PF indicia Bolsonaro, Braga Netto e outros 35 em inquérito sobre golpe de Estado
A Polícia Federal vai indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 36 pessoas por participação em uma tentativa de golpe de Estado e por integrar uma organização criminosa, que pretendia derrubar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito em 2022, do poder. As informações foram obtidas pelo Correio junto a fontes na corporação. O relatório final do inquérito que investiga os atentados de 8 de janeiro e articulação de um plano golpista deve ser entregue ainda nesta quinta-feira (21/11) no Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre os indiciados, também estão o general Walter Braga Netto, o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, e Augusto Heleno, de acordo com autoridades ligadas ao caso. Além de Ailton Gonçalves, Anderson Torres, Carlos Cezar Rocha, Estevam Theofilo, Mauro Cezar Cid, Técio Arnald, Valdemar Costa Neto e Paulo Renato Figueiredo Filho. O relatório detalha como atuou uma organização criminosa para tentar impedir que o resultado das eleições fosse oficializado.
De acordo com a corporação, em 2022, foi colocado em prática um minucioso planejamento para tentar impedir a posse do presidente Lula e do vice, Geraldo Alckmin. Também foram planejados ataques contra ministros do Supremo e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com informações apresentadas no documento, Bolsonaro sabia do planejamento para tentar tomar o poder e chegou a editar uma minuta golpista que seria decretada para dar aparente legalidade aos atos inconstitucionais.
A PF afirma que ele também sabia do plano para tentar matar o presidente Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes. A corporação aponta o envolvimento de militares do alto escalão do Exército no plano golpista. A partir das informações que serão enviadas ao gabinete de Moraes, o magistrado deve pedir manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR). Cabe ao órgão apresentar denúncia contra os acusados, se entender que os fatos narrados representam crime.
O grupo é acusado de:
- Golpe de estado: 4 a 12 anos de prisão;
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito: 4 a 8 anos de prisão;
- Integrar organização criminosa: 3 a 8 anos de prisão.
Com informações do Correio Braziliense
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