Covid-19: pesquisadores alertam sobre nova onda da doença no DF
‘Pandemia não acabou e vírus permanecerá entre nós por longo período’, diz estudo. Nota técnica é assinada por quatro universidades públicas.
Teste rápido para Covid-19 no Distrito Federal — Foto: Breno Esaki/Agência Saúde
A taxa de transmissão da Covid-19 vem aumentando no Distrito Federal desde o começo de novembro e pesquisadores alertam para uma nova onda da doença. Quando maior do que 1, o índice de contaminação é considerado em alta.
Na segunda-feira (21), esse número chegou a 1,37, o que significa que cada 100 pessoas infectadas podem transmitir a doença para outras 137, segundo a Organização Mundial de Saúde (saiba mais abaixo).
Uma nota técnica assinada por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) recomenda que os cuidados estabelecidos para controlar a pandemia sejam permanentes.
“A pandemia não acabou e o vírus permanecerá entre nós por um longo período”, dizem os pesquisadores.
“Com a chegada de duas novas subvariantes BE.9 e BQ.1 da variante ômicron do vírus, observamos atualmente um novo crescimento de casos no Brasil, apesar de muitos terem considerado a pandemia como encerrada. As novas variantes do SARS-CoV-2 conseguem driblar em parte tanto a imunidade natural como aquela conferida pela vacinação, contribuindo para o surgimento de novas ondas da pandemia de Covid-19“, diz a nota.
Até esta terça-feira (22), a Secretaria da Saúde do Distrito Federal confirmou 14 casos da BQ.1, subvariante da ômicron da Covid-19, em Brasília.
Risco dos ‘sem vacina’
Manter a vacinação em dia e usar máscara quando necessário continuam sendo medidas essenciais, contra covid e outras viroses — Foto: Getty Images via BBC
Segundo o pesquisador do Núcleo de Altos Estudos Estratégicos para o Desenvolvimento, da Universidade de Brasília (UnB) Tarcísio Rocha Filho, o aumento do número de casos de Covid no DF é um alerta para uma nova onda de Covid-19.
“A gente ainda não observou um aumento no número de mortes porque, felizmente, a maior parte da população tomou duas doses da vacina”, diz o pesquisador.
No entanto, Tarcísio Rocha Filho acredita que isso ainda não é suficiente. “Pouca gente tomou, por exemplo, a quarta dose de reforço e, entre as crianças, a vacinação é muito baixa. Poucas crianças conseguiram tomar a segunda dose e, entre adolescentes, a vacinação também é baixa”, explica Tarcísio.
Os pesquisadores recomendam a retomada das medidas para o controle e prevenção da propagação de novas variantes como isolamento social, uso de máscaras e medidas de higiene.
“Sem medidas de prevenção e controle, seja por meio de largas campanhas de conscientização, seja pela mobilização das estruturas públicas, cujo papel é prevenir e controlar doenças, o que se nota hoje é o aumento de internações causando sofrimento para indivíduos e suas famílias” , diz a nota técnica das universidades públicas.
Outras recomendações dos pesquisadores:
- Adotar as medidas possíveis de contenção de contatos sociais, dimensionadas de acordo com as realidades locais, para conter a circulação do vírus SARS-CoV-2, ainda forte em todo o país;
- Implementar testagem em massa da população, sobretudo das pessoas mais expostas, e rastreamento de contatos;
- Realizar extensas campanhas públicas de informação sobre os cuidados essenciais, como o porte de máscara e distância mínima entre pessoas, enfatizando a real gravidade da COVID19, e divulgando amplamente as inúmeras sequelas observadas em pessoas curadas, a inexistência de tratamento precoce ou definitivo, e que um retorno a uma situação próxima à normalidade pré-pandemia só será possível após uma grande parcela da população ter sido vacinada;
- Gestores e autoridades públicas devem basear suas decisões na melhor evidência científica disponível, assessorados por painéis de especialistas, das diferentes áreas do conhecimento pertinentes ao momento.
- Prover tratamento adequado e eficaz para as pessoas hospitalizadas por COVID-19, sobretudo provendo o Sistema Único de Saúde com pessoas e recursos apropriados.
Uso de máscara
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Coronavírus: diferenças entre máscara cirúrgica, de pano, N95 e face shield
Nesta segunda-feira, a Secretaria de Saúde recomendou que pessoas com sintomas gripais usem a máscara proteção contra Covid-19. Além disso, a pasta reforça a importância da realização do teste de coronavírus.
Questionada se o uso da máscara pode voltar a ser obrigatório no Distrito Federal, a Secretaria de Saúde disse que “o uso de máscaras já faz parte da etiqueta respiratória adquirida pela população nos últimos dois anos”.
Conforme a pasta, “todas as medidas tomadas para o combate ao coronavírus são baseadas em avaliações de especialistas, critérios científicos e dados técnicos”.
A proteção deixou de ser obrigatória, no Distrito Federal , em ambientes fechados, no dia 10 de março deste ano. Ao ar livre, ela não era exigida desde 7 de março.
Em junho, quando a taxa de transmissão da Covid-19 registrou alta, a Secretaria de Saúde chegou a recomendar a volta do uso da máscara. No entanto, a medida não se tornou obrigatória.
Veja a variação da taxa de transmissão de Covid-19 no DF, em novembro
- 1º de novembro: 0,98
- 2 de novembro: não divulgado
- 3 de novembro: 1,10
- 4 de novembro: 1,17
- 5 e 6 de novembro: não divulgado
- 7 de novembro: 1,23
- 8 de novembro: 1,25
- 9 de novembro: 1,29
- 10 de novembro: 1,32
- 11 de novembro: 1,35
- 12 e 13 de novembro: não divulgado
- 14 de novembro: 1,38
- 16 de novembro: 1,27
- 17 de novembro: 1,23
- 18 de novembro: 1,23
- 19 e 20 de novembro: não divulgado
- 21 de novembro: 1,37
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Números da covid voltaram a crescer no DF
Fonte: G1
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