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Dengue no DF: 12 de 14 UBSs com horário estendido não recebem ligações

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Com quase quatro vezes mais notificações de casos de dengue do que no ano passado, o Distrito Federal começou 2024 com uma epidemia de dengue. Enquanto os casos explodem, 14 unidades básicas de saúde tiveram o horário ampliado para funcionar também no turno noturno até as 22 horas. Das 17h15 até as 21h16 dessa segunda-feira (22/1), a reportagem ligou para os telefones de contato desses centros de saúde.

“O número chamado não está atendendo e não possui caixa postal. Por favor, ligue novamente mais tarde. Obrigada”. O Metrópoles ouviu a frase anterior 44 vezes em ligações para 14 Unidades Básicas de Saúde, que tiveram o horário estendido para ajudar a combater a dengue.

De todas as UBSs com o horário noturno, apenas duas atenderam – a UBS 1 de Águas Claras e a UBS 1 de Vicente Pires. A UBS 7 de Ceilândia deu ocupado nas quatro tentativas da reportagem, já as UBS 2 tanto de Sobradinho I quanto de Sobradinho II nem sequer apresentaram o número disponível. Após a reportagem entrar em contato com a secretaria, os números foram adicionados à lista.

As unidades com o horário ampliado são: UBS 1 Asa Sul, UBS 5 Taguatinga, UBS 1 Águas Claras, UBS 2 Recanto das Emas, UBS 1 Vicente Pires, UBS 1 Santa Maria, UBS 3 Gama, UBS 1 Brazlândia, UBS 3 Ceilândia, UBS 7 Ceilândia, UBS 1 São Sebastião, UBS 1 Paranoá, UBS 2 Sobradinho I e UBS 2 Sobradinho II. Ao todo, são 176 unidades básicas que oferecem o atendimento a pacientes contra dengue.

Além da dificuldade para falar com as unidades, os números para contato, inclusive, não são fáceis de achar no site da Secretaria de Saúde. Para encontrar informações sobre as unidades, é preciso acessar a aba Serviços, em seguida Atendimentos e aí sim Unidades Básicas de Saúde. No entanto, os telefones não constam nessa parte, sendo necessário consultar o site à parte Infosaude e ir em “busca saúde”.

Outra forma é dentro do site da pasta, clicar na aba Fale com a Secretaria e lá baixar um documento de 54 páginas com a lista telefônica.

Além dos telefones das UBS, também houve tentativas para contactar a Vigilância Sanitária, mas nenhum teve resposta, de todos os disponíveis no site da pasta. As ligações para a vigilância foram realizadas em horário útil de atendimento, por volta das 15h e 16h.

Problemas com telefone

Não é de hoje que a Secretaria de Saúde tem problemas com linhas telefônicas. Em 2016, a pasta teve os telefones cortados por falta de pagamento. Na época, o valor da dívida da SES com a empresa de telefonia Oi foi de R$ 1.160.939,97

A secretaria não fazia licitação para os serviços de telefonia há 16 anos, emendando um contrato emergencial atrás de outro.

Em 2020, a secretaria também teve o contrato vencido, que só foi renovado em setembro do ano passado, conforme a pasta informou à reportagem via Lei de Acesso à Informação.

“Porém diversas intercorrências ocasionaram atrasos ao trâmite, tendo sido finalizado em 26/09/2023 com a celebração do contrato com a empresa”, detalhou a resposta via LAI.

O contrato foi no valor de R$ 1.451.548,23 anual com a empresa Método Telecomunicações e Comércio LTDA e pode ser prorrogado por até 5 anos.

Epidemia de dengue

O Distrito Federal vive atualmente uma epidemia de dengue. Em uma semana, o Distrito Federal passou de 7.329 para 16.079 casos prováveis de dengue, registrando um aumento superior a 9 mil casos no período entre 14 e 22 de janeiro. Os dados estão no boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde divulgado nesta terça-feira (23/1). Além disso, três mortes foram confirmadas e outras 15 estão sendo investigadas se ocorreram devido à doença.

Segundo os dados, há aumento de 646,5% no número de casos quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Pelos números, há uma média de 730 casos diários da doença. Em uma semana, foram 17.150 casos suspeitos, envolvendo moradores do DF e do Entorno.

Os três óbitos são de pacientes do sexo masculino, das faixas etárias de 5 a 9 anos, 40 a 49 anos e 70 a 79 anos. Segundo a secretaria, todos tinham comorbidades. As regiões com mais ocorrências são Ceilândia (3.963), Sol Nascente/ Pôr do Sol (1.110) e Brazlândia (1.045).

O que diz a Secretaria de Saúde

Em nota, a Secretaria de Saúde informou que os telefones disponibilizados são “para demandas administrativas” e que com o “alto fluxo de pacientes e realização de consultas o que, por vez, pode dificultar o atendimento de telefone”. A pasta informou que estuda outras formas de a população entrar em contato sem se deslocar até a UBS, mas “esbarra em questões relacionadas e da Lei Geral de Proteção de Dados”.

Com informações do portal Metrópoles

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