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Cotada para ser ministra, Gleisi é coberta de elogios por Lula
Na festa dos 45 anos do PT, presidente afirma que o partido está unido graças ao esforço da deputada. Ela é considerada nome forte para a Secretaria-Geral da Presidência, em substituição a Márcio Macêdo
Diante de iminentes mudanças na equipe ministerial, chamou a atenção os elogios que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez a Gleisi Hoffmann, que está à frente do PT. No evento de comemoração dos 45 anos da legenda, no Rio de Janeiro, ele atribuiu à deputada paranaense a preservação da unidade da legenda, tanto ao defendê-la quanto no relacionamento com a militância.
Gleisi, porém, é apontada como um nome que deve voltar ao Palácio do Planalto para reforçar o time da articulação política com foco nos movimentos sociais. Ela seria o nome de preferência de Lula para ocupar, em breve, a Secretaria-Geral da Presidência da República, hoje sob o comando de Márcio Macedo — que pode ser remanejado para a presidência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em substituição a Rodrigo Agostinho.
“Quando a Gleisi foi disputar a eleição do PT, muita gente não queria votar nela porque era ‘estreita’. Diziam: ‘Ela é muito estreita, só fala para a bolha, não fala para ninguém’. Eu dizia: ‘Mas nós estamos precisando de alguém que fale para o PT. O bom presidente do PT não é aquele que fala para fora, é o que fala para dentro. É aquele que ganha a confiança do partido’. Depois que tiver confiança do partido, pode falar para fora. Mas, se não tiver confiança, não vai conseguir falar para fora”, frisou Lula.
“Graças a Deus, o partido compreendeu a necessidade de te eleger porque, se não fosse você, não sei se a gente teria um homem capaz de aguentar a barra que você aguentou defendendo o PT. Você é motivo de orgulho para mim”, acrescentou Lula.
A deputada está na presidência do PT desde 2017 e é a primeira mulher a assumir o cargo. Seu mandato, porém, termina em julho. A possível ida de Gleisi para o Palácio do Planalto indica, também, que a sucessão no comando do partido estaria resolvida. E o nome mais forte para ocupar o posto é o de Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara e ex-coordenador de Comunicação da campanha presidencial de 2022.
Lula também deu indícios de que a questão está pacificada e as resistências a Edinho, contornadas. “Estava conversando com o companheiro Edinho e o (ministro Alexandre) Padilha, dizendo para eles que parte da elite não suporta o PT”, disse o presidente, a certa altura do discurso.
Padilha, por sua vez, estaria de malas prontas para trocar, nos próximos dias, a Secretaria de Relações Institucionais pelo Ministério da Saúde, onde já esteve no primeiro governo de Dilma Rousseff. A mudança de postos basta ser oficializada, segundo fontes do Palácio do Planalto. Isso explicaria o desconforto que se pôde notar no rosto da ministra Nísia Trindade — colocada ao lado do provável sucessor —, durante todo o evento do PT.
Nas redes sociais, ela também dá a entender que se despede do ministério, ao apresentar balanço de ações e entregas que fez à frente da Saúde — salienta, sobretudo, o “marco histórico” de 1,35 milhão de cirurgias feitas pelo Programa de Redução de Filas, e 99% da fila de 2024 zerada.
Defesa de Janja
A comemoração dos 45 anos do PT teve espaço, também, para um desagravo de Lula à primeira-dama Janja. Ela entrou na berlinda em dois episódios: no primeiro, com o vídeo publicado pelo advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, na segunda-feira passada, no qual disse que o presidente está “isolado” — dando a entender de que Janja seria esponsável pelo afastamento; no segundo, com o comentário do ex-presidente Jair Bolsonaro, em evento do PL, no qual a menosprezou na comparação que fez com a ex-primeira-dama Michelle.
“Não sei se vocês perceberam, mas a Janja é a bola da vez. Para me atingir, eles começam a atacar a Janja. Graças a Deus tenho uma mulher com quem converso política. Ela não é uma pessoa que tem medo de falar com o marido. Lá em casa, foi assim com a Marisa (Letícia, ex-primeira-dama)”, disse.
Lula também fez questão de mostrar que está bem disposto e “100% curado da cabeça” — salientou, referindo-se às cirurgias que fez para tirar coágulos no cérebro, por causa de um tombo no banheiro do Palácio da Alvorada. E exortou a militância do PT a intensificar o contato com a base histórica do partido.
“Estamos atuando no dia a dia dos trabalhadores e das trabalhadoras? A verdade é que precisamos voltar a discutir política dentro das fábricas, dos locais de trabalho, ir aonde a classe trabalhadora está. É preciso que a gente volte a dialogar com a periferia, percorrer o Brasil, dialogar com as igrejas, gastar sola de sapato”, cobrou.
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