Elas ocuparão desde postos no oficialato aos de profissionais de saúde e, também, de militares voluntários. Anúncio foi feito pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Hoje, cerca de 10% do efetivo militar é composto por elas
As Forças Armadas podem ter, nos próximos anos, 30% do efetivo integrado por mulheres — que ocuparão desde postos no oficialato aos de profissionais de saúde e, também, de militares voluntários. Para isso, um novo programa, previsto para 2026, visa incentivar o ingresso delas no serviço militar. A expectativa é de que, até o fim de junho, aproximadamente 35 mil candidatas estejam inscritas, apesar do limite de vagas nesta primeira chamada — a maior parte para o Exército.
Segundo o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, o plano para abrir espaço às mulheres é necessário: “Estamos atrasados, já devíamos ter começado”, admitiu, ao visitar, ontem, o Centro de Seleção das Forças Armadas, em Brasília, para acompanhar de perto a Seleção Geral do Alistamento Militar Feminino Voluntário. Atualmente, cerca de 10% do efetivo militar é composto por elas, que, na maioria, ocupam funções técnicas — como médicas, dentistas e engenheiras.
O foco inicial será na qualidade da experiência oferecida às voluntárias. Mas há problemas a serem resolvidos, como a adequação das estruturas dos quartéis, historicamente preparadas para os homens. “Precisamos preparar algo digno, que as pessoas sintam-se tão bem ou melhor do que em casa”, frisou, reconhecendo que a infraestrutura precária pode tornar-se um fator de rejeição ao programa.
Segundo Múcio, as Forças Armadas estão comprometidas com a mudança. Tanto que, segundo o ministro, não haverá diferenciação de gênero quanto às funções exercidas — citou como exemplo a Marinha, que formou um pelotão de fuzileiras.
De acordo com o Ministério da Defesa, cerca de 30 mil jovens de todas as regiões se inscreveram. Ao todo, são oferecidas 1.465 vagas, sendo 1.010 para o Exército, 155 para a Marinha e 300 para a Força Aérea, distribuídas em 28 municípios de 13 estados, além do Distrito Federal. As selecionadas serão incorporadas com os mesmos direitos e deveres dos homens, ocupando a graduação de soldado (no Exército e na Aeronáutica) ou de marinheiro-recruta (na Marinha).
A iniciativa, como salientou Múcio, representa uma correção institucional de rota. “É um trabalho fantástico. Vão conhecer o trabalho que as forças fazem pela sociedade e pelo país”, afirmou.
Para a primeira-tenente Erica Dantas, a expectativa é de que a ampliação da presença feminina continue. “Acreditamos que o Exército continuará liderando esse processo. Nossa meta é aumentar a participação, gradativamente, até 2030”, observa.
Para a sargenta Carla Didini, lotada no Ministério da Defesa, a criação dessa modalidade de ingresso representa mais do que inclusão. “É a porta que faltava para o ingresso das meninas como voluntárias. Vai dar a elas oportunidade de primeiro emprego, de fazer cursos, de enriquecer o currículo e de até se prepararem para concursos militares. Fico muito feliz com essa iniciativa”, disse.
É o caso de Maria Clara Mariano, de 17 anos. Feirante, teve por meio do irmão militar o primeiro contato com as Forças Armadas. “Na formatura dele, um sargento me perguntou o que eu queria ser. Disse: ‘Quero estar aqui, como vocês'”, conta.
Ana Luísa Botelho (foto), também de 17 anos, compartilha do mesmo sonho. “Estava muito nervosa, com medo de errar. Mas fui muito bem acolhida. Eles foram supersimpáticos. Me senti em casa na entrevista. Ver mulheres fardadas sempre me inspirou”, diz.
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