
Campos Neto se despede e gestão Galípolo começa sob o peso da inflação
Indicado pelo governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL), o economista, Roberto Campos Neto passa o bastão da presidência do Banco Central (BC) para Gabriel Galípolo neste fim de ano. O indicado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu a autoridade monetária interinamente, até tomar posse oficialmente em 1º de janeiro de 2025.
A sexta-feira (20/12) marcou o último dia de Campos Neto à frente do BC, que encerra uma gestão de seis anos. Durante o governo Bolsonaro, foi aprovada uma regra que deu autonomia ao BC e garantiu que os mandatos de seus presidentes não coincida com o dos eleitos para serem chefes do Executivo federal. Por isso Lula precisou conviver por 2 anos com Campos Neto, a quem criticou várias vezes.
Em última declaração pública, feita durante transmissão ao vivo do Banco Central, Campos Neto afirmou que a transição entre mandatos está mostrando que a “característica técnica do BC permanece”. “O trabalho do Banco Central é muito focado em um prazo diferente do político”, disse.
Nessa quinta-feira (19/12), ele avaliou a mudança como a “mais bem planejada, independente da polarização política e das críticas”. No mesmo evento, Galípolo chamou de “transição entre amigos”.
“Sempre agi de forma técnica e todos do BC”, disse Campos Neto. Ele reforçou que nunca acreditou na recondução do cargo e que ficaria até o fim do mandato, “independente de qualquer tipo de pressão”.
De acordo com ele, a prioridade foi colocar a “institucionalidade do Banco Central acima de interesses pessoais e políticos”. “Acho que as decisões do Copom mostram isso ao longo do tempo”, avaliou.
Balanço da gestão Campos Neto e despedida
Campos Neto começou a comandar o BC em 2019. Nesse período, a meta inflacionária foi descumprida três vezes, em 2021, 2022 e 2024.
A meta de inflação para 2024 é de 3% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual, sendo 4,5% (teto) e 1,5% (piso), como determinado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Neste ano, o Banco Central não conseguiu manter os preços sob controle no país. A autoridade monetária admitiu que a probabilidade da inflação estourar o teto da meta é de 100%.
“O processo de autonomia ainda não está terminado, mas foi um grande ganho para o BC. Coloca a instituição à frente das pessoas, à frente da ideologia, dos governos, do tempo político, com um tempo institucional mais adequado às características necessárias para o cumprimento das nossas missões”, declarou.
Campos Neto prometeu que continuará defendendo e ajudando o Banco Central, bem como lutará pela “autonomia e pelo aprimoramento da autonomia”. Ele ainda desejou boa sorte para Galípolo e aos demais diretores.
Galípolo versus inflação e juros altos
Galípolo terá alguns desafios pela frente, como controlar o avanço da inflação e lidar com as novas regras da meta inflacionária; reverter a alta de juros, tema alvo de críticas da base governista; e estabilizar o dólar.
Atualmente, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, está em 4,87% nos últimos 12 meses até novembro — 0,37 ponto percentual acima do teto da meta.
Com o objetivo de frear a subida do IPCA, o Comitê de Política Monetária (Copom) aprovou um acréscimo de 1 ponto percentual na taxa básica de juros do país, a Selic, que fechou em 12,25% ao ano. Além disso, o comitê contratou mais dois aumentos na mesma proporção.
A próxima reunião do colegiado está prevista para 28 e 29 de janeiro — a primeira da gestão Galípolo, que já começa o ano com a inflação em foco. Para 2025, o mercado financeiro projeta um recuo de 0,02% na inflação de janeiro, porém, aposta em um acumulado de 4,60% — valor acima do teto da meta, que em 2025, será contínua.
A meta se refere à inflação acumulada em 12 meses, apurada mês a mês, conhecida como “meta contínua”. Por exemplo, em janeiro de 2025, a inflação acumulada em 12 meses é comparada com a meta e seu intervalo de tolerância. Assim, a verificação se desloca ao longo do tempo, não ficando mais restrito ao mês de dezembro de cada ano.
Caso a inflação fique fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, é considerado descumprimento da meta. A utilização desse período evita a caracterização de descumprimento em situações de variações temporárias na inflação.
Com informações do portal Metrópoles
Quer ficar por dentro do que acontece em Taguatinga, Ceilândia e região? Siga o perfil do TaguaCei no Instagram, no Facebook, no Youtube, no Twitter, e no Tik Tok.
Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre Ceilândia, Taguatinga, Sol Nascente/Pôr do Sol e região por meio dos nossos números de WhatsApp: (61) 9 9916-4008 / (61) 9 9825-6604.
-
Confira o que abre e o que fecha no feriado prolongado da Semana Santa e do aniversário de Brasília
Veja como vão funcionar os serviços públicos no Distrito Federal entre esta quinta (17) e segunda-feira (21), e programe-se O feriado da Semana Santa será prolongado este ano, com início nesta quinta-feira (17) – quando foi determinado ponto facultativo pelo Governo do Distrito Federal (GDF) – e término na segunda-feira (21), dia da celebração do…
-
Colômbia declara emergência sanitária por febre amarela
O governo da Colômbia declarou emergência sanitária por febre amarela. De acordo com o ministro da Saúde do país, Guillermo Afonso Jaramillo, os casos da doença vem sendo registrados na região desde setembro do ano passado. Ao longo deste ano, segundo ele, apesar dos esforços para conter as infecções, o cenário se agravou. “Ao todo,…
-
Paciente com câncer se casa na capela do Hospital de Base
A equipe de enfermagem e multiprofissional da enfermaria de hematologia do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) ajudou a tornar possível mais um pedido de um paciente. Na segunda-feira (14), foi realizada, em uma celebração emocionante, o casamento de Marcos Suel do Vale de Jesus, de 26 anos. Internado na unidade desde 28 de…