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Hospital de Base, maior do DF e referência no Centro Oeste, está sucateado

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Referência no Centro-Oeste e maior hospital da capital do país, o Hospital de Base do Distrito Federal encontra-se em situação de sucateamento. Funcionários e médicos reclamam de alagamentos nos banheiros, buracos no teto, infiltrações, mofo e até ninhos de barata no refeitório.

De acordo com as denúncias, as condições precárias das instalações atingem os pacientes e a equipe de saúde. Um plantonista da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que não quer ser identificado, fez imagens que mostram as condições do espaço onde os médicos descansam no hospital.

O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) disse, em nota, que tem conhecimento dos problemas, mas que parte deles, como os verificados na cozinha, são responsabilidade da empresa Salutar, que presta serviços.

A empresa Salutar afirma que os problemas de infraestrutura nas instalações “são fruto da falta de planejamento para realização de manutenções preventivas, aos quais são resolvidos com empresas de manutenção predial e não de alimentação”.

Um médico do Hospital de Base disse que o mofo do prédio provoca problemas de saúde até nos funcionários.

“Não tem um plantão que eu vou lá que não saia com dor na garganta, tosse, rinite. E o fator desencadeante, com certeza, é aquele mofo no gesso, a umidade na parede. A gente aciona a equipe de manutenção e não adianta nada”, diz o profissional que prefere não ser identificado.

Na cozinha do hospital, os vídeos mostram obras inacabadas e tapumes. No refeitório, baratas andam pelo chão e pelas paredes.

Uma funcionária que também não quer se identificar diz que os banheiros usados pelos trabalhadores estão alagados. Ela reclama do mau cheiro.

“O banheiro de lá, o feminino e o masculino, você sente o fedor de longe. E é cheio de água, dia e noite”, conta a funcionária.

Novas imagens mostram uma infiltração que tomou conta do teto do pronto-socorro. O mofo fica em cima dos pacientes, que ficam aglomerados pelos corredores da unidade de saúde, em cadeiras e macas.

Com a superlotação, a limpeza é feita entre os pacientes. Pelos corredores da ortopedia, as portas dos armários são fechadas com um saco plástico. Segundo os funcionários, a ação é para que não fiquem abrindo toda hora.

Hospital foi inaugurado por Juscelino Kubitschek

O Hospital de Base foi inaugurado em 12 de setembro de 1960 por Juscelino Kubitschek, na data de aniversário do então presidente da república.

Em 1985, o então presidente eleito Tancredo Neves foi internado no Hospital de Base, com fortes dores abdominais, um dia antes de sua posse, em 14 de março. Ele seguiu depois para o Instituto do Coração de São Paulo, onde morreu após 40 dias de internação, sem ter assumido a presidência.

Com 54 mil m² de área construída e mais de 4 mil colaboradores, o Hospital de Base é referência na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) para atendimento em politraumas, emergências cardiovasculares, neurocirurgia, cirurgia cardiovascular, atendimento onco-hematológico (CACON II) e transplantes.

Atualmente, conta com 634 leitos, divididos nos setores abaixo:

  • Pronto-socorro;
  • Internação;
  • Unidade de Terapia Intensiva (UTI);
  • Assistência multidisciplinar;
  • Serviços de apoio diagnóstico e terapêutico;
  • Psiquiatria;
  • Ambulatório.

Mudança de gestão

Até 11 de janeiro de 2018, o Hospital de Base era mantido pela Secretaria de Saúde do DF. No dia seguinte, passou a funcionar como instituto.

Com o novo modelo, os contratos de novos funcionários passaram a ser regidos pela CLT, diferentemente dos antigos servidores, que puderam optar por permanecer sob o regime estatutário.

Para contratar fornecedores, as regras do Instituto Hospital de Base não obedecem à Lei de Licitações. Para aquisição de materiais e a contratação de serviços, é feita uma seleção de fornecedores com regras parecidas, por meio da publicação de um ato convocatório, por exemplo, explicando o que vai ser contratado, como e por qual período. No entanto, a seleção pode ser dispensada no caso de contratos de baixo valor.

O que diz o Iges-DF sobre o sucateamento do Hospital de Base

“O IgesDF esclarece que tem conhecimento dos problemas e que a manutenção dessa área é de responsabilidade da empresa Salutar, empresa contratada para fornecer alimentação hospitalar no Hospital de Base.

Várias notificações foram enviadas à Salutar para que faça as melhorias apontadas.

A empresa requereu autorização para fazer a reforma no local, com escopo de melhorar os espaços. O Instituto está acompanhando a demanda, bem como auxiliando nas questoes que lhe compete.

Existe um plano de ação acordado com a empresa, junto ao Ministério Público, que já deveria ter sido iniciado.

O IgesDF tem cobrado da empresa as melhorias para que os trabalhadores terceirizados tenham um local apropriado para trabalhar. Inclusive com notificação ao MP.”

O que diz a empresa Salutar

“A empresa Salutar alimentação Coletiva esclarece que tem em sua responsabilidade o fornecimento de alimentação para os pacientes do Hospital de Santa Maria, Hospital de Base e as Upas.

Os problemas de infraestrutura nas instalações do Hospital de base, são fruto da falta de planejamento para realização de manutenções preventivas, aos quais são resolvidos com empresas de manutenção predial e não de alimentação.

Ainda assim em TAC firmado com o MPDFT a Salutar vem realizando melhorias na infraestrutura da cozinha, apesar da falta de colaboração do próprio IGESDF em cumprir sua parte no acordo.”

 

Com informações do G1

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Jornalista

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