Ricardo Cappelli recebe Título de Cidadão Honorário de Brasília concedido pela CLDF
“Esta homenagem é um tributo à democracia”. Com estas palavras, o presidente da Câmara Legislativa, deputado Wellington Luiz (MDB), abriu a sessão solene, na noite desta terça-feira (23), na qual recebeu o Título de Cidadão Honorário de Brasília Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça e ex-interventor federal na Segurança Pública do Distrito Federal, após os atos do dia 8 de janeiro passado.
“O que aconteceu nos envergonha como brasilienses, mas nos levantamos pelas mãos de pessoas como o ministro da Justiça, Flávio Dino, e Ricardo Cappelli, que veio para o DF salvar a democracia, salvar esta cidade”, acrescentou o deputado, fazendo referência ao homenageado e ao titular da pasta da Justiça, presente à solenidade, e ainda ao presidente Lula.
Wellington Luiz fez menção à CPI dos Atos Antidemocráticos, em curso na CLDF, que investiga os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023 e 12 de dezembro de 2022: “A CPI está apurando o que aconteceu. Esses atos não vão ficar em vão”. Porém, observou o parlamentar, aquele era um momento de alegria. “É uma honra para o povo de Brasília prestar este tributo”, declarou.
Coautora da homenagem, a deputada Dayse Amarilio (PSB) descreveu Cappelli como uma pessoa simples, que “abraça no trato”. Além dela, outros deputados distritais participaram da sessão solene: Chico Vigilante (PT), Max Maciel (Psol), Gabriel Magno (PT) e Fábio Felix (Psol). Foi lida mensagem do vice-presidente da CLDF, deputado Ricardo Vale (PT), que não compareceu por questões de saúde. Também estavam presentes o deputado federal Prof. Reginaldo Veras (PV-DF) e parlamentares de estados como Maranhão e Pernambuco.
Interventor federal
“Um dia contarei como Cappelli se tornou interventor em cinco segundos”, anunciou o ministro Flávio Dino ao dirigir-se ao homenageado. “Não obstante tenha momentos de braveza, ele é, acreditem, uma pessoa bem-humorada, e com isso faz a convergência entre vários sentimentos”, prosseguiu. Ainda evidenciou que todos reconheciam as virtudes do novo Cidadão Honorário de Brasília, destacou a crença de Cappelli na democracia e listou as presenças de pessoas que ele conheceu nos locais onde residiu –
Ricardo Cappelli foi saudado pelo ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Marcos Antonio Amaro dos Santos, que externou admiração “pelo exemplo de grandeza e firmeza na solução dos problemas”. Por sua vez, o governador do Maranhão, Carlos Brandão, agradeceu o trabalho dele como interventor federal e desejou boa sorte na missão como secretário-executivo do Ministério da Justiça. Já o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Torres Avelar, avaliou que o equilíbrio seja a grande qualidade de Cappelli, demonstrada em momentos de grandes dificuldades.
Houve pronunciamentos do diretor geral da Polícia Civil do DF, Robson Cândido da Silva; de Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB, partido ao qual Cappelli é filiado; do ex-ministro da Defesa, Aldo Rebelo; e do procurador-geral de Justiça do DF, Georges Seigneur, que considerou a Cidadania Honorária uma “justa homenagem”, dizendo-se testemunha, à frente do Ministério Público do Distrito Federal, da condução de Cappelli no comando da Segurança Pública local.
Ainda participaram da homenagem, autoridades das forças de segurança do Distrito Federal; o governador da Paraíba, João Azevêdo; o ex-presidente da Câmara Legislativa, Geraldo Magela; amigos e servidores públicos locais e federais.
“Precisamos unir o país”
Em seu discurso, Ricardo Cappelli contou uma “história que poucos sabem”. Naquele dia de janeiro, ele estava de mudança para Brasília e seus familiares chegariam ao aeroporto, à noite, no mesmo horário em que ele se tornava interventor federal no DF. Por isso, dirigiu-se inicialmente à família “que viveu momentos difíceis em meio ao radicalismo”. A seguir, compartilhou a homenagem com cada dirigente das forças de segurança locais e nacionais que estiveram ao seu lado “desde o momento em que entrei na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal” e agradeceu o apoio das corporações, bem como do presidente da república e do ministro da Justiça, “pela confiança depositada”.
“Ao longo da missão jamais estive sozinho”, disse, relatando o propósito de estabilizar as forças de segurança com “firmeza e equilíbrio; firmeza e sensibilidade; além de firmeza no compromisso com o país”. Ele revelou ter vivido em 23 dias “mais do que vou viver durante os anos” e analisou que “fizeram com a PMDF no 8 de janeiro uma covardia, colocaram uma centena e meia de policiais na Esplanada para serem massacrados”. O seu objetivo, portanto, era “separar o joio do trigo”.
Daqui por diante, para Ricardo Cappelli, “o desafio é reunir o país em torno da democracia e do desenvolvimento. Pois, o que estabiliza a democracia é a prosperidade”. Para ele, o Brasil foi vítima de um golpe montado a partir do dia seguinte às eleições. “Não há nada que mude isso”, reafirmou. Agora, “a ideia é punir os responsáveis e preservar as instituições. Precisamos unir o país”, concluiu, sendo aplaudido de pé.
Com informações da Agência CLDF
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