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Com triagem pediátrica em um banheiro, Unidade Básica de Saúde 01 de Ceilândia é exemplo de descaso com população

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Na quarta-feira (21/Jun), Política Distrital (PD) recebeu denúncia sobre o caos da Unidade Básica de Saúde (UBS) 01 de Ceilândia Norte. Algo que o secretário de Estado de Saúde do DF (SES-DF), Humberto Lucena Pereira da Fonseca considera ser uma uma unidade de Saúde. Com funcionamento a base de improvisos, pacientes passam por triagem, dentro de um banheiro, medicação em corredor. Apenas alguns dos problemas relatados por uma servidora.

Retrato do caos

Sob sigilo de identidade, a profissional de Saúde pediu ajuda para tentar chamar atenção das autoridades, em relação ao que a gestão do governador do DF, o socialista, Rodrigo Rollemberg (PSB) ‘oferece’ à população. De acordo com os relatos da servidora, a unidade por si só é um ‘antro’ de arbitrariedades, a começar pela gestão da unidade.

 Trabalho numa UBS onde há uma gerente de enfermagem que é  uma técnica em enfermagem, que nunca foi nomeada. Que nos ‘obriga’ a sair da nossa UBS que não tem sala de vacinação, nem de curativo e temos que ir atender os nossos pacientes na UBS08, onde nos emprestaram algumas salas, disse.

De acordo com a servidora, na UBS 01, os técnicos em enfermagem são obrigados a realizar procedimentos e até fazer laudos, sem a devida capacitação técnica. “Não há documento que nos respalde. Fazemos curativos de grau 4 – em escala que vai de um a quatro –, de amputações, mas não deveríamos realizar esse tipo de curativo sozinhos, mas lá somos obrigados.”.

Negligência forçada

O profissional de saúde acusou a gestão da SES-DF expor os técnicos de enfermagem da UBS a riscos que podem comprometer, a carreira e até possível cassação do registro do Conselho Regional de Enfermagem (COREN). Isso por serem obrigados a desempenhar atividades atribuídas a outros profissionais de Saúde.

 Somos abrigados a realizar e dar laudos de testes rápidos de HIV, Sífilis e Hepatite, sem ter realizado nenhum treinamento para isso., disse ao observar que “estamos abandonados e, se pedimos algum documento para nos respaldar, passamos a ser assediados moralmente!

Insalubridade

A servidora alega ainda que, o GDF inaugurou outras UBS, porém,  jogaram os servidores da UBS 1 em um “local insalubre que certamente a unidade seria fechado em uma inspeção da ANVISA [Agência de Vigilância Sanitária] ou de outro órgão fiscalizador.”, explicou. “Dividimos o ambiente  com roedores, que fazem ninho no nosso fogão. Já tivemos que jogar no lixo material como luvas por causa desses bichos na unidade. Fazemos coletas de sangue e as vezes nos assustamos com ratos no meio do algodão.”.

Descaso, improviso e mais insalubridade

Segundo a profissional de saúde, as dependências da UBS compromete a saúde tanto dos servidores quanto de pacientes. Isso porque, além da contaminação ocasionada por roedores, a triagem de crianças é realizada em espaço improvisado, dentro de um banheiro.

 Trabalhamos em em meio a caixas, lavamos tubetes para coleta de preventivo, num  local improvisado em meio a ratos e descarte de material contaminado como fezes e lâminas de exames, nossa triagem dos pequeninos é feita dentro de um banheiro. Não há sala de vacina, nem sala de curativo e sala de medicação, não há farmácia e nem coleta de exames da unidade, os pacientes são referenciados para a UBS08.

A outra parte

Questionada sobre os diversos problemas relatados pela servidora, salvo informar que “em breve o local passará por ampliação do espaço”, a Pasta se limitou a fazer uma série de propagandas, ao mencionar a quantidade de UBS em Ceilândia, de equipes compostas e população atendida, porém, sem abordar os questionamentos em relação à UBS 01 de Ceilândia Norte. 

Por Kleber Karpov do Política Distrital 

Jornalista

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