Conta de luz tem novo reajuste

Aumento de 9,95% na tarifa passa a valer a partir de amanhã. Consumidores criticam medida definida pelo governo e especialista dá dicas de como sentir menos no bolso, os efeitos dessa mudança

Aumento é mais um fator econômico que pesará no bolso do consumidor, a partir de amanhã – (crédito: Kayo Magalhães/CB/D.A Press)

Os brasilienses não se mostraram nada satisfeitos com o anúncio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na terça-feira. De acordo com as informações divulgadas pela Aneel, a partir de amanhã, a energia elétrica, na capital, ficará mais cara devido ao Reajuste Tarifário Anual. Para a maior parte dos clientes, aqueles que tem residências em áreas urbanas ou rurais, o aumento médio será de 9,95% a mais. Aqueles de consumo em alta tensão, como indústrias de médio e grande porte, a variação será de 7,78%.

Para o proprietário da lanchonete Vitamina Central, na W3 Sul, Clóvis de Carvalho, 59 anos, o valor da energia ainda é muito alto. “Por mais que eu tente economizar, o valor é um absurdo. Eu tenho vários equipamentos elétricos aqui na loja, na última vez, minha energia veio de R$ 4.200”, conta. Ele ainda fala que, por conta disso, até o cliente sofre, pois ele não consegue repassar os alimentos por um preço mais baixo. “É por isso que muitas lojas fecham, você tem que vender um absurdo para conseguir se manter. Eu sou dono da lanchonete há 30 anos, e está cada vez mais difícil”, completa Carvalho.

O dono da lanchonete relata que tentou fazer um convênio com uma empresa de placas solares para tentar diminuir os gastos, mas até agora não obteve sucesso. “Com esse novo ajuste, minha conta vai aumentar quase R$ 400. Isso é um problema muito grande, pois eu poderia investir em outro lugar esse valor mensal”, menciona. Ele conta que esse é um dos motivos para não aumentar o número de funcionários e o tamanho da loja. “O reajuste pode não parecer nada, mas quando somado com o valor do aluguel, com os funcionários e outras despesas, isso pesa bastante”, finaliza.

Outro consumidor que demonstra insatisfação com o aumento, é o estudante Luiz Fellipe Pereira, 19, morador de Ceilândia. “Ao todo, na minha casa moram 5 pessoas, e a conta varia de R$ 200 a R$ 250. Dessa forma a mudança tende a prejudicar, pois o gasto é inevitável e temos outras coisas para pagarmos. O nosso aumento vai ser no mínimo de R$ 20, valor que já ajudaria na água”, destaca.

O estudante conta que sua família tem alguns hábitos de economia. “Nós aproveitamos o fator calor e estamos tomando banho gelado, isso ajuda um pouco na economia.” Ele conclui dizendo que os ventiladores da residência só são utilizados quando realmente necessário, e não costumam deixar luzes e aparelhos ligados em cômodos onde não tem ninguém. 

Mau uso

Além dos reajustes que acontecem na tarifa, a conta de luz pode chegar a um valor ainda maior, caso o consumidor cometa erros na hora de utilizar a energia. O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), Bruno Herbert, destaca que é necessário manter um consumo consciente a longo prazo para obter os efeitos. “Quando mudamos atitudes cotidianas, o consumo de energia reduz e diminui o valor da conta, ajudamos na preservação ambiental e ainda aumentamos o tempo de vida dos recursos não-renováveis”, explica.

Para o especialista, algo que vai ajudar a diminuir bastante o consumo, é a substituição das lâmpadas incandescentes, para as de LED ou fluorescentes. “O consumo destas lâmpadas é mais eficiente. Gastam entre 60% e 80% menos energia que as incandescentes”, relata. Hebert também recomenda que, em relação ao uso dos ar-condicionados, os consumidores devem manter o aparelho ligado e com a temperatura equilibrada, assim evitando o sistema de trabalhar mais para refrigerar o local. “No verão, o ar-condicionado pode representar 1/3 da conta de energia de uma residência”, alerta.

Com informações Do Correio Braziliense

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