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Trump pretende obrigar Apple a fabricar nos EUA, uma meta “irreal”, dizem analistas

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Tarifa é de, pelo menos, 25%. Analistas consideram pouco realista

presidente Donald Trump exigiu, nesta sexta-feira (23), que a Apple volte a fabricar iPhones nos Estados Unidos, sob a ameaça de impor uma tarifa “de pelo menos 25%”, mas a maioria dos analistas considera a ideia pouco realista a curto prazo.

Horas depois, Trump estendeu a ameaça a todos os fabricantes de smartphones fora dos Estados Unidos.

“Isso também afetaria a Samsung e qualquer um que fabrique esse produto; caso contrário, não seria justo”, declarou à imprensa em Washington, acrescentando que as novas tarifas entrariam em vigor no final de junho.

“Há algum tempo informei Tim Cook [presidente] da Apple que espero que seus iPhones vendidos nos Estados Unidos sejam fabricados nos Estados Unidos, não na Índia nem em outros lugares. Se não for o caso, a Apple deverá pagar uma tarifa de pelo menos 25%”, ameaçou Trump nesta sexta-feira em sua rede Truth Social.

A Apple não respondeu às tentativas de contato da AFP.

Durante a viagem ao Catar na semana passada, o presidente americano afirmou ter dito a Cook: “Temos tratado vocês muito bem. Temos aceitado todas as fábricas que construíram na China ao longo dos anos”. 

“Não nos interessa que vocês os fabriquem na Índia.A Índia sabe se virar sozinha, está indo muito bem”, disse durante a segunda etapa da viagem pelo Golfo. “Queremos que vocês os fabriquem aqui [nos Estados Unidos]”.

Cook visitou a Casa Branca na terça-feira, segundo o site de notícias Politico.

Preocupada pela dependência da China, em meio a crescentes tensões entre as duas maiores economias do mundo, a Apple gradualmente migrou parte da sua produção para a Índia a partir de 2018, durante o primeiro mandato de Trump.

Desde o ano passado, a companhia com sede em Cupertino, California, tem acelerado a produção do seu novo iPhone.

– “Um conto de fadas” –

Durante a última apresentação de resultados da empresa, no início de maio, Cook afirmou que “a maioria dos iPhones vendidos nos Estados Unidos” durante o trimestre atual seriam provenientes da Índia.

Essa medida permitiu que a companhia evitasse as tarifas de 145% aplicadas pelos Estados Unidos aos produtos de procedência chinesa.

Washington e Pequim acordaram uma trégua de 90 dias na guerra comercial enquanto negociam um acordo, e o governo americano reduziu as tarifas sobre os produtos importados da China de 145% para 30%.

Nesta semana, a Tata Electronics, subsidiária do conglomerado industrial Tata, começou a montar o iPhone 16, a mais recente adição da popular linha de smartphones, em Hosur, no sul da Índia.

A Foxconn, por sua vez, se prepara para abrir uma fábrica em Devanahalli, também no sul do país, que empregaria cerca de 30 mil pessoas, segundo o jornal Times of India.

“É possível realizar a montagem final nos Estados Unidos”, comentaram analistas do Bank of America em nota, “mas fazer isso com toda a cadeia de suprimentos seria um projeto muito mais complexo, que provavelmente levaria anos, se é que seria possível”.

Eles estimaram que a relocalização da produção poderia aumentar o preço dos iPhones nos Estados Unidos em 25%.

Analistas da Wedbush Securities preveem, por sua vez, que o aparelho seria vendido a cerca de 3.500 dólares (R$ 20 mil) a unidade, contra os 799 dólares (R$ 4.500) do atual iPhone 16.

“Isso não é realista”, argumentaram, “sobretudo porque concentrar a produção nos Estados Unidos levaria de 5 a 10 anos. (…) É um conto de fadas, inviável”.

Depois de uma queda de quase 4% no preço das ações da Apple na abertura da Bolsa de Nova York, o mercado relativizou o anúncio. Às 15H30 GMT (12H30 no horário de Brasília), os títulos haviam baixado 2,50%.

“Cook é 90% chefe e 10% político (talvez 75/25 agora)”, disseram analistas da Wedbush, prevendo que a Apple “seguirá navegando por este complexo panorama tarifário”.

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Jeová Rodrigues

Jornalista

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