Lula critica e presidente da Anvisa rebate declaração sobre medicamentos
Durante a inauguração de uma fábrica da EMS nesta sexta (23/8), Lula culpou a Anvisa sobre a demora na liberação de remédios para a população
O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, rebateu uma declaração do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre a demora na liberação de remédios para a população. Em carta aberta, Torres alegou que a demora é reflexo da falta de servidores públicos no quadro de pessoal da Agência e que a demanda já havia sido repassada ao presidente.
“O atual Governo Federal foi alertado que o número insuficiente de servidores traria impacto direto no cumprimento da missão da Agência, desde o Gabinete de Transição, logo após as eleições de 2022, quando os Diretores da Anvisa foram convidados à expor e detalhar essa carência de pessoal, e quatro (04) ofícios foram encaminhados, à época”, diz um trecho.
A fala de Lula ocorreu durante a inauguração de uma fábrica da farmacêutica EMS nesta sexta-feira (23/8), em Hortolândia, no interior de São Paulo. Na ocasião, o presidente disse que a Anvisa precisa “andar um pouco mais rápido para aprovar os pedidos que estão lá”.
“Não é possível o povo não poder comprar remédio porque a Anvisa não libera. Essa é uma demanda que vamos tentar resolver. Quando algum companheiro da Anvisa perceber que algum parente dele morreu porque o remédio que poderia ter sido produzido aqui, e não foi produzido porque eles não permitiram, aí a gente vai conseguir que ela seja mais rápida e atenda melhor os interesses do nosso país”, completou.
Barra Torres rebateu que nos últimos anos, especialmente durante a pandemia, dez servidores da Agência morreram trabalhando. “Esse triste fato só fez diminuir o já insuficiente efetivo. Cabe ressaltar que dentre os servidores de Portos, Aeroportos e Fronteiras, a maioria já contava com a possibilidade da aposentadoria por tempo de serviço e decidiram continuar trabalhando, mesmo se expondo a eventuais contatos com o vírus, pondo em risco suas vidas”, ressalta.
Na nota, o presidente da Anvisa acrescenta que o órgão fez reuniões com o Ministério da Gestão e enviou 22 ofícios para alertar sobre a situação. “A medida concreta que recebemos nesse ínterim, foi a liberação por parte do Governo Federal de 50 vagas (menos da metade) das 120 disponíveis no ano de 2023, para concurso público para a Anvisa. Assim, desde o início do atual governo, a Anvisa enviou vinte e seis (26) ofícios expondo o problema da falta de pessoal e participou de reuniões com Ministros, sobre o mesmo tema. Com número insuficiente de trabalhadores e com tarefas de trabalho que só fazem crescer, o tempo para realização de tais tarefas, só pode se tornar mais longo. Aguardamos que essa situação seja de fato e finalmente resolvida, conforme a fala referenciada.”
Até o momento, Lula não se pronunciou sobre a resposta de Barra Torres. Além do presidente, a ministra da Saúde Nísia Trindade também esteve na inauguração da fábrica, que será voltada à produção de tratamentos de diabetes.
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