Defesa Civil alerta para riscos das chuvas, que devem persistir até maio
Apesar do baixo volume de precipitações registrado na estação do verão, os temporais que atingiram a capital federal trouxeram insegurança para parte da população e acionou alerta para alagamentos e deslizamentos em regiões críticas
O outono começou oficialmente na capital federal e a previsão é de que as chuvas perdurem até maio. Entre dezembro do ano passado e março deste ano — estação do verão —, o DF registrou precipitações na maioria dos dias, mas não alcançou a média esperada para o período, que era de 476,0 mm. Apesar do baixo volume, os temporais que atingiram Brasília trouxeram insegurança e medo para os brasilienses e colocou em alerta o risco para alagamentos e deslizamentos.
Ao Correio, a Sudec ressaltou que executa ações preventivas, de socorro, assistenciais e recuperativas destinadas a evitar ou minimizar desastres, apoiando as ações dos órgãos de emergência, que fazem as primeiras intervenções.
Enxurrada
Devido às chuvas desta terça-feira (21/3), uma mulher teve a casa danificada pela enxurrada na Chácara Santa Luzia, em Ceilândia. Militares do Corpo de Bombeiros foram acionados para atender a ocorrência e, ao chegarem ao local, depararam-se com o muro, o portão e a parede interna da residência arrancados pela força da água. Em decorrência do grande volume de água, outros três imóveis próximos acabaram alagados.
No Sol Nascente, considerada a maior favela do Brasil, os moradores sofreram os impactos. Helena Batista, 24, relata as complicações de morar no local, principalmente na época de chuva. “Minha mãe é idosa e fica complicado para ela andar nas ruas por conta da lama”, frisa. A operadora de caixa explica que deixou de levar suas filhas a alguns dias de aulas com receio de ser derrubada pelas enxurradas. “Minha mãe já caiu umas três vezes, na última vez ela foi levada pela enxurrada e só parou porque segurou em um poste. Ainda bem que foi só um susto e nada mais grave”, lembra.
Aline Sampaio, 37, também mora no Sol Nascente, diz que tem sorte da casa dela ser alta, mas, quando a chuva está muito forte, ela acaba entrando. “Ninguém sai de casa para trabalhar. Quando a chuva acaba, tenho que esperar uns 20 minutos até a água acalmar para a gente conseguir passar. Esses dias que estava chovendo pela manhã, meus filhos estão faltando aula. Não tem condições deles conseguirem ir pegar o transporte”, desabafa.
Uma solução para evitar esses desastres em área de risco é planejamento e readequação, como explica a urbanista Angelina Nardelli. “É compreender o caminho das águas no período das chuvas, aumentando as áreas de permeabilidade natural, além de readequar, a partir do crescimento das áreas urbanas, a drenagem artificial”, aponta.
O que diz a meteorologia
O outono começou na segunda-feira (20/3) e, para os próximos dias, nada de seca, afirma o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O meteorologista Heráclio Alves conta que este começo de estação é um período de transição e o DF ainda terá as características de verão. “Para esta semana, terá um tempo mais chuvoso, principalmente no período da tarde, com o aquecimento diurno, e com chuvas a qualquer hora do dia”, avalia o especialista. Já a segunda metade vai adquirindo as características do inverno, com tempo mais seco e frio. “As chuvas vão reduzindo”, complementa.
Apesar das chuvas intensas, este ano, a quantidade de chuvas foi menor em comparação a média para a estação. O normal para todo o período é 608,22mm, mas o acumulado desde o início foi de 476mm — um déficit de volume de 132,2mm.
*Estagiário sob a supervisão de Patrick Selvatti
Com informações do portal Correio Braziliense
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