuma rede pública de ensino. “Precisamos que o governador olhe para essa situação”, disse.
Outra demanda é o fortalecimento do batalhão escolar, que são as rondas policiais próximo às escolas públicas, para proteger e atuar para a segurança das instituições de ensino.
Na assembleia de desta quarta-feira, além dos diretores das secretarias do Sinpro-DF e dos educadores participantes, também estiveram presentes os deputados distritais Chico Vigilante (PT), Fábio Felix (PSOL) e Gabriel Magno (PT), além dos federais Reginaldo Veras (PV) e Erika Kokay (PT). Destes, apenas Reginaldo não discursou no trio elétrico montado pela organização.
Com informações da Jornal de Brasília
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