O verão começou e mantém a tradição de muitas chuvas no Distrito Federal
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a chuva intensa — já visível pelos brasilienses desde o início de novembro — deve se estender na última semana de dezembro e começo de janeiro.
Na quarta-feira (21/12) à noite, os países do hemisfério sul deram as boas-vindas à estação climática mais quente: o verão. Apesar de ser conhecida pelas altas temperaturas em grande parte do país, a época é marcada pela alta umidade e pelas chuvas constantes na capital federal. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a chuva intensa — já visível pelos brasilienses desde o início de novembro — deve se estender na última semana de dezembro e começo de janeiro.
Agasalhada, a estudante Daniela Gois, de 22 anos, afirma que o período a pegou de surpresa. “Brasília é uma loucura. Vivemos todas as estações num dia. Mas não esperava tanta chuva e frio”, brinca. No entanto, ela ainda fica com um pouco de medo, porque a chuvarada pode causar alguns problemas. “Chega esse aguaceiro, e temos que tomar mais cuidado. O trânsito fica pior e a dificuldade para conseguir ônibus aumenta”, pontua.
Ao Correio, a meteorologista Andrea Ramos detalhou que a tendência do início da estação será de chuva, confirmando que o verão é a estação mais chuvosa de todas as outras. “O que a gente esperava para o mês de dezembro é 241,1mm, e em Brazlândia, estamos com esse valor ultrapassado. Nas demais estações, está ultrapassando os 75%. A previsão é que em janeiro tenhamos chuvas dentro do que é esperado. Como a previsão do tempo é bem instável, o indicativo é que tenhamos um Natal chuvoso”, disse.
A meteorologista acrescenta que o que se espera do verão para os primeiros meses do ano é de uma acalmada na quantidade de chuva. No mapa de anomalias de precipitação, parte do Centro-Oeste tem previsão de precipitações abaixo da média. “Apesar de termos até o final de dezembro e a primeira semana de janeiro com chuvas, a previsão é que até o final de janeiro a chuvarada fique abaixo da média”, disse Andrea. “Os modelos estão indicando que também podemos ter um veranico em janeiro, que é um fenômeno de calor intenso em um período de estiagem. A partir do início de janeiro conseguimos ter um parâmetro melhor”, completa.
Choques e desabamentos
A chegada do período de chuvas também traz consigo alguns perigos. No DF, um deles é bastante conhecido dos brasilienses: choques elétricos. Segundo o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, as fortes chuvas aumentam o risco de queda de árvores sobre redes de transmissão, devido à ventania. Com isso, postes de energia caem e ocorre o rompimento de cabos, tornando chamados relacionados a isso mais complicados.
“Os atendimentos em ocorrências envolvendo eletricidade são complexos e de grande risco. Uma das dificuldades é identificar se a rede ainda está energizada, por isso em atendimentos desta natureza sempre contatamos a Neoenergia. Outro fator que potencializa o risco é a chuva (em si), tendo em vista que a água pode conduzir energia”, explicam.
A estudante Ana Freitas, 21 anos, moradora do Guará, já passou por um susto, com um fio de alta tensão pendurado no meio da rua em um dia de chuva, desde então, sempre fica mais receosa ao sair de casa em dias chuvosos. “Foi apavorante. Não sabia se estava ligado, se era de alta tensão, nada. Simplesmente estava lá solto, enquanto a chuva “, relembra.
Mas não só o risco de choques elétricos assustam durante as chuvas. Nesta época, aumentam também os perigos de desabamentos. Ao Correio, a Defesa Civil explicou que são trabalhadas “ações preventivas, de socorro, assistenciais e recuperativas, destinadas a evitar ou minimizar desastres, apoiando as ações dos órgãos de emergência” no período de chuvas. O órgão também faz o acompanhamento de áreas com risco potencial de desabamentos no DF.
“São monitorados locais que tenham declive acentuado, erosões, que sejam próximos a córregos e demais cursos d’ água, com precariedade de drenagem de sistemas de drenagem de águas pluviais e ou de saneamento básico, que tenham fragilidades construtivas das edificações, que apresentem acúmulo de resíduos sólidos, como entulho e restos de obras, entre outros problemas”, informam.
*Estagiários sob a supervisão de Patrick Selvatti
Fonte: Correio Braziliense
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