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Carros de luxo são apreendidos para ressarcir aposentados lesados

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Operação Sem desconto resgatou cinco carros de luxo, possivelmente adquiridos com dinheiro desviado de beneficiários do INSS. Avaliados em R$ 3,3 milhões, os carros se somam a outros R$ 40 milhões em bens que devem ser usados para devolver os recursos aos beneficiários lesados

A Polícia Federal cumpriu, ontem, mandados de busca e apreensão contra Antonio Carlos Antunes, o homem conhecido como “Careca do INSS”. A ação, que é mais uma fase da Operação Sem Desconto, consistiu na apreensão de cinco carros de luxo que, segundo a PF, pertenciam a Antônio Carlos.

Apreendidos em Brasília, os veículos de modelos BMW Competition, um Land Rover, um BMW M135i, um Porsche 911 e um Porsche Panamera foram avaliados pela PF em quase R$ 3,3 milhões, e entram para a lista de bens a serem leiloados para ressarcir os aposentados e pensionistas pelo montante desviado em um esquema, em que o “Careca do INSS” é apontado como principal articulador. Ele é um dos principais suspeitos por operar os desvios de aposentadorias e pensões do INSS.

A PF já havia apreendidos bens avaliados em cerca de R$ 40 milhões. Ao anunciar a operação, no dia 23 de abril, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que os fraudadores haviam arrecadado “muitos bens e dinheiro em espécie”. e que o valores correspondentes seriam utilizados “para fazer frente” aos prováveis pedidos de devolução.

O esquema investigado envolve descontos não autorizados de recursos de aposentados e pensionistas, que somam mais de R$ 6 bilhões. Segundo a PF, há indícios de que Antunes arrecadou aproximadamente R$ 1,3 bilhão entre 2021 e 2025.

Essa arrecadação teria ocorrido por meio de repasses de entidades para empresas ligadas a ele. O mandado judicial foi autorizado pela 4ª Vara Federal Criminal de São Paulo.

A senadora pelo Distrito Federal, Damares Alves (Republicanos-DF) comentou ter procurado a Polícia Federal, na quinta-feira para denunciar que Antônio Carlos seria o proprietário de cinco veículos de luxo. Em entrevista ao Correio, a parlamentar explicou ter recebido essa informação por meio de outras pessoas.

“Recebi uma denúncia de dentro do condomínio onde funcionam os escritórios. As pessoas estavam estranhando a movimentação desses carros nas últimas semanas. Disseram que pertenciam a esse Careca do INSS, e que ele teria salas num prédio ao lado. A partir daí fui até a garagem e constatei que realmente estavam lá. Tiramos foto e aí levei a denúncia até a PF”, contou a parlamentar.

Perspectiva da CPMI

Após acompanhar, pela imprensa, a operação da Polícia Federal que apreendeu os veículos de luxo, a senadora Damares demonstrou otimismo em relação à instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar a fraude no INSS. “A imprensa noticia que o próprio governo, que quer a todo custo evitar a CPMI, vê como inevitável. Mas tenham certeza, vai ter CPMI, sim. Vamos apurar tudo, com muita transparência. Quem desviou dos pobres aposentados vai pagar”, considerou Damares Alves.

Suspensão de repasses

Paralela às discussões sobre uma CPMI do INSS, a Câmara aprovou, na noite de ontem, a urgência para a tramitação do projeto de lei que proíbe descontos automáticos referentes a mensalidades de associações e outras entidades de aposentados e pensionistas.

O texto, de autoria do deputado federal Sidney Leite (PSD-AM), ainda não conta com um relator definido. No entanto, o PL será “juntado” a outras 53 propostas que tratam do mesmo tema.

A urgência na análise do projeto permitirá agilidade na tramitação do texto. Isso porque, em regime de urgência, o PL seguirá diretamente ao plenário, sem precisar passar por comissões temáticas. Segundo o presidente da Casa, Hugo Motta, o mérito do projeto será analisado apenas na próxima semana, pois o projeto de lei sobre o reajuste de servidores do Executivo (PL 1466/25) tranca a pauta.

Durante a sessão, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ressaltou a necessidade de agilidade na apreciação do projeto.

“O projeto não pode aguardar um tempo muito longo para ser votado no plenário”, afirmou. Ele acrescentou que irá cobrar para que o texto seja apresentado rapidamente aos líderes da Casa: “Vamos cobrar que no período mais curto este texto seja apresentado à Casa, ao colégio de líderes”.

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Jeová Rodrigues

Jornalista

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