Miguel Oliveira, Presidente do Sicoob Planalto Central fala das vantagens de ser associado em cooperativas de crédito Sicoob
O presidente do conselho de administração do Sicoob Planalto Central, Miguel Oliveira, é um funcionário público de carreira. Sua relação com a economia, no caso a economia doméstica e pessoal, o colocou diante da experiência de ser cliente de um sistema de cooperativa de crédito, quando há 30 anos ele abriu sua conta em uma agência do Sicoob do Distrito Federal. Agora, Oliveira foi eleito ao cargo de presidente do Sicoob e seu mandato segue até agosto de 2022.
Na sede do Sicoob Planalto Central, Oliveira recebeu a equipe de reportagem do Jornal TaguaCei para falar sobre assuntos relacionados ao cooperativismo praticado pelas 12 Cooperativas Sicoob no DF.
A cooperativa atende diversos públicos, passando por empresários, funcionários do sistema judiciário, legislativo e executivo, por funcionários públicos em geral, pessoa física, e outros.
Nesta entrevista, o presidente explica o que é um sistema cooperativista de crédito e detalha as vantagens de ser um associado de uma cooperativa se comparado a um cliente de bancos convencionais.
Jornal TaguaCei – Presidente, gostaria que você nos falasse como funciona o Sicoob? Qual é sua estrutura bancária e quais são suas principais características?
Miguel Oliveira – O nosso sistema é seguinte: nós temos as cooperativas singulares, na ponta, que atendem os associados, [estaria] no primeiro nível; no segundo nível a gente tem o Sicoob Planalto Central, que é aqui onde estamos, a central das cooperativas de crédito do Distrito Federal; nós temos a nossa confederação que desenvolve as diretrizes sistêmicas e temos o nosso Bancoob, cuja sede do banco funciona aqui [no espaço do Sicoob Planalto Central] – que desenvolve os produtos e serviços para as nossas cooperativas.
A Sicoob Planalto Central é uma central de cooperativas que dá suporte às 12 cooperativas que atuam no Distrito Federal e nos municípios que compõem a RIDE (Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno) do Distrito Federal. São alguns municípios do Estado de Minas e Goiás que têm atuação da Sicoob Planalto Central e das suas cooperativas. Nós temos 12 cooperativas vinculadas a nossa central. O nosso papel é, além de oferecer capacitação para os dirigentes e funcionários da cooperativa, a gente exerce uma função, que a função de supervisão auxiliar, ou seja, nós fazemos a parte de fiscalização das cooperativas auxiliando o Banco Central com relação a essa parte de acompanhamento, auditoria, controle interno, capacitação de dirigente, capacitação de funcionários, e a organização do sistema através da organização financeira, os recursos da cooperativa ficam aqui na Central que por sua vez faz a movimentação junto ao nosso banco, o Bancoob.
J. T. – Muita gente ainda tem dúvidas sobre o que seria de fato o Sicoob. O senhor poderia explicar as principais diferenças entre um banco convencional e o Sicoob?
M. O. – Na verdade estamos falando de uma instituição financeira. Tanto um banco quanto uma cooperativa de crédito são uma instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central. Porém, a cooperativa de crédito é uma instituição financeira não bancária – então ela é regida por uma lei específica, que é a lei 5.764 que estabelece o funcionamento de uma cooperativa de crédito e as resoluções do Banco Central. A diferença básica está praticamente, hoje, na questão das responsabilidades e dos objetivos. A cooperativa de crédito tem algumas particularidades: primeiro, ela possui uma legislação própria – são isentas de alguns tributos, a própria Constituição Federal é clara ao dizer que o Estado tem obrigação de incentivar o cooperativismo. Então, a diferença básica seria a de que, o movimento que um banco faz no final de seu exercício vão para os acionistas dos bancos. No caso da cooperativa de crédito, o que a gente chama de ‘sobra’, nos bancos é lucro vai para o acionista do banco; nas cooperativas a gente chama de sobra, e são divididas proporcionalmente conforme as operações [dos cooperados].
Você opera com uma cooperativa que é sua, que você faz parte e, no final do exercício, os recursos que você gerou, ou de sobra, ou de lucro, como queira, retorna para você proporcional a suas operações. Ou seja, você se beneficia com os produtos e serviço da cooperativa, e ao final quando for distribuído as sobras você [cooperado] participa também da distribuição das sobras.
A diferença é praticamente essa, porque em termos de serviço e produto hoje, o mesmo produto e serviço que você encontra num banco convencional, você também vai enc0ntrar numa cooperativa. A diferença está basicamente nisto: você [cooperado] participa dos resultados, e você participa das decisões de uma cooperativa de crédito, você é parte integrante daquele processo.
J. T. – E as taxas, também não seriam outro diferencial? Já que elas seriam mais baixas.
M. O. – São significativamente menores. Exatamente porque a cooperativa não tem intermediário, a cooperativa é constituída com uma finalidade específica, que é atender à coletividade, os associados que fazem parte dela, então não tem intermediação, a gente não busca recursos fora, os recursos sempre são geridos dos próprios cooperados, aquele que tem dinheiro para aplicar, ele aplica na cooperativa, aquele que não tem necessidade de tomar um crédito, ele toma um crédito.
Então a gente pega o dinheiro daquele que quer aplicar – nós temos um rentabilidade bem melhor do que os bancos convencionais, que vão variar em até 115% de CDI (Certificados de Depósito Interbancário), os bancos estão trabalhando com 98, 100% de CDI, no máximo. Já com relação às taxas de juros para quem quer tomar o empréstimo para comprar, para adquirir um bem, também nós temos as menores taxas, que são a partir de 1.19% ao mês no consignado. E temos também tantas outras linhas de crédito que atendem as necessidades especifica de cada cooperado.
J. T. – O sistema bancário no Brasil é criticado por cobrar juros exorbitantes. No Sicoob, como são as taxas de juro? Elas também estão abaixo da média dos juros cobrados pelos bancos?
M. O. – Isso varia, porque existem cooperativas que atuam no ramo empresarial – daí o que define o custo do dinheiro geralmente é o risco – e temos também cooperativas que atuam, por exemplo, com os servidores público, que aí é no consignado, aí você tem um risco menor, dá para praticar um taxa menor. Até porque não tem segredo: se a cooperativa der resultado positivo, distribuem-se o resultado proporcional às operações da cada um [associados]; se der prejuízo – por isso é preciso muito cuidado – tem que ser rateado com os cooperados. Mas nós não temos históricos de prejuízos, as cooperativas aqui sempre fecham com sobras boas e gente distribui para os nossos cooperados. As taxas de juros são extremamente competitivas, hoje, você tem as taxas mais acessíveis nas cooperativas. Tanto que hoje é o sistema [o cooperativismo] que mais cresce, a gente está crescendo em uma média de 25% ao ano. Ou seja, a cada quatro anos a gente dobra de tamanho.
J. T. – Quais são as vantagens de se abrir uma conta no Sicoob?
M. O. – Dois aspectos. Primeiro, um custo em dinheiro mais barato. Nós temos uma taxa melhor para aplicação e para empréstimo. E você tem também varias linhas de crédito adequadas a cada associado. Então, você vai para as cooperativas dos empresários, você tem crédito rotativo, cheque especial, linhas de crédito específicas para aquisição de bens, tem também algumas linhas, que são repasses, crédito de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que as cooperativas operam, FCO (Fundo de Financiamento do Centro-Oeste), isso mais para as cooperativas de empresários. Nas cooperativas que atuam com foco mais no servidor público, é o consignado [empréstimo] o carro-chefe, mas há também, aí para as cooperativas de empresários e servidores públicos, uma gama de serviços que vai além da oferta de créditos, nós temos hoje produtos extremamente competitivos, como seguros, consórcios, previdência complementar, e outros.
J. T. – Presidente, então por tudo que o senhor falou, podemos concluir que há mais vantagens do que desvantagens quando o intenção é a de abrir uma conta no Sicoob?
M. O. – Hoje, você operar – minha origem é toda de servidor público, eu sou servidor do STJ (Superior Tribunal de Justiça) há 33 anos – há mais de 30 anos que eu opero só com o Sicoob. Quais são as vantagens de você operar com uma cooperativa de crédito? Primeiro, é o tratamento humanizado que tem na cooperativa de crédito. Um dos principais destaques, hoje, quando se compara uma cooperativa de crédito com um banco convencional, é o atendimento. Nós temos um atendimento diferenciado. A gente trata de gente para gente. Os bancos se são assim: quando se vai a um banco, ele [supostamente o gerente] nem olha para você, ele olha para sua conta, vê se você tem um movimento que é viável para o banco, para manter você como cliente; nas cooperativas, não. Aqui nós temos mais sensibilidade neste atendimento, nós temos a vantagem de você operar com a cooperativa, você paga juros, você paga tarifas – e sempre mais baixas – o que nós se tiramos [do cooperado] é apenas o custo operacional da cooperativa. E aquilo que ela sobre de custo, como resultado, a gente distribui, você [cooperado] participa dos lucros, participa dos resultados que a cooperativa gera. Você ajuda a gerar o resultado e aquela resultado volta para você como sobras.
E o processo de gestão de uma cooperativa, é um processo focado na questão da democracia. Ele está enquadrado dentro de um processo democrático participativo. Ou seja, o cooperado pode participar das assembleias, pode decidir com relação ao planejamento estratégico, as principais ações das cooperativas, e ele participa também com relação à participação das sobras. É ele [cooperado] quem decide qual será o destino das sobras, ou seja, vamos colocá-la em um fundo de reserva, vamos distribuir proporcional às operações, ou seja, é uma instituição criada por pessoas para atender pessoas.
Então nós temos um propósito, e qual é o nosso propósito? Realizar os sonhos das pessoas, trazer as pessoas para um conjunto de interesses comum; eu vou fazer parte de uma cooperativa porque aqui tem produtos e serviços que me interessam e os resultados irão voltar para mim e para todos aqueles que estiverem envolvidos enquanto associados.
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