Evento abre semana temática para combater abuso sexual infantojuvenil no DF
GDF organiza calendário de ações e promove lançamento da campanha Maio Laranja
Cerca de 200 pessoas acompanharam na noite desta terça-feira (21), no Sesi Lab, o evento de abertura das ações do Governo do Distrito Federal (GDF) alusivas ao Maio Laranja, mês de combate ao abuso sexual infantojuvenil. Autoridades do governo, políticos, juristas, ativistas e membros da sociedade civil estiveram presentes.
Anualmente, a Secretaria de Justiça e Cidadania do DF (Sejus) participa da campanha do 18 de Maio e promove diversas iniciativas durante a semana, como palestras, blitzes educativas, peças teatrais, contação de histórias e serviços para a população.
A titular da Sejus, Marcela Passamani, lembra que a semana temática Maio Laranja tem o objetivo de debater o assunto com a sociedade civil como forma de conscientização contra a violência sexual de crianças e adolescentes. “É importante que nos unamos nessa campanha e na conscientização de que é dever não somente do Estado, mas de toda a sociedade zelar pelos direitos das crianças e adolescentes do DF”, afirma.
O painel de abertura teve como tema “O panorama da violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil”. A diretora-presidente do Instituto Liberta, Luciana Temer, uma das palestrantes do painel, enfatizou os números da violência e a importância de o governo dar visibilidade ao tema. “Quatro menores de 13 anos são estupradas por hora no Brasil, e temos que enxergar essa realidade. Não existe atuação possível sem o governo com as políticas públicas, e uma ação como essa do GDF, trazendo a importância dessa pauta, é um avanço muito grande”, destaca.
Empresária e ativista na luta contra violência sexual e doméstica, a atriz Luiza Brunet e o chefe de Desenvolvimento e Participação de Adolescentes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Mário Volpi, também participaram do bate-papo.
Durante toda a semana temática, o documentário que retrata a exploração sexual infantil Um crime entre nós será apresentado das 19h às 20h no espaço cultural. A cineasta e documentarista Adriana Yañez explica como o audiovisual pode combater um tema tão espinhoso: “O filme traz um panorama sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil. Filmamos em vários estados do Brasil, com especialistas e pessoas que trabalham em redes de apoio e prevenção no combate à violência. Com a sociedade civil, procuramos entender o fomento à violência e a naturalização que precisa ser combatida”.
Ações do GDF
Até sexta-feira (24), a equipe do Centro Integrado 18 de Maio realiza blitzes educativas na Rodoviária do Plano Piloto, das 9h às 12h. A cada dia, o grupo de trabalho contará com integrantes da Vara da Infância e Juventude (VIJ), Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) e do Núcleo da Infância e Juventude (MPDFT).
Ainda em frente ao Sesi Lab, a unidade móvel da Polícia Civil do DF fará a emissão da Carteira de Identidade Nacional (CIN), sem agendamento, para crianças e adolescentes, até sexta. “A identidade digital entra no Banco Nacional de Segurança, e com isso conseguimos inclusive resolver rapidamente questões de desaparecimento e até mesmo evitar que crianças e adolescentes saiam do território nacional”, explica Passamani. A CIN é a nova carteira de identidade e possui padrão nacional e número único, o CPF. É um documento digital e seguro.
18 de maio – Proteger é nosso dever!
O movimento Maio Laranja tem alcance nacional e visa mobilizar a sociedade brasileira para o engajamento contra a violação dos direitos de crianças e adolescentes. O objetivo é conscientizar, orientar, sensibilizar e educar para a prevenção e o combate da violência sexual praticada diariamente contra crianças e adolescentes.
A Lei Federal nº 9.970/2000 instituiu o 18 de maio como Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. O objetivo da campanha é mobilizar a sociedade brasileira e convocá-la para o engajamento na luta pelo fim da violência sexual. A data é alusiva ao crime cometido contra a menina Araceli Cabrera Crespo, em 1973, em Vitória, no Espírito Santo, quando a criança foi sequestrada, estuprada e assassinada.
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